quarta-feira, 30 de abril de 2014

Artes Visuais - Exposições Abril, Maio e Junho 2014


"COMEMORAÇÕES 40 ANOS DA REVOLUÇÃO DE ABRIL"

Esta exposição resulta de uma parceria entre A Cooperativa Árvore e a Associação 25 de Abril.
Estarão expostos uma série de cartazes referentes ao 25 de Abril e eventos políticos decorrentes desta revolução.
Simultaneamente serão mostrados mais de duas centenas de autocolantes, utilizados na década de 70 como veículos de propaganda política.


A exposição estará patente ao público entre 11 de Abril e 10 de Maio de 2014.

ÁRVORE – Cooperativa de Actividades Artísticas, C.R.L.
Rua Azevedo de Albuquerque, nº 1
 

4050-076 PORTO – PORTUGAL
 
Tel.: 222 076 010

Sítio Internet:  http://www.arvorecoop.pt/


Caneca |  Istambul, primeiro terço do século XVII
Moscovo, Museus do Kremlin
"Os Czares e o Oriente"
Ofertas da Turquia e do Irão no Kremlin de Moscovo
Em exposição encontra-se um rico conjunto de peças da sumptuosa coleção do Kremlin de Moscovo constituída pelas ofertas aos czares provenientes do Irão safávida e da Turquia otomana dos séculos XVI e XVII. Poderão ser admiradas 66 luxuosas peças entre joias, tecidos, armas e arreios de cavalo... 

Anteriormente apresentada na Arthur M. Sackler Gallery da Smithsonian Institution em Washington, é a primeira vez que estas coleção é vista na Europa.

Comissariado científico: Inna Vishnevskaya, Olga Melnikova, Elena Yablonskaya

A exposição estará patente ao público entre 28 de Fevereiro e 18 de Maio de 2014.

Fundação Calouste Gulbenkian
Sala de Exposições Temporárias Museu Calouste Gulbenkian

Av. de Berna, 45A
1067-001 Lisboa - Portugal
 
Tel.: 217823000



"O NASCIMENTO DE UMA DEMOCRACIA (1974-1976)"

Comissariada por José Pacheco Pereira,  a exposição "O nascimento de uma democracia (1974-1976)" integra cartazes, materiais de propaganda e reproduções fotográficas do período de 1974-1976. Esta mostra pretende, nas palavras do comissário, “retratar o nascimento da democracia portuguesa: o direito e o exercício de vir à rua manifestar-se, o direito e o exercício de organizar-se, a passagem à legalidade dos partidos clandestinos e a génese de novos partidos, o direito de falar e escrever livremente”.

A exposição estará patente ao público entre 17 de Abril e 30 de Junho de 2014.

Palácio de S. Bento
Andar Nobre

1249-068 Lisboa - Portugal

Tel.: 213919000



"DIÁLOGOS EM PEDRA" - da matéria-prima à obra de arte - Séculos XII-XVIII,


Cerca de quatro dezenas de obras das mais representativas do Museu Machado de Castro, podem ser vistas nesta exposição, complementada com esculturas das paróquias do Concelho de Cantanhede. A Pedra de Ança é a protagonista, demonstrando a sua plasticidade e pericia dos mestres que a trabalharam.

Esta exposição resulta de uma parceria entre o Museu da Pedra e o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra. 
 
Estará patente ao público até 18 de Maio de 2014.

Museu da Pedra
Largo Cândido dos Reis nº 4

3060-174, Cantanhede - Portugal

Tel.: 231423730



"ATÉ ONDE A VISTA ALCANÇA"
Desenho, Cruzeiro Seixas


O Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda tem patente a exposição “Até onde a vista alcança - desenho, Cruzeiro Seixas”. 

Esta exposição estará patente ao público até ao dia 20 de Junho de 2014.

Fundação Cupertino de Miranda
Praça D. Maria II
 
4760-111 Vila Nova de Famalicão - Portugal

Tel.: 252 301 650



Ficções - Acrílico em impressão digital s/ tela

"FICÇÕES I LUZ DO ÁRTICO"


Comissariada por João Pinharanda, a mostra engloba dois núcleos de igual importância no percurso de Cruz-Filipe: a pintura e a fotografia, onde se revela o uso que Cruz Filipe sempre fez da fotografia e, notoriamente, o papel que a fotografia tem na sua pintura mais recente a partir do momento em que o artista decidiu expor, sem qualquer mediação pictórica, fotografias de sua autoria.


