quarta-feira, 1 de maio de 2013

O 1º de Maio na ilustração portuguesa de 1900 a 1913

1º de Maio de 1900 - Capital e trabalho - "Milho para a engorda da pata dos ovos de oiro..." ( os números 8 8 8, significam 8 horas de trabalho, 8 horas de estudo e 8 horas de descanso) - A Paródia, Ano I, nº 16, 2 de Maio de 1900. Ilustração de M. Gustavo Bordalo Pinheiro - Hemeroteca Digital

A publicação A Paródia, foi editada entre 1900 e 1903. Esta e outras publicações como O António Maria, A Lanterna Mágica ou Pontos nos ii, foram fruto do intenso labor de Rafael Bordalo Pinheiro com a colaboração do seu filho M. Gustavo Bordalo Pinheiro. Os periódicos de Rafael Bordalo Pinheiro debruçaram-se sobre a sociedade portuguesa de forma pertinente e satírica, constituindo um espaço onde o texto e o material icónico se juntam de modo aprazível.


1 de Maio de 1905 - O Trabalho, Ilustração Portuguesa, nº 78 - Hemeroteca Digital
Na imagem acima lê-se: "O mês de Maio foi destinado pela igreja ao culto de Maria... pela natureza ao desabrochar das flores e pelos operários às suas reclamações. Vestem-se de gala os templos, rescendem os jardins, engrinaldam-se os festivos pendões com os três oito simbólicos das reivindicações obreiras: oito horas de trabalho, oito de estudo e oito de descanso, como sendo os primeiros passos para a igualdade das sociedades.  
Este ano (1905) os operários de Lisboa, deliberaram formar um cortejo cívico para se dirigirem ao Campo de Sant'ana ao local onde se está erguendo a estátua de José de Fontana, o primeiro vulto do partido operário em Portugal, o primeiro promulgador dos ideais colectivistas entre nós. Nas sessões do Grémio ainda Eça de Queirós fez algumas conferências, levado para os humildes na sua grande fé, Sousa Brandão foi também um vulto distinto do partido operário e Oliveira Martins, com as suas primeiras obras, mostrava-se adepto do novo credo que um bando de obreiros aceitava. 
Depois o partido disciplinou-se, seguiu durante muito tempo um brilhante caminho, alguns operários colocaram-se à sua frente como Azedo Gneco e Ernesto da Silva, o intelectual de que tanto havia a esperar, e assim tem feito a sua carreira, vivendo porém nos últimos tempos, mais num socorro mútuo de associações de classes do que propriamente como facção política".

A publicação Ilustração Portuguesa, foi lançada pela Empresa do jornal O Século em Novembro de 1903, mantendo-se até 1993. A primeira série foi publicada até Fevereiro de 1906, e a segunda a partir desta data. 
A ilustração do nº 78 de 1 de Maio de 1905, insere-se na primeira série que teve como "Editor" José Joubert Chaves. Entre os primeiros desenhadores encontram-se Jorge Colaço, Cândido, Carlos Pereira e Alberto Sousa. A partir da segunda série quando contou com a colaboração de Almada Negreiros, Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, Cottineli Telmo entre outros, a publicação transformou-se em "catálogo de arte".

1 de Maio de 1911, A Sátira: revista humorística de caricaturas, nº 3. Ilustração de Stuart Carvalhais  - Hemeroteca Digital
Na imagem acima lê-se: 
" - Que procuras tu trapeiro?
- A liberdade, igualdade e fraternidade
- Aqui a tens!"

A revista A Sátira, apareceu pela primeira vez em 1 de Fevereiro de 1911 e interrompeu o seu ciclo de vida em Junho de 1911 . O seu editor foi José Stuart Carvalhais. A par das páginas ocupadas com caricatura e ilustração, estão presentes os textos, contos, anedotas, notícias... A Sátira aponta a sua  crítica aos políticos, à igreja, ao rei... Também demonstra as ilusões com que os políticos cativam o povo, "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", depressa se esquecendo depois de alcançarem o poder. 
Dos desenhadores que colaboraram com a revista destaca-se Almada Negreiros, Cristiano Cruz, Leal da Câmara, entre outros.


1 de Maio de 1913, O Thalassa: semanário humorístico e de caricaturas, nº 9 - Hemeroteca Digital.
Na imagem acima lê-se:
" Trabalhem meus irmãos que o trabalho...
 É riqueza, é virtude, é vigor..."

O semanário O Thalassa publicou-se entre Março de 1913 e Maio de 1915. Foi fundado por Jorge Colaço, E. Severim de Azevedo e Alfredo Lamas. O semanário criticava humoristicamente os principais problemas sociais, políticos e económicos do país. Colaço foi o principal ilustrador do semanário e contou ainda com a colaboração de Joaquim Guilherme Santos Silva e João Valério.

Fonte:
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/index.htm

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