O Dia da Terra foi criado pelo senador americano Gaylord Nelson, no dia 22 de Abril de 1970.
Tem por objectivo criar uma consciência geral para os problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra.
O Dia da Terra refere-se ao cuidado com os recursos naturais da terra e o seu manejo, à educação ambiental e à participação dos cidadãos como indivíduos ambientalmente conscientes e responsáveis.
Algodão, fibra vegetal - IYNF |
Neste âmbito é importante a
percepção global sobre a utilidade das fibras naturais, não só para
os produtores e indústria, mas também para os consumidores e para o
ambiente.
As fibras naturais são de origem animal e vegetal. As fibras vegetais incluem os filamentos: algodão; fibras de haste: abaca (bananeira); fibras: linho e cânhamo; fibras de folhas: sisal; fibras de casca: coco. As fibras de origem animal incluem lã ou pêlos: angorá, cashmere, mohair e lã de ovelha; pêlos: alpaca e camelo; secreções das glândulas: seda.
- As fibras naturais são uma opção sustentável:
As fibras naturais são um recurso renovável. O crescimento de uma tonelada de fibras de juta requer menos do que 10% da energia utilizada para a produção de polipropileno. O processamento produz resíduos que podem ser usados em biocompósitos para construção de casas ou para gerar eletricidade. No final do seu ciclo de vida, as fibras naturais são 100% biodegradáveis.
- As fibras naturais são uma escolha saudável:
A maioria das pessoas sabe que as fibras naturais proporcionam ventilação natural. Roupas de lã agem como isolantes contra o frio e o calor. As fibras de coco utilizadas em colchões têm resistência natural a fungos e ácaros. As fibras de cânhamo tem propriedades antibacterianas.
- As fibras naturais são uma escolha responsável:
As fibras naturais são de grande importância económica para muitos países em desenvolvimento e vitais para a subsistência e a segurança alimentar de milhões de pequenos agricultores e processadores.
- As fibras naturais são uma opção de alta tecnologia:
As fibras naturais têm uma boa resistência mecânica, baixo peso e baixo custo. Estas propriedades tornaram-nas particularmente atraentes para a indústria automobilística.
- As fibras naturais são uma escolha elegante:
As fibras naturais estão no centro de um movimento de moda que passa por vários nomes: sustentável, verde, ético, ecológico, mesmo eco-ambiental. O eixo do movimento centra-se na preocupação com o meio ambiente, o bem-estar dos produtores de fibras e consumidores, e as condições dos trabalhadores na indústria têxtil.
Sisal, fibra vegetal - IYNF |
As fibras naturais foram substituídas nas nossas roupas, móveis, indústrias e agricultura por fibras sintéticas com nomes como acrílico, nylon, poliéster e polipropileno. O sucesso destes produtos é devido principalmente ao custo. Ao contrário das fibras naturais colhidas pelos agricultores, as fibras sintéticas são produzidos em massa a partir de produtos petroquímicos, facilmente personalizados para aplicações específicas. A competição implacável de produtos sintéticos e a actual crise económica global põem em causa os meios de subsistência de milhões de pessoas que dependem da produção de fibras naturais.
Cesta de armazenamento, folha de palmeira e fio de linho; 1497-1473 a.C.; Túmulo de Hatnefer e Ramose; Novo Reino, Dinastia XVIII, reinado de Thutmose II. Alto Egipto - MMA A utilização mais antiga de fibras naturais, fibras de linho selvagem, foi encontrada em estratos do Paleolítico Superior - cerca de 30.000 anos a C. - dentro de uma caverna no sopé das montanhas do Cáucaso, na Geórgia.
Numa
expedição egípcia realizada pelo Museu Metropolitano de Arte (Estados
Unidos) em 1935-1936, foi descoberto o túmulo de uma mulher chamada
Hatnefer, acompanhada dos seus familiares. No túmulo estavam todas as
coisas necessárias para a vida após a morte, incluindo cestas de
alimentos para nutrir os seus espíritos. As cestas continham diversos
tipos de pão, passas, nozes e outros géneros alimentícios.
