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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Cigarreiras | séc. XIX

"JOB", cartaz. Litografia colorida. Autor: Alphonse Mucha. Data: ca:1896. Dimensões: 140cm x 94,5cm Anúncio a papel de cigarro. Ilustração com uma jovem mulher em vestido de noite, fumando. - Victoria and Albert Museum.
 

Originária dos Andes, a planta do tabaco espalhou-se por toda a América. No início do século XVI, o tabaco foi levado pelos espanhóis para a  Europa, onde teve imenso sucesso sob a forma mascada e sob a forma de rapé. O tabaco moído, enrolado em papel "mortalha", pelo fumador, foi outra forma de consumo. Nesta opção, o tabaco era armazenado na tabaqueira ou numa bolsa de couro. 


Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: pele, vidro, papel. Técnicas: pintura. - Museu Frederic Marès.


Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: prata e madrepérola. - Museu Frederic Marès.


Cigarreira com relógio. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

O hábito de fumar por mero prazer e ostentação, ocorreu no século XIX. O acréscimo de consumo, levou a que o tabaco pré-enrolado fosse comercializado. A cigarreira surgiu da necessidade de armazenar e transportar os cigarros, evitando que se quebrassem. 

Feitas de materiais luxuosos, eram consideradas objectos indispensáveis para qualquer cavalheiro ou dama elegante.

Cigarreira. Data: século XIX.  Material: prata - Museu Frederic Marès.



Cigarreira. "Vistas de Inglaterra". Torre de Londres e Câmara Municipal de Manchester. Data: segundo quartel do século XIX. Materiais: vidro, papel metalizado. Técnica: pintura. - Museu Frederic Marès.


Cigarreira. "Duas mulheres fumando". Data: século XIX. Materiais: metal e vidro. - Museu Frederic Marès.


Na literatura portuguesa do século XIX, a cigarreira é associada a diversas personagens. Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco, colocaram esse objecto no quotidiano das personagens de "O Crime do Padre Amaro", "A Cidade e as Serras" e "Sentimentalismo e História". 

(…)

D. Joaquina Gansoso arrastara Amélia para o vão da janela, perguntando-lhe se tinha outros objectos pertencentes ao homem. Amélia, atarantada, confessou que tinha algures, não sabia onde, um lenço, uma luva desirmanada, e uma cigarreira de palhinha

- É para o fogo, é para o fogo! Gritava Gansoso excitada.

(...) 

Era a Gansoso que entrava triunfante com a cigarreira, a velha luva e o lenço de algodão.

E as senhoras, com alarido, arremeteram para a cozinha. A mesma S. Joaneira as seguiu, como boa dona de casa, para fiscalizar a fogueira.

 - Os três padres então sós, olharam-se - e riram.

- As mulheres têm o diabo no corpo, disse o cónego filosoficamente. 

- Não senhor, padre mestre, não senhor, acudiu logo Natário fazendo-se sério. Eu rio, porque a coisa, assim vista, parece patusca. Mas o sentimento é bom. Para a verdadeira devoção ao sacerdócio, horror à impiedade... enfim o sentimento excelente. 

 (...)

Eça de Queirós - Romancistas essenciais 

"O Crime do Padre Amaro". (publicação original em 1874)

Editora Tacel Books.


Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: metal. Técnica: pintura. - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès. 

 

(…)

Bruscamente, ao sairmos da vereda para um caminho mais largo, entre um socalco e um renque de vinha, Jacinto parou, tirando a cigarreira:

Pois, Silvério, eu náo quero mais estas horríveis misérias na quinta.

O Procurador deu um jeito aos ombros, com um vago “eh! eh!” de obediência e dúvida.

- Antes de tudo – continuava Jacinto – mande já hoje chamar esse doutor Avelino para aquela pobre mulher… E os remédios que os vão buscar logo a Guiães. E recomendação ao médico para voltar amanhã, e em cada dia; até que ela melhore… Escute! E quero, Silvério, que lhe dê dinheiro, para os caldos, para a dieta, para a dieta, uns dez ou quinze mil-réis…Bastará?

(…) 

Eça de Queirós - "A Cidade e as Serras". Pág. 178

(Publicação original em 1901). 