A exposição estará patente ao público entre 23 de Abril e 22 a Junho de 2014


Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva
Praça das Amoreiras, 56

1250-020 Lisboa - Portugal

Tel.: 21.388 00 44

Sitio Internet: http://fasvs.pt/

Foto de Alfredo Cunha

 “OS RAPAZES DOS TANQUES”

Esta exposição com imagens de Alfredo Cunha, produzida pelo CPF com o apoio da Porto Editora e o Departamento de Cultura Serviço de Cultura, Desporto e Lazer da Reitoria da Universidade do Porto, contém imagens de oficiais, sargentos e praças que estiveram frente a frente no Terreiro do Paço e no Carmo, no dia 25 de Abril de 1974.

Estará patente ao público entre 12 de Abril e 29 de Junho de 2014.

Centro Português de Fotografia
Edifício da Ex-Cadeia e
Tribunal da Relação do Porto
Campo Mártires da Pátria
 
4050-368 Porto - Portugal

Tel.:  222 076 310

Sítio Internet: http://www.cpf.pt/




"LUCIEN DONNAT - UM CRIADOR RIGOROSO"


A exposição "Lucien Donnat - Um Criador Rigoroso" no Museu Nacional do Teatro, resulta de uma parceria com o Teatro Nacional D. Maria II.
 
Lucien Donnat (1920-2013), cenógrafo, figurinista e decorador, colaborou durante mais de 30 anos com a Companhia Rey Colaço – Robles Monteiro para o Teatro D. Maria II.

A exposição está organizada em dois espaços: na galeria de exposições temporárias do Museu Nacional do Teatro e no Teatro Nacional D. Maria II.

Estará patente ao público até final de Julho de 2014.


Museu Nacional do Teatro
Estrada do Lumiar, 10
 
1600-495 Lisboa - Portugal

Tel: 217 567 410



   "ENCONTROS COM AS FORMAS"
 Fotografias e filmes de Ângelo de Sousa

Uma exposição que  foca o trabalho experimental de Ângelo de Sousa no campo da fotografia e vídeo.
 
A Galeria Fundação EDP, no Porto, apresenta nesta exposição uma série de obras de fotografia e vídeo recuperadas do vasto espólio ainda inédito de Ângelo de Sousa.

A exposição tem a curadoria de Sérgio Mah.


Estará patente ao público entre 11 de Abril e 6 de Julho de 2014

Galeria Fundação EDP, Porto
Rua Ofélia Diogo da Costa, 45 (ao lado da Casa da Música)
 
4050-099 Porto

Tel.: 220018399
Sítio Internet: http://www.fundacaoedp.pt/



"A LIBERDADE ESTÁ NO MUSEU"


No âmbito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, o Museu da Cidade inaugurou a exposição "A Liberdade está no Museu".

Através dos originais de parte da obra gráfica do pintor João Abel Manta, alusiva a este período e que, por doação, integra o acervo do Museu da Cidade, pretende-se mostrar algumas etapas distintas deste período – do pré 25 de Abril 1974 até ao período do PREC, na visão humorística e crítica do artista.
A exposição estará patente ao público entre 25 de Abril e 30 de Setembro de 2014.

Museu da Cidade
Campo Grande, 245 

1700-091 Lisboa- Portugal

Tel.: 217 513 200


"ESPLENDORES DO ORIENTE"
Jóias de Ouro da Antiga Goa


Incorporadas na colecção do MNAA, as jóias de Goa serão mostradas ao público pela primeira vez, numa exposição que as contextualiza no panorama da produção indiana e indo-portuguesa, através dos contributos de especialistas nacionais e internacionais.

A exposição estará patente ao público entre 16 de Abril e 7 de Setembro 2014

Museu Nacional de Arte Antiga
Piso 1, Sala do Torreão

Rua das Janelas Verdes 
1249-017 Lisboa - Portugal
 
Tel.: 213 912 800


"O TEMPO RESGATADO AO MAR"

Uma proposta de síntese do conhecimento produzido nas três últimas décadas no domínio da arqueologia náutica e subaquática, esta exposição apresenta um espólio diversificado, com mais de 300 peças, oriundas de ambientes marítimos, fluviais ou húmidos de todo o território nacional, algumas delas nunca antes mostradas ao público, que cobrem simultaneamente um espectro cronológico, desde a época pré-romana ao século XX.

