segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Hoje aconteceu... 108º aniversário de Christian Dior

Christian Dior acompanhado da modelo Renée, em 1957 - Vogue


 Dia 21 de Janeiro (aqui)


Christian Dior (nasceu em 21 de Janeiro de 1905, Granville, França - faleceu em 24 de Outubro de 1957, Montecatini, Itália), foi um estilista francês, cujas criações dominaram o mundo da moda, após a Segunda Guerra Mundial.
 
Dior provinha de uma família rica e estava destinado a seguir a carreira diplomática. Sob a insistência dos seus pais, entrou na Faculdade de Ciências Políticas, que abandonou sem concluir o curso.
No meio da crise financeira da década de 1930, foi para Paris, onde iniciou a concretização da sua paixão. Começou a sua carreira de designer fazendo esboços para vestuário. O sucesso chegou com os desenhos de chapéus, mais originais e procurados que os desenhos de vestidos. Christian Dior decidiu então, que havia de aperfeiçoar a sua técnica como criador de moda.
 
 Modelo de Dior,  (detalhe do chapéu). Foto de Willy Maywald, 1948 - Red List
Casa Christian Dior, com decorações de Natal, 1954, Paris - Top Foto
Em 1938, tornou-se no desenhador principal do grande estilista Robert Piguet, o “Principe da moda”. Com o eclodir da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Christian Dior foi chamado para combater no sul de França. Regressou a Paris em 1941 e começou a trabalhar para uma casa de moda conceituada, a de Lucien Lelong.
Apoiado financeiramente por Marcel Boussac, o rei dos têxteis, Dior abriu as portas da casa de moda Christian Dior, no número 30, da Avenida Montaigne, em Paris, no ano de 1946.
A sua primeira colecção de Alta Costura, apresentada a 12 de Fevereiro de 1947, a que ele chamou de "A Linha Corolla", tornou a figura feminina suave, com ombros estreitos, cintura bem demarcada e saia volumosa.

Linha "Corola", ilustração por René Gruau para vestido Dior, 1947 - Red List
Modelo "Bar", ilustração por René Gruau, para Dior, 1947 - Red List
Modelo "Bar" de Dior, em seda. Colecção Primavera/Verão, de 1947. (A jaqueta apertada, tem as ancas acolchoadas para realçar a cintura minúscula. A longa saia plissada, feita com cambraia, é excepcionalmente pesada, foi feita com 3,7 metros de shantung de seda e é presa com cinco botões cosidos à mão) - Museu Metropolitano de Arte
Modelo "Bar" de Dior, 1947 - Red List
Modelo "Linha Corolla", desenho para Dior, sem data. - Red List
Na primeira colecção a que Dior chamou "A Linha Corolla", o modelo "Bar" foi um dos projectos mais importantes do designer. A jaqueta apertada, foi acolchoado sobre as ancas, para realçar a cintura minúscula. A longa saia plissada, feita com cambraia tornava-se excepcionalmente pesada. Confeccionada com 3,7 metros de shantung de seda, a saia era presa com cinco botões cosido à mão.
A colecção foi chamada de
"The New Look", por Carmel Snow da Harper's Bazaar, e o nome permaneceu. 
O sucesso foi estrondoso e a marca Dior tornou-se mundialmente famosa. A Harper's Bazaar publicou desenhos detalhados de “The New Look”, e "Bar" também foi ilustrado na Vogue e L'Officiel.
O ilustrador de moda René Gruau (1909-2004) fez amizade com Dior, o que contribuiu para a sua colaboração bem sucedida e o alargamento da propaganda de moda. Dior homenageou o amigo, dando o nome "Gruau", a um vestido desenhado pelo ilustrador. Nos Estados Unidos, Gruau trabalhou para a Vogue, Harper Bazaar e Flair, sendo no entanto recordado pelas ilustrações para Dior. 

Ilustração de Lila de Nobili para Christain Dior, 1947 - Red List
Vestido "Eugénie", couro e nylon. Colecção Outono/Inverno 1948-1949 - Museu Metropolitano de Arte
Vestido "Gruau" (assimétrico), em seda, da colecção Outono/Inverno, 1949/1950 . Museu Metropolitano de Arte
Vestido "Gruau" (assimétrico), em seda, da colecção Outono/Inverno, 1949-1950. Museu Metropolitano de Arte
Além das saias volumosas que estreou na colecção "A Linha Corolle" de 1947, Christian Dior também trabalhou com uma estética de design assimétrico, nomeadamente nas colecções de 1948-1949. O  vestido "Gruau" de 1949 é característica deste estilo, em que o vestido parece ser torcido em torno do corpo. Botões decorativos na saia e corpete são usados para aumentar o efeito e para unificar os dois componentes do vestido, que são peças separadas. Uma característica dos projectos de Dior, o cinto, chama a atenção para a cintura cingida.
Christian Dior, desenvolveu novos projectos e novas iniciativas: o primeiro perfume "Miss Dior" em 1947 e, um ano depois, a Sociedade de Perfumes Christian DiorEm 1948, conseguiu autorização para a produção de bijuterias, meias, gravatas e perfumes.