Biblioteca de Autores Portugueses. Ulisseia.


Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: fio de prata. - Museu Frederic Marès.

(…) Felícia, ás escondidas, calçou os sapatos, serpenteou as fitas nas pernas bojudas, e ficou a contemplar-se com satisfação, regamboleando a canela, remirando-lhe todos os aspectos, horizontalmente, transversalmente, verticalmente, de esguelha, de perfil. Também tinha mitaines de retroz e ligas verdes de fivela, elásticas, trazidas do Allemão de Guimarães, quando o comendador lá foi comprar um grilhão de vinte moedas para a noiva, outro para a irmã, uma caixa de prata para o meio-grosso de Eusébio Macário e uma cigarreira do mesmo metal para o abade. (…)

Camilo Castelo Branco - "Sentimentalismos e Historia" Publicação 1879  - Pág. 241 e 242 . volume !

Original Universidade de Indiana

Editora Lello & irmão


 

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.


Fontes:

https://collections.vam.ac.uk/item/O89346/job-poster-mucha/

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466722/?resultsetnav=678ebf377890b

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466703/?resultsetnav=678fc146ecdc6

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766679/?resultsetnav=678fc1713eca5

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H721899/?resultsetnav=678fc15522058

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466728/?resultsetnav=678fc1485b762

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H721873/?resultsetnav=678fc1518802a

https://www.google.pt/books/edition/_/Obj4DwAAQBAJ?hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwix1-Gh34WLAxXgUaQEHeifO-sQre8FegQIERAD

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466726/?resultsetnav=678fc1485b762

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766645/?resultsetnav=678fc167415c3

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766715/?resultsetnav=678fdae82a216

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766656/?resultsetnav=678fc1688a18c

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766719/?resultsetnav=678fded1dbbdb

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H721918/?resultsetnav=678fc15c20877

https://www.google.pt/books/edition/Sentimentalismo_e_historia/3mbXZrb0w0cC?hl=pt-PT&gbpv=0

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766678/?resultsetnav=678fe699ed140

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco



sábado, 21 de maio de 2022

Porcelana decorada com metal


Tigela de duas alças de Burghley House, Lincolnshire - Porcelana chinesa 1573 – ca. 1585. Montagens britânicas ca. 1585. Porcelana de pasta dura, com suporte de prata dourada. Dimensões: 15,9 cm X 24,1 cm. - The Metropolitan Museum of Art

Ao longo dos séculos, os artesãos criaram diversos objectos de porcelana e cerâmica, que decoraram com esmalte colorido, aplicação de metal, técnicas de vidrado, gravura, pintura, entre outras.

As casas burguesas do século XVI, decoradas com ricos móveis e magníficos objectos, exibiam peças em porcelana, de grande requinte, entre elas a porcelana chinesa com montagens finamente trabalhadas em prata.


Jarro com bico em forma de cabeça de lobo - Porcelana pintada a azul cobalto sob vidrado. Feito na China (Jingdezhen). Aplicação em prata, feita em Inglaterra. Data: ca. 1600-10.  Dimensões: 24,1 X 21,5 cm. - Victoria and Albert Museum.


As peças de porcelana exportadas da China, eram valorizadas com decorações e montagens de metal, na Europa, para as tornar mais apelativas, luxuosas e  competitivas de acordo com o status elevado dos compradores. 

Nas montagens decorativas em móveis, relógios, objectos de iluminação e porcelana, os artesãos  usavam o processo ormolu, também conhecido como bronze dourado


Tijela de Potpourri com tampa - Porcelana do Japão (Arita) de finais do século XVII, montagens em bronze dourado, francesas ca. 1745-1750. Dimensões: 38,4 x 41,3 x 26 cm . - The Metropolitan Museum of Art

O ormolu mais antigo parece remontar ao século XVII, em França, onde este processo teve o seu "berço".

Nos séculos XVIII e XIX, os designers e marceneiros franceses recorreram com bastante frequência às montagens em ormolu, criando peças muito finas e requintadas. Dos mestres que trabalharam em ormolu destaca-se Jacques Caffieri (1678 - 1755) e Pierre Gouthière (1732-1813) em França, a par das oficinas de Matthew Boulton (1728 - 1809) e Benjamim Lewis Vulliamy (1780 - 1854) em Inglaterra.


