Lenda da Noite de São Silvestre
Há muito tempo atrás, muito tempo mesmo, existia uma ilha no Oceano Atlântico. Esta ilha era chamada de Atlântida, o povo que nela vivia era a civilização mais avançada do seu tempo. Alguns dizem mesmo que era a mais avançada que já existiu! Mas este povo avançado tornou-se muito arrogante, achando que podia conquistar o mundo inteiro. A ousadia era tanta que o rei desta civilização atreveu-se a desafiar os céus. Os deuses avisaram-no de que ele nada podia diante do poder deles. O rei não se abalou com o aviso, seguiu até à Grécia e atacou Atenas. Durante a batalha, o rei foi novamente avisado pelos deuses de que nada podia diante do poder deles e que a vitória seria de Atenas. E assim foi, além de perder a guerra o rei foi castigado duramente, pois terríveis tempestades, terramotos e maremotos destruíram por completo Atlântida. Séculos e mais séculos se passaram sem que alguém pudesse localizar o local onde um dia existira Atlântida.
Um dia, a Virgem Maria estava debruçada nos céus, sobre o oceano, sentada numa nuvem. São Silvestre aproximou-se para falar com ela. Era a última noite do ano e São Silvestre achava que deveria ser uma noite especial, com um significado diferente para os homens, marcando uma fronteira entre passado e futuro, um momento propício para o arrependimento do que fizeram de errado e de esperança por um futuro melhor. Ao ouvir o que pensava São Silvestre, a Virgem Maria achou a idéia muito boa. Revelou-lhe o que fazia ali sentada observando o oceano, com certa tristeza. Estava lembrando a bela Atlântida, que fora destruída pelos erros e pecados de seus habitantes. Conforme falava de Atlântida, a Virgem Maria deixou cair lágrimas de profunda tristeza e misericórdia. É que apesar do castigo ao povo de Atlântida, a humanidade não havia aprendido a lição e continuava cometendo os mesmos erros. São Silvestre estava comovido com as palavras e a tristeza da Virgem Maria. Observando-a percebeu que as suas lágrimas, eram na verdade pérolas que caíam dos olhos da Virgem. Uma destas pérolas-lágrimas, caiu exatamente no local onde antes, no vasto oceano, existiu Atlântida. Esta pérola deu origem à Ilha da Madeira, que é conhecida como Pérola do Atlântico.
Dizem os mais velhos, que por muito tempo nas noites de fim de ano, ao dar a meia noite, surgia nos céus um verdadeiro espetáculo de luzes e cores fantásticas, que perfumavam o ar com um aroma estonteante. O tempo foi passando e estas luzes e cores deixaram de aparecer. Os homens para recordar este fenómeno, passaram a usar os fogos de artifício para celebrar a Noite de São Silvestre.
Papa Silvestre I
Nascimento: Roma, 285. Eleição: 31 de Janeiro de 314. Fim do pontificado:31 de Dezembro de 335. Antecessor: Melquíades. Sucessor: Marcos.
São Silvestre I foi Papa entre 31 de Janeiro de 314 até 31 de Dezembro de 335 (data da sua morte), durante o reinado do imperador romano Constantino I, que determinou o fim da perseguição aos cristãos, iniciando-se a Paz na Igreja. Silvestre I foi um dos primeiros santos canonizados sem ter sofrido o martírio. Festa em 31 de Dezembro.
Silvestre I enviou emissários para presidirem ao sínodo de Arles (314) e ao Primeiro Concílio de Niceia, convocados por Constantino, a sua ausência é motivo de debate, provavelmente deve-se ao seu estado de saúde. Durante o seu pontificado a autoridade da Igreja foi estabelecida e se construíram alguns dos primeiros monumentos cristãos, como a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, e as primitivas Basílicas de Roma (São João de Latrão e São Pedro), bem como das Igrejas dos Santos Apóstolos e de Santa Sofia em Constantinopla.
Atribui-se em geral a conversão de Constantino a uma visão que terá tido antes da batalha da ponte de Milvius (312). Mas a tradição medieval, também teria dito que o imperador teria lepra incurável, e logo que Silvestre o baptizou por imersão numa piscina ficou imediatamente curado. Esta versão porém não tem fundamento, pois sabe-se que Constantino foi baptizado ao fim de sua vida, com a intenção de perdoar seus pecados, por Eusébio, bispo de Nicodemia.
O Papa Silvestre I abençoa Constantino. Afresco (datação, século XIII) - Capela de São Silvestre, Mosteiro dos Quatro Santos Coroados Fontes: |