Fachada principal do Teatro Nacional de São Carlos/Monumento Nacional - IGESPAR |
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O projecto do Teatro de São Carlos, encomendado ao arquitecto José da Costa e Silva, surge encabeçado por um grupo de capitalistas de Lisboa, que contaram com o apoio do Intendente Diogo Pina Manique. Pretendia-se dotar a capital de um teatro lírico portador dum novo espírito, diferente do antigo teatro de corte, com entrada por convite, na medida em que quem pagava bilhete tinha automaticamente lugar assegurado. Este teatro, homenagem a D. Carlota Joaquina, foi construído em apenas sete meses, sendo solenemente inaugurado a 30 de Junho de 1793, durante a governação de D. João VI, filho de D. Maria I. A nível planimétrico inspira-se no Teatro de S. Carlos de Nápoles, obra de Medrano datada de 1737 - destruído por um incêndio -, embora a fachada se baseie no Scalla de Milão, de Piermanini (discípulo de Vanvitelli), construído entre 1776 e 1778.
Teatro Nacional de São Carlos, no dia da récita de gala das comemorações centenárias, 1940 - O Teatro de São Carlos foi construído entre 1792 e 1793, com projecto de José Costa e Silva, é um dos primeiros edifícios neoclássicos, senão o primeiro que se construiu em Lisboa. A fachada é inspirada na do Teatro Alla Scala de Milão do Arquitecto Piermarini construído em 1776. Trata-se de uma fachada sóbria de três andares, com um pórtico de arcos de volta perfeita - Foto de Domingos Alvão - Arquivo Municipal de Lisboa. |
O nosso teatro (TNSC), de planta longitudinal, composta, com volumes articulados e cobertura diferenciada, apresenta o frontespício dividido em três corpos, dois pisos sobrepostos sobre mezanino, e um terceiro sobre o corpo central. É precisamente, este corpo que revela, ao nível do piso térreo, uma loggia composta de três arcos frontais e um lateral, em volta perfeita, coroado por um terraço perfeito de balaustrada de cantaria, cujas janelas se encontram emolduradas por parastase, que suporta uma cornija destacada. Possuem, ainda, um coroamento constituído por painéis com inscrição e dois altos relevos.
Ao nível do terceiro piso, este mesmo corpo central apresenta um relógio envolvido por grinaldas e duas janelas, sendo todo ele encimado por dois pináculos e um brasão.
Relógio da Fachada - TNSC |
Brazão da Fachada - TNSC |
No interior, é de realçar a sala de espectáculos, de planta elíptica com cinco ordens de camarotes, animados pelo brilho da talha dourada que, a par com as escadarias de largas proporções, os mármores da tribuna ou a decoração do Salão Nobre, concorrem para a criação duma atmosfera mais próxima do barroco. No andar térreo, junto às escadarias, situa-se a bilheteira. Na decoração, participaram diversos artistas plásticos e arquitectos importantes. São de realçar as pinturas atribuídas a Wolkmar Machado - pinturas do tecto da entrada e do pano da boca de cena, Manuel da Costa - tecto do salão, Giovanni Appiani - tribuna real.
Teatro Nacional de São Carlos, escadaria, ant. 1946. Foto de Domingos Alvão - Arquivo Municipal de Lisboa. |
Teatro Nacional de São Carlos, corredor. Foto de Domingos Alvão - Arquivo Municipal de Lisboa |
Camarotes - TNSC |
Pormenor do Tecto da Sala Principal - TNSC |
O largo fronteiro - Largo de São Carlos - foi recuperado como espaço de passeio e lazer, incluindo uma esplanada. Ocasionalmente, têm sido transmitidas récitas, em directo, para o Largo ("Teatro ao Largo") através de uma tela gigante e de um sistema de som especialmente montados para o efeito.
No TNSC estrearam óperas de compositores como: Rossini, Donizetti, Bellini, Verdi, Wagner, Puccini, Mussorgski, Debussy, Richard Strauss, Rui Coelho, Alban Berg, António Pinho Vargas, Azio Corghi, Alfredo Keil…
No TNSC estrearam óperas de compositores como: Rossini, Donizetti, Bellini, Verdi, Wagner, Puccini, Mussorgski, Debussy, Richard Strauss, Rui Coelho, Alban Berg, António Pinho Vargas, Azio Corghi, Alfredo Keil…
O
primeiro empresário do Real Teatro de São Carlos foi o italiano
Francesco Lodi e na ópera inaugural cantou-se "La Ballerina Amante", de
Cimarosa.
Vista geral da sala de espectáculos - IGESPAR |
Teatro Nacional de São Carlos, camarote real - Arquivo Municipal de Lisboa |
Pormenor de um dos grupos escultóricos do camarote presidencial - IGESPAR |
Pormenor decorativo do camarote presidencial - IGESPAR |
Datas significativas:
1793
Inauguração do Real Teatro de São Carlos, a 30 de Junho.
Inauguração do Real Teatro de São Carlos, a 30 de Junho.
1796
Conclusão do Salão das Oratórias, hoje Salão Nobre.
Conclusão do Salão das Oratórias, hoje Salão Nobre.
1828/34
Encerramento motivado pela Guerra Civil.
1850
Instalação da iluminação a gás.
Encerramento motivado pela Guerra Civil.
1836
Gustav von Heeringen na noite de gala por ocasião das núpcias da rainha D. Maria II com Fernando de Saxe-Coburgo, em 1836, terá dito "É verdadeiramente um palco exemplar" 1850
Instalação da iluminação a gás.
1887
Instalação definitiva da iluminação eléctrica.
Instalação definitiva da iluminação eléctrica.
1888
Integração de um edifício contíguo (hoje o n.º 9 da Rua Serpa Pinto) para camarins, salas de ensaio, costura e guarda-roupa, etc.
Integração de um edifício contíguo (hoje o n.º 9 da Rua Serpa Pinto) para camarins, salas de ensaio, costura e guarda-roupa, etc.
1890
Colocação de uma cortina de ferro entre o palco e a sala.
1912/20 - O Teatro permanece quase sempre encerrado, não se realizando espectáculos de ópera.
1935
Encerramento de Teatro.
1938/40
Obras de restauro dirigidas por Guilherme Rebelo de Andrade.
Obras de restauro dirigidas por Guilherme Rebelo de Andrade.
1943
Festivais Comemorativos do 150.º Aniversário do Teatro Nacional de São Carlos com um programa totalmente nacional.
Festivais Comemorativos do 150.º Aniversário do Teatro Nacional de São Carlos com um programa totalmente nacional.
1977
Criação da Companhia Nacional de Bailado.
Criação da Companhia Nacional de Bailado.
1982/83
Criação da Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de S. Carlos.
1993
Comemorações do bicentenário do Teatro Nacional de S. Carlos.
2010/11
No âmbito das comemorações do centenário da República Portuguesa, é apresentada, em versão de concerto, a ópera Dona Branca do compositor português Alfredo Keil.
Comemorações do bicentenário do Teatro Nacional de S. Carlos.
2010/11
No âmbito das comemorações do centenário da República Portuguesa, é apresentada, em versão de concerto, a ópera Dona Branca do compositor português Alfredo Keil.
Salão Nobre - TNSC |
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Nacional_de_S%C3%A3o_Carlos
http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/71093/
http://www.infopedia.pt/$teatro-de-s.-carlos
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