Garrafa em forma de pêra - Garrafa octogonal em porcelana Qingbai, dinastia Yuan. Jingdezhen, 1300-1368 (feito). Aplicações alemãs em ormolu datadas de ca.1720. Dimensões: 27,8 cm X 13,5 cm. - Victoria and Albert Museum.

A parte superior da garrafa, em falta, foi substituída e consiste numa tampa de cúpula octogonal em ormolu. A parte inferior da garrafa foi também montada em ormolu e consiste  num pé octogonal perfurado com formas circulares.


Lavabo - Faiança pintada de azul e latão. Decoração barroca em azul cobalto. Torneira de latão e tampa de latão com remate formando um vaso com flores.Fabricante: Fábrica de Porcelana Claeuw , meados do século XVIII. Dimensões: 47 cm. - Museum of Applied Arts


Figura - Castiçal em base rococó ormolu com galhos metálicos pintados de verde segurando flores de pasta mole e dois bicos ormolu. Porcelana pintada em esmaltes e dourados, com montagem em ormolu. Artistas: JF Eberlein e JJ Kändler .ca. 1736-40. Fabricante:  Fábrica de Porcelana Meissen, Alemanha, ca. 1736-40. Altura da figura: 12 cm.-- Victoria and Albert Museum. 


Bule - Bule e tampa de porcelana com ferragens em prata dourada. Decoração com as armas da França e da Polónia. Fábrica de Porcelana Meissen, Alemanha, 1737.. Fabricante / montagens: Eloy Brichard 1756-62. Dimensões: 11,6 x 20 x 10 cm. - Victoria and Albert Museum

Esta peça faz parte de um dos mais importantes presentes reais do século XVIII. O bule pertence a um extraordinário serviço de chá e chocolate constituído por mais de 40 peças. Augusto III, rei da Polónia, presenteou em 1737 Maria LeszczynsKa, rainha de França,  esposa de Luís XV, rei de França. O presente pessoal poderia contribuir para melhorar as relações diplomáticas entre a Saxónia e a França.

O bule foi posteriormente montado em prata dourada por Eloy Brichard, conceituado ourives de Paris.



Caixa de Relógio - Porcelana de pasta dura com montagens de metal dourado. Fabricante: Meissen, Alemanha, 1728 - 30. Montagens de Dresden ca. 1830 - 50. Dimensóes: 54,8 x 30,8 x 23,2 cm. - The Metropolitan Museum of Art 

Esta peça, feita nos primeiros anos da fábrica de Meissen, é uma das mais arrojadas da época. A sua dimensão e o grupo escultórico, distinguem-na de outras peças de porcelana. No decorrer do  século XVIII, a fábrica produziu poucas caixas de relógio, cujas grandes dimensões e técnicas complexas elevavam os custos da produção.


Vaso - Porcelana com esmalte cristalino e montagem em prata.. Estilo: Arte Nova. Artista: Victor Saglier . Fabricante: Fábrica de Porcelanas Sèvres ca. 1900. Negociante de arte / vendedor : Siegfried Bing. - Victoria and Albert Museum




Fontes imagens:

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/199407

https://collections.vam.ac.uk/item/O104733/ewer-unknown/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/206799?searchField=All&sortBy=Relevance&ft=porcelain&offset=0&rpp=80&pos=20

https://collections.vam.ac.uk/item/O495626/bottle-unknown/

https://collections.imm.hu/gyujtemeny/lavabo/11300?f=2sSzQCaDkrlD-8vAkN91LYT4HVdb-muycPtwt2E4VomMW7BoN7yDxpRkP7xLxnlUEo17VbiAY&n=519

https://collections.vam.ac.uk/item/O333259/figure-eberlein-johann-friedrich/

https://collections.vam.ac.uk/item/O166564/teapot-brichard-eloy/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/659048

https://collections.vam.ac.uk/item/O122687/vase-bing-siegfried/


Fontes Texto:

https://en.wikipedia.org/wiki/Ormolu

https://www.britannica.com/art/ormolu



segunda-feira, 18 de maio de 2020

Mobiliário Art Noveau | Émile Gallé e Josef Hoffmann




Aparador de mogno com talha e embutidos. Émile Gallé, c. 1900. - Fiell, Peter & Charlotte. Design do século XX. Ed. Taschen