Vestido "Eventail", em lã, colecção Outono /Inverno 1948-1949 - Museu Metropolitano de Arte
Ilustração de René Gruau, para Dior, 1948 - Red List
Conjunto de lã, cinzento (aperta atrás com botões), 1948. (Pertenceu a William Englehaupt (Dorothy Fuller),  da consultora de moda Dorothy Fuller Productions) -  Museu de História de Chicago
Vestido de noite (assimétrico) em seda, 1945-1955 - Museu Metropolitano de Arte
Ilustração de Bernard Blossac , para Christian Dior, 1949 - Red List
Juntamente com o seu colega Jaques Rouet, o designer tornou-se o primeiro nos acordos para obtenção de licenças no mundo da moda. Christian Dior parte para os Estados Unidos, em 1948, para a conquista do mercado americano e abre uma grife, na Quinta Avenida.
Nos anos 50, o designer tornou-se no grande "senhor" da moda. Nesta década, cada colecção apresentada era subordinada a um tema: a "Linha H" (1954) e as Linhas "A" e "Y" (1955).
O vestido chamado "Zemire" fez parte da colecção de Outono/Inverno de 1954-55, "Linha H". Foi um dos projectos históricos de Dior, muito bem sucedido. 
Dior homenageava com frequência as letras do alfabeto nas suas colecções. O vestido "Escarlate" vem da "Linha Y". O decote do vestido em v profundo,  simboliza o motivo de "Y", assim como faz a forma de "Y" invertido nas pregas da saia.
Christian Dior produzia cerca de 12.000 vestidos por ano. A sua boutique foi a mais bem sucedida e amplamente conhecida do pós-guerra.

Ilustração de René Gruau para Christian dior, 1951 - Red List
Vestido "May", seda e organza, bordada à mão. Colecção Primavera/Verão 1953 - Museu Metropolitano de Arte
"Zemire"; Linha H, seda e acetato, colecção Outono/Inverno 1954-55 (este vestido foi encomendado pela senhora Sekers, esposa do fabricante têxtil britânico e feito num tecido sintético inovador) - Museu Victoria e Alberto
Vestido "Chambord", em seda, missangas, lantejoulas, strass, plástico. Colecção Outono/Inverno 1954-55 - Museu Metropolitano de Arte
Conjunto: vestido e casaco com gola, em crepe e lã, 1954. (Este vestido pertenceu à bailarina e coreógrafa Ruth Page (Sra. Thomas Hart Fisher) - Museu de História de Chicago
A duquesa de Windsor e estrelas como Rita Hayworth, Ava Gardner, Eva Perón, ou ainda Marlene Dietrich, foram algumas das celebridades que usaram modelos Christian Dior. 
Em 1953, Yves Saint Laurent associou-se a Dior como seu assistente. Dior revelou-se fundamental na comercialização de moda parisiense, a nível mundial. O negócio de Dior não parou de crescer.
Após a morte de Dior em 1957, em Itália,  o seu assistente, Yves Saint Laurent assumiu a casa de costura, até 1960, quando foi convocado para o exército francês. Em 1987 o grupo "Louis-Vuitton-Moet-Henessy" (o maior produtor do mundo de bens de luxo) comprou a Casa Dior, que continua a ser uma das mais procuradas e das mais caras do mundo da alta-costura.
Foram directores da "Casa Dior", Marc Bohan, Gianfranco Ferré e John Galliano.

Vestido "Escarlate"; Linha Y, seda, 1955 (o decote do vestido em v profundo simboliza o motivo de "Y", assim como faz a forma de "Y" invertido nas pregas da saia) - Museu Victoria e Alberto

Ilustração de René Gruau para Christian Dior - Red List

Vestidos de noite,  "A Linha Livre", em tule, nylon, renda e linho, 1957 (O vestido do lado esquerdo, foi desenhado por Christian Dior em 1957, o ano de sua morte. Foi encomendado pela Baronesa Alain de Rothschild, para vestir na visita da Rainha Elizabeth II e Príncipe Philip a Paris, em Abril de 1957) - Museu Victoria e Alberto

 Sapatos de noite, seda, plástico e vidro 1954 - Museu Metropolitano de Arte

Sapatos de noite, seda, fio metálico, plástico e vidro, 1954 - Museu Metropolitano de Arte

 Christian Dior, trabalhando na colecção de 1957. Foto de Loomis Dean - Red List


Fontes:
http://www.infopedia.pt/$christian-dior
http://theredlist.fr/
http://www.vogue.xl.pt/index.php
http://www.vam.ac.uk/vastatic/microsites/1486_couture/index.php
http://www.topfoto.co.uk/
http://collections.vam.ac.uk/

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