Comissário científico: Adolfo Silveira

A exposição estará patente ao público entre 20 de Março de 2014 e 28 de Março de 2015


Museu Nacional de Arqueologia
Galeria Poente
 
Praça do Império. 
1400 - 206 Lisboa - Portugal

Tel.: 213 620 000

Fonte:
http://www.imc-ip.pt/pt-PT/iniciativas/exposicoes/exp_temp_lisb_tejo/ContentList.aspx


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Revolução de Abril - Liberdade, Democracia e Paz - O fim da censura

Revolução de 25 de Abril de 1974. Largo do Carmo, Lisboa. Militares e população (ROSAS, Fernando - Lisboa revolucionária : roteiro dos confrontos armados no século XX . Lisboa : Tinta da China, 2007. ISBN 978-972-8955-45-8) - Arquivo Municipal de Lisboa


A História de Portugal, ficou indubitavelmente marcada pelo dia em que a Liberdade, a Democracia e a Paz, foram conquistadas. Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, os militares intentaram uma revolução que derrubou o Governo - chefiado pelo Presidente do Conselho de Ministros (Primeiro-Ministro) Marcelo Caetano.

O Movimento das Forças Armadas (MFA), foi saudado com grande entusiasmo pela população que desejava a liberdade.


Dia 25 de Abril de 1974. Forças militares nos Restauradores, Lisboa. Fotografia nº: 22. Registo nº: 1038 - Centro de Documentação 25 de Abril , UC
Dia 25 de Abril de 1974. Na Praça da Figueira, Lisboa. Fotografia nº: 6. Registo nº: 1021 - Centro de Documentação 25 de Abril, UC
Mural com a frase: "Dá mais força à liberdade". Portugal - GUIMARÃES, Sérgio - As Paredes na Revolução: Graffiti. Mil Dias Editora, 1978.

O país vivia em ditadura desde o golpe militar de 28 de Maio de 1926, quando dois generais - Gomes da Costa e Mendes Cabeçadas - impuseram uma ditadura militar, no intuito de impedir a agitação social e política que o país tinha experimentado durante a 1ª República (1910-1926).

A partir de 1932, António de Oliveira Salazar assumiu o cargo de Presidente do Conselho de Ministros (Primeiro-Ministro) e implantou uma ditadura que intitulou de Estado Novo. 


Revolução de 25 de Abril de 1974, Lisboa. Retrato masculino / Caetano, Marcelo José das Neves Alves. Presidente do Conselho de Ministros, 1968-1974. Foto de Alfredo Cunha - Arquivo Municipal de Lisboa
Mural com frases e palavras sobre a época da ditadura, de 1926 a 1974. Portugal. GUIMARÃES, Sérgio - As Paredes na Revolução: Graffiti. Mil Dias Editora, 1978.
Mural artístico do PRP com a frase: "Morte ao Fascismo". Portugal - GUIMARÃES, Sérgio - As Paredes na Revolução: Graffiti. Mil Dias Editora, 1978.

Este regime político autoritário vigorou em Portugal durante 41 anos.

As condições mínimas de vida, o analfabetismo, a fraca instrução, fizeram dos portugueses um povo represado e profundamente descontente. Para fugir à pobreza muitos portugueses emigraram para França, Alemanha, Suíça e Canadá.


Cantar de emigação (aqui)- Adriano Correia de Oliveira
(Canção censurada)


Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão

Tens em troca
órfãos e órfãs
tens campos de solidão
tens mães que não têm filhos
filhos que não têm pai 


Coração
que tens e sofre
longas ausências mortais
viúvas de vivos mortos
que ninguém consolará


Menina dos olhos tristes (aqui) - José Afonso

(Canção censurada)


Menina dos olhos tristes
o que tanto a faz chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Vamos senhor pensativo
olhe o cachimbo a apagar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Senhora de olhos cansados
porque a fatiga o tear
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Anda bem triste um amigo
uma carta o fez chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

A lua que é viajante
é que nos pode informar
o soldadinho já volta
está mesmo quase a chegar

Vem numa caixa de pinho
do outro lado do mar
desta vez o soldadinho
nunca mais se faz ao mar


Que Força é Essa (aqui) - Sérgio Godinho
(Canção censurada)

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades para os outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força para pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força para pouco dinheiro 

Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo

Não me digas que não me compreendes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compreendes 

Que força é essa
que força é essa...
..........................

