quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Biografia do pintor Eduardo Viana

Eduardo Viana, 1881-1967. Geneall

Dia 28 de Novembro (aqui)


Eduardo Afonso Viana (Lisboa, 28 de Novembro de 1881 — Lisboa 21 de Fevereiro de 1967), foi um pintor português da primeira geração do modernismo nacional.

Jantar dos artistas na Sociedade Nacional de Belas Artes depois da inauguração da exposição. Ilustração Portuguesa nº 380, 2 de Junho 1913. Na imagem, o pintor Eduardo Viana está ao lado direito (delimitado por um quadrado). A imagem foi modificada por mim digitalmente.
La Petite, cera, colagem e óleo sobre tela, 1916 - CAM, Fundação Calouste Gulbenkian
Eduardo Viana frequentou a Academia de Belas Artes de Lisboa, onde foi discípulo de Veloso Salgado e Columbano Bordalo Pinheiro, entre 1896 e 1905. Neste mesmo ano partiu para Paris, onde permaneceu até 1915. Nesta cidade frequentou o atelier de Jean-Paul Laurens na Academia Julian. Ao longo de todo esse período participou em várias exposições em Portugal, para as quais enviou trabalhos seus: Salões anuais da Sociedade Nacional Belas Artes, em 1905, 1911, 1913 e 1915, sendo-lhe atribuída uma Menção Honrosa (1911) e uma 2ª Medalha (1915); em 1911 participou na Exposição Livre, no Salão Bobone, considerada a primeira manifestação modernista em Portugal. 

A Revolta das Bonecas, óleo sobre tela, 1916 - Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea
K4 Quadrado Azul, óleo sobre tela, 1916 - CAM, FCG
Regressou de Paris em 1915 e, durante cerca de dois anos, conviveu com Sónia e Robert Delaunay, refugiados em Portugal em consequência da Primeira Guerra Mundial e instalados em Vila do Conde. Para além da amizade com o casal de artistas, contactou com o pintor Amadeo de Souza-Cardoso, a residir em Manhufe, Amarante. Em 1919, participou na III Exposição dos Modernistas, Porto; em 1920, realizou a sua 1ª exposição individual no Porto, na Galeria da Misericórdia, e outra, em 1921, em Lisboa. Aqui realizará a sua última exposição individual, em 1923. Neste ano é convidado com Amadeo e Almada, a participar na exposição os Cinco Independentes, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Organizou o primeiro Salão de Outono na Sociedade Nacional de Belas Artes em 1925, onde expôs 8 trabalhos, entre os quais as telas para o café A Brasileira; em 1926 participou no segundo Salão de Outono, ao lado de António Soares, José Tagarro e Carlos Botelho, entre outros. 

Pousada de Ciganos, óleo sobre tela, 1923 - Museu do Chiado, MNAC
Nu, óleo sobre tela (pintura decorativa do Bristol Club Dancing), 1925 - Museu do Chiado, MNAC
A ponte de D. Maria, óleo sobre tela, 1925 -  Museu do Chiado, MNAC
Em 1930 regressou a Paris, mudando-se para a Bélgica cinco anos mais tarde. A partir de 1935, participou com alguma regularidade nas Exposições de Arte Moderna (Secretariado de Propaganda Nacional/ Secretariado Nacional de Informação), vencendo em 1941 e 1948, o prémio Columbano. Regressa definitivamente a Portugal em 1940, devido à intensificação da 2ª Guerra Mundial. Os anos de estadia na Bélgica (1930-1940), ocasionam uma interrupção no percurso do pintor, pelo pouco que se conhece deste período da sua vida. A partir de 1940, dedicou-se à pintura de natureza-morta, tema quase exclusivo da sua pintura a partir de então. Os objectos que o rodeavam no atelier e utilizava como modelo, mesas e cadeiras, toalhas, flores e frutos, eram a justificação para consecutivos exercícios de composição com poucas variantes que, de quadro para quadro, progressivamente, foi simplificando.

Guitarra Minhota, óleo sobre tela, 1943 - Museu do Chiado, MNAC
Composição, óleo sobre tela, 1947 - Museu José Malhoa
Esteve presente nas representações nacionais às Bienais realizadas em 1950 e 1955, em Veneza e em São Paulo. Em 1957 venceu o Grande Prémio de Pintura na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Em 1965, foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Arte, do SNI. O Museu de Arte Contemporânea adquiriu nove dos seus trabalhos mais notáveis. No ano seguinte ao da sua morte (1967),  realizou-se a primeira exposição retrospectiva da sua obra, em Abril, organizada pelo Secretariado Nacional de Informação.
Eduardo Viana, nunca consentiu que alguém tomasse a iniciativa de dar a conhecer a sua obra de uma forma ampla. Por este motivo, só em 1868, depois da sua morte, foi oficialmente realizada a exposição retrospectiva.
Eduardo Viana está representado em vários museus: Museu do Chiado (Lisboa), Soares dos Reis (Porto), Grão Vasco (Viseu), José Malhoa (Caldas da Raínha), Fundação Abel de Lacerda (Caramulo), Fundação Gulbenkian (CAM, Lisboa), a maior parte da sua obra encontra-se dispersa em colecções particulares.

Sem Título, carvão sobre papel, n. d. - CAM, FCG
Retrato do Arquitecto Varela, óleo sobre tela, n. d. -  CAM, FCG
Retrato do pintor Waldemar da Costa, óleo sobre tela, 1930-1931. Museu do Chiado, MNAC
Sem título, cera e óleo sobre tela, n. d, - CAM, FCG

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Afonso_Viana

http://www.matriznet.ipmuseus.pt/MatrizNet/Entidade/EntidadesConsultar.aspx?IdReg=68174

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