Eduardo Afonso Viana (Lisboa, 28 de Novembro de 1881 — Lisboa 21 de Fevereiro de 1967), foi um pintor português da primeira geração do modernismo nacional.
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Jantar dos artistas na Sociedade Nacional de Belas Artes depois da inauguração da exposição. Ilustração Portuguesa nº 380, 2 de Junho 1913. Na imagem, o pintor Eduardo Viana está ao lado direito (delimitado por um quadrado). A imagem foi modificada por mim digitalmente. |
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La Petite, cera, colagem e óleo sobre tela, 1916 - CAM, Fundação Calouste Gulbenkian |
Eduardo Viana frequentou a Academia de Belas Artes de Lisboa, onde foi discípulo de Veloso Salgado e Columbano Bordalo Pinheiro, entre 1896 e 1905. Neste mesmo ano partiu para Paris, onde permaneceu até 1915. Nesta cidade frequentou o atelier de Jean-Paul Laurens na Academia Julian. Ao longo de todo esse período participou em várias exposições em Portugal, para as quais enviou trabalhos seus: Salões anuais da Sociedade Nacional Belas Artes, em 1905, 1911, 1913 e 1915, sendo-lhe atribuída uma Menção Honrosa (1911) e uma 2ª Medalha (1915); em 1911 participou na Exposição Livre, no Salão Bobone, considerada a primeira manifestação modernista em Portugal.
Regressou de Paris em 1915 e, durante cerca de dois anos, conviveu com Sónia e Robert Delaunay, refugiados em Portugal em consequência da Primeira Guerra Mundial e instalados em Vila do Conde. Para além da amizade com o casal de artistas, contactou com o pintor Amadeo de Souza-Cardoso, a residir em Manhufe, Amarante. Em 1919, participou na III Exposição dos Modernistas, Porto; em 1920, realizou a sua 1ª exposição individual no Porto, na Galeria da Misericórdia, e outra, em 1921, em Lisboa. Aqui realizará a sua última exposição individual, em 1923. Neste ano é convidado com Amadeo e Almada, a participar na exposição os Cinco Independentes, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Organizou o primeiro Salão de Outono na Sociedade Nacional de Belas Artes em 1925, onde expôs 8 trabalhos, entre os quais as telas para o café A Brasileira; em 1926 participou no segundo Salão de Outono, ao lado de António Soares, José Tagarro e Carlos Botelho, entre outros.
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Nu, óleo sobre tela (pintura decorativa do Bristol Club Dancing), 1925 - Museu do Chiado, MNAC |
Em 1930 regressou a Paris, mudando-se para a Bélgica cinco anos mais tarde. A partir de 1935, participou com alguma regularidade nas Exposições de Arte Moderna (Secretariado de Propaganda Nacional/ Secretariado Nacional de Informação), vencendo em 1941 e 1948, o prémio Columbano. Regressa definitivamente a Portugal em 1940, devido à intensificação da 2ª Guerra Mundial. Os anos de
estadia na Bélgica (1930-1940), ocasionam uma interrupção no percurso do
pintor, pelo pouco que se conhece deste período da sua vida. A partir de
1940, dedicou-se à pintura de natureza-morta, tema quase exclusivo da sua pintura a
partir de então. Os objectos que o rodeavam no atelier e utilizava como modelo, mesas e cadeiras, toalhas, flores e frutos, eram a justificação para consecutivos exercícios de composição com poucas variantes que, de quadro para quadro, progressivamente, foi simplificando.
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Composição, óleo sobre tela, 1947 - Museu José Malhoa |
Esteve presente nas representações nacionais às Bienais realizadas em 1950 e 1955, em Veneza e em São Paulo. Em 1957 venceu o Grande Prémio de Pintura na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Em 1965, foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Arte, do SNI. O Museu de Arte Contemporânea adquiriu nove dos seus trabalhos mais notáveis. No ano seguinte ao da sua morte (1967), realizou-se a primeira exposição retrospectiva da sua obra, em Abril, organizada pelo Secretariado Nacional de Informação.
Eduardo Viana, nunca consentiu que alguém tomasse a iniciativa de dar a conhecer a sua obra de uma forma ampla. Por este motivo, só em 1868, depois da sua morte, foi oficialmente realizada a exposição retrospectiva.
Eduardo Viana está representado em vários museus: Museu do Chiado (Lisboa), Soares dos Reis (Porto), Grão Vasco (Viseu), José Malhoa (Caldas da Raínha), Fundação Abel de Lacerda (Caramulo), Fundação Gulbenkian (CAM, Lisboa), a maior parte da sua obra encontra-se dispersa em colecções particulares.
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Sem Título, carvão sobre papel, n. d. - CAM, FCG |
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Sem título, cera e óleo sobre tela, n. d, - CAM, FCG |
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Afonso_Viana
http://www.matriznet.ipmuseus.pt/MatrizNet/Entidade/EntidadesConsultar.aspx?IdReg=68174
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