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades para outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força para pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força para pouco dinheiro
 
Que força é essa
que força é essa...
......................... 


A polícia política PIDE (Policia Internacional de Defesa do Estado) tinha como objectivo controlar e censurar a oposição e a opinião pública em Portugal e nas colónias. Milhares de portugueses foram encarcerados sem julgamento ou após julgamento em tribunais especiais, por oposição ao regime.

A censura eliminava todos os textos e novidades contrárias aos velhos costumes. Os assuntos políticos adversos ao Estado Novo eram prontamente proibidos e cortados pela censura.

A polícia carrega sobre as mulheres dos operários em greve. Barreiro, Julho 1942. Foto de Eduardo Gageiro - 25 fotos de Abril
Mural artístico do MRPP com a frase: "Pela Democracia". Portugal - GUIMARÃES, Sérgio - As Paredes na Revolução: Graffiti. Mil Dias Editora, 1978
 
Mural artístico (pormenor). Portugal - GUIMARÃES, Sérgio - As Paredes na Revolução: Graffiti. Mil Dias Editora, 1978

A guerra colonial contribuiu muito para a decisão de derrubar o Governo. Angola, Guiné e Moçambique, foram durante 13 anos, províncias onde milhares de jovens portugueses combateram, mesmo contra a sua vontade. Muitos voltavam estropiados, com traumas de guerra ou não voltavam. 

A ONU condenava a actuação de Portugal mas os governantes não negociavam a independência dos países africanos.


13 anos de guerra colonial: mais de 10 000 mortos e cerca de 30 000 feridos e mutilados entre a juventude portuguesa, crimes e massacres contra os povos das colónias. Foto de Eduardo Gageiro - 25 fotos de Abril

Mural artístico do MDMP, com a frase: " Pela paz, pela democracia. Mulheres de todo o mundo unidas". Portugal - GUIMARÃES, Sérgio - As Paredes na Revolução: Graffiti. Mil Dias Editora, 1978

Mural artístico. Portugal - GUIMARÃES, Sérgio - As Paredes na Revolução: Graffiti. Mil Dias Editora, 1978
Em muitas famílias portuguesas a angústia de ter um filho na guerra era imensa. Os militares perceberam que a guerra estava longe de acabar e era impossível ganhá-la. 

Um grupo de oficiais das Forças Armadas decidiu derrubar a ditadura, implantar a democracia e acabar com a guerra colonial. Garcia dos Santos, Marques Júnior, Melo Antunes, Otelo Saraiva de Carvalho,  Vasco Lourenço e Victor Alves, prepararam o golpe que faria cair o regime fascista. 

Autocolante comemorativo do 25 de Abril - Biblioteca Nacional de Portugal
Autocolante comemorativo do 25 de Abril - Biblioteca Nacional de Portugal

Autocolante comemorativo do 25 de Abril - Biblioteca Nacional de Portugal
 
A Revolução de 25 de Abril, conhecida como a Revolução dos Cravos, iniciou uma série de procedimentos que viriam a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de Abril de 1976.

Os cravos vermelhos serão para sempre, a imagem do dia em que os portugueses fizeram uma revolução sem mortos e sem tiros.  


Linhas gerais do Governo Provisório. "O Século", 07-05-1974 - Biblioteca Nacional de Portugal
Postal com a frase: "A poesia está na rua". Abril-Maio de 74. Pintora Helena Vieira da Silva. Colecção de Daniel Pires  - Biblioteca Nacional de Portugal
"Os Ridiculos", nº: 184 (4 de Maio de 1974). Edição completa aqui - Hemeroteca Digital

Quatro décadas após o 25 de Abril, a Liberdade, a Democracia e a Paz, fazem parte do quotidiano dos portugueses, como o sol que nasce no horizonte.

Autocolante comemorativo do 25 de Abril - Biblioteca Nacional de Portugal

 Na Juventude o Futuro de Abril


Mudam-Se Os Tempos, Mudam-Se As Vontades (aqui) 
(Luís Vaz de Camões) José Mário Branco
(Canção censurada)

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Ref: E se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.