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Cestos, cana; ca.712-525 a.C.; Período Final da Dinastia XXV-XXVI; Templo de Mentuhotep II. Alto Egipto - MMA |
Cesta, fibra vegetal; séc. VI-XI; povo Tiwanaku; Bolívia - MMA |
As cestas de bobina eram tradicionalmente executadas pelas mulheres da aristocracia Tutsi. A posição privilegiada destas mulheres, permitiam-lhes o tempo de lazer necessário para aperfeiçoar a técnica de tecelagem. Ao longo do tempo foram surgindo oficinas que produzem cestas e outros artefactos a uma escala maior.
Cesta com tampa, cana colorida; meados do séc. XX; povo Tutsi; Ruanda - MMA |
Cesta com tampa, cana colorida; meados do séc. XX; povo Tutsi; Ruanda - MMA |
Mulher Apache tecendo uma bandeja, 1896. Montanha Branca Apache, Arizona - Museu Metropolitano de Arte, MMA |
Cesta com forma de vaso, fibras vegetais; ca. 1900; povo Apache; América do Norte - Instituto de Arte Minneapolis |
Cesta bandeja, fibra natural; 1896; Montanha Branca Apache; Arizona - MMA |
Cesta bandeja, fibras vegetais; séc. XX; povo Akimel O'othom; América do Norte - Instituto de Arte Minneapolis
Cesta bandeja, fibra vegetal;1910; povo Akimel O'othom; Arizona - MMA
Caixa, fibras vegetais; data desconhecida; cultura Anishinaabe (Ojibwe); América do Norte - Instituto de Arte Minneapolis
Na região rural de Kwazulu-Natal na África do Sul, as plantas e gramíneas são utilizadas em artefactos domésticos como tapetes e vários tipos de cestas. A tradição de tecelagem com plantas vem dos séculos XVI e XVII. Os Zulus utilizavam as cestas para armazenamento de comida e cerveja. As folhas de Palma Cadale são muito usadas por serem bastante resistentes e não apodrecerem em contacto com os líquidos.
A arte foi sendo desenvolvida ao longo dos séculos e ganhou qualidade de peça artística. O criador Beauty Nxgongo é nacionalmente conhecido por as suas belas e distintas
cestas com desenhos vibrantes. Fortemente enraizado na tradição
artística da cestaria da África do Sul, o trabalho de Nxgongo é elogiado pela qualidade estética. As cores dos motivos geométricos que cobrem a superfície das peças são obtidas de fontes
naturais.
Cesta com tampa, fibra de palma; Beauty Nxgongo1990; povo Zulu; Kwazulu-Natal, África do Sul - MMA
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Cesta com tampa, fibra de palma; Reuben Ndwandwe; 1990; povo Zulu; Kwazulu-Natal, África do Sul - MMA |
Cabaz, fibra vegetal; séc. XIX; cultura Salish; Colômbia Britânica, Canadá - MMA |
Chapéu, ráfia e seda; 1760; Inglaterra - MMA |
Chapéu alto, ráfia e seda; 1820; França - MMA |
Chapéu "sombrero", fibras vegetais, seda e algodão; data desconhecida; México - Instituto de Arte Minneapolis |
Saco de cordão, fibra de juta ou cânhamo; século XVIII-XIX; América (provavelmente) - MMA |
Slipper's, ráfia; 1840-1850; Europa - MMA |
Fontes:
http://www.naturalfibres2009.org/en/fibres/index.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Fibra_natural
Artigo interessantíssimo sobre as fibras naturais e artefatos. Hoje, mais do que nunca é necessário olhar para o passado como referência para o futuro. Parabéns, uma ótima coleção.
ResponderEliminarAs gerações futuras reconhecerão o nosso cuidado e empenho!
EliminarObrigada!