Fontes:
http://purl.pt/94/1/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_dos_Cravos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Gageiro
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/
http://www.cd25a.uc.pt/index.php
http://www.pcp.pt/actpol/temas/25abril/25anos/25fotos.html
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/EFEMERIDES/25Abril40Anos/25deabril40Anos_OsRidiculos.htm



terça-feira, 22 de abril de 2014

Morreu Carlos Calvet, arquitecto e artista plástico português

Carlos Calvet (1928-2014) - MAC
Carlos Frederico Pereira Sequeira Bramão Calvet da Costa (Carlos Calvet), artista plástico e arquitecto português nasceu em Lisboa, em 1928. Licenciou-se em Arquitectura na Escola de Belas Artes do Porto. Dedicou-se desde muito cedo à pintura podendo registar-se o ano de 1946 como o início de uma expressão lentamente desenvolvida salvaguardando um sentido de arte como modo pessoal de meditação. Além da pintura e da arquitectura, Calvet interessou-se também pelo cinema, tendo realizado algumas curtas metragens, uma das quais com a participação de Mário Cesariny. 

 
Natureza Morta com Interventor, 1976; Pintura; Tinta acrílica sobre tela - CAM Fundação Calouste Gulbenkian

Sem título, 1967; Desenho; Guache sobre papel - CAM

Expôs pela primeira vez em 1947, na 2.a Exposição Geral de Artes Plásticas na Sociedade Nacional de Belas Artes, obras que começavam a revelar um sentido de modernidade, marcado pelo cubismo estético de Braque e valorizando o estatismo dos objectos representados: copos, garrafas e, sobretudo, barcos. Em 1948 começam a surgir alegorias do tempo, através da representação de relógios.
 
Guache III, 1969; Pintura; Guache sobre papel - Museu José Malhoa

Sem título, 1969; Pintura; Guache sobre papel - Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea

Sem título, 1969; Pintura; Guache sobre papel- Galeria de Arte São Mamede

Entre 1948 e 1950 faz a sua primeira viagem a Paris. A partir de então, consciente da sua vocação como pintor, Calvet passa a estar mais atento à construção, ao jogo de volumes e à ambiguidade entre o simbolismo e a imagem natural. Nestas ambiguidades revela-se a tendência para tudo petrificar. Em algumas paisagens aparecem ondas do mar e nuvens representadas como se fossem sólidos geométricos.

Segredos do Mar, 2006; Acrílico sobre tela - Galeria de Arte São Mamede
Abstrato, 1960; Óleo sobre platex e tecido - Galeria de Arte São Mamede

Sem título, 2005; Papel - Galeria de Arte São Mamede

Depois de um período abstracto lírico (1963 1964), Calvet confronta as formas espontâneas com as geométricas (1964 1965). Com a redefinição do espaço, voltou lhe a necessidade de figuração de objectos inventados no próprio ato de execução. Primeiro, manchas informes que adquiriam presença insólita de objectos inidentificáveis; depois, passaram a ser objectos banais, parafusos, botões, caixas de fósforos, ladeados de decorativismos de gosto pop. O ano de 1966 marca o início da síntese "pop metafísica" que caracteriza toda a sua obra posterior. 

Pórtico da Demanda, 2005; Acrílico sobre tela - Galeria de Arte de São Mamede
Os Reflectantes, 2005; Acrílico sobre tela - Galeria de Arte de São Mamede
 
Sem título, 2008; Guache sobre papel - Galeria de Arte São Mamede


No final da década de 40 início de 50 esteve ligado ao grupo Os Surrealista com Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas e Isabel Meyrelles. Calvet dedicou-se intensamente à fotografia entre 1956 e 1975. Participou também em algumas das edições das Exposições Gerais de Artes Galeria Ether, revelando a sua produção entre os anos 50 e 70. O artista está representado em diversas colecções nacionais e internacionais. O café A Brasileira, no Chiado, adquiriu uma obra de Calvet, a qual, integra o conjunto de pintura moderna ali exposta. Faleceu no dia 21 de Abril de 2014, em Lisboa.

 
As grandes letras, 1959, Lisboa; Prova a preto e branco, gelatina sal de prata sobre suporte de papel - Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea
Mulher de Branco, 1956; Prova a preto e branco, gelatina sal de prata sobre suporte de papel - Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea
 
Desembarque de Isabel II, 1957, Lisboa; Prova a preto e branco, gelatina sal de prata sobre suporte de papel - Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea


Fontes:
http://www.infopedia.pt/$carlos-calvet>
http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosFiltrarPorAutor.aspx 
http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Entidades/EntidadesConsultar.aspx?IdReg=68110
http://www.publico.pt/cultura/noticia/morreu-o-artista-plastico-carlos-calvet-uma-referencia-da-arte-contemporanea-1633108#/0