Émile Gallé (1844 Nancy, França – 1904 Nancy), foi um dos expoentes da Art Nouveau. Estudou no Lyceé Impériale em Nancy. Trabalhou para o seu pai, Charles Gallé Reinemer, na decoração de faianças e vidro. Entre 1864 e 1866, Gallé esteve em Weimar e estudou botânica, mineralogia e história de arte. Em 1886, viajou para Meseienthal, o centro Lorenense da produção de vidro. Na fábrica de vidro Burgun aprendeu a arte do vidro soprado. 

Libélula, mesa pedestal com três pés (primeira versão). Madeira de nogueira, várias incrustações de madeira e madrepérola. Émile Gallé - Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique


Alistou-se no exército para combater na guerra franco-prussiana e um ano depois representou a empresa da família na secção «Art de France» na  « First Anual International Exposition» em Londres. Em 1873, por influência de Émile, o seu pai fundou em Nancy uma nova fábrica de vidro, e quatro anos depois, Gallé tornou-se director da empresa da família. 



Cómoda intitulada O Sangue da Arménia ou O Campo de Sangue, apresentada na Exposição Mundial de 1900. Madeira de nogueira da Turquia, marchetaria e onix. Émile Gallé. A peça tem a inscrição: «Cuidado com as trevas, cuidado», Victor Hugo.  - Petit Palais Musée des Beaux-Arts de Paris.


Em 1878, recebeu quatro medalhas de ouro na «Exposition Universelle» em Paris. O seu grande sucesso levou-o a construir oficinas maiores, para aumentar a capacidade de produção, e em 1884, comprou um terreno para a sua nova oficina de marcenaria. 



Lit papillon - Cama do alvorecer ao crepúsculo (1903-1904). O alvorecer é evocado por duas borboletas entrelaçadas sobre um ovo, simbolizando a vida e o nascimento, no pé da cama. O crepúsculo é representado por uma borboleta nocturna com a cabeça inclinada para baixo, evocando o fim da vida, na cabeceira da cama. Madeira de ébano e pau-rosa, com incrustações de madrepérola e vidro. Émile Gallé - Musée de l' Ecole de Nancy - Wikipédia

O mobiliário de Gallé destacava-se pelo design requintado, cuja decoração com embutidos era inspirada em formas de plantas e animais. Esteve pela primeira vez exposto na «Exposition Universelle» em 1889, onde foi também premiado pelo seu novo design de vidro com técnicas muito inovadoras. Nesta exposição para além de receber o Grand Prix recebeu a «Legion d’Honneur». Em 1900, participou na Exposição Mundial onde apresentou uma peça de mobiliário intitulada O Sangue da Arménia ou o Campo de Sangue. A peça tem a inscrição: «Cuidado com as trevas, cuidado», Victor Hugo.este ano foi premiado com dois Grand Prix e uma Medalha de Ouro.



Espigas de trigo, buffet. Madeira de nogueira da Turquia, várias incrustações de madeira, decorações de espigas de trigo em bronze patinado. Émile Gallé Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique

Em 1901 fundou a «Alliance Provinciale des Industries d’Art» com Antonin Daum, Louis Majorelle e Eugéne Vallin- mais tarde conhecida como École de Nancy - tornando-se no primeiro presidente. Numa das suas últimas criações, a cama Aube et Crépuscule (1903-1904) podemos verificar a evolução na qualidade técnica e artística de Émile.
Após a morte de Gallé, aos 58 anos, a sua esposa Henriette Gallé deu continuidade ao trabalho do marido. Também reuniu todos os estudos e projectos publicando-os sob o título "Escritos de Arte".


Espigas de trigo, sala de jantar. Madeira de nogueira, várias incrustações de madeira, decorações de espigas de trigo em bronze patinado. Émile Gallé Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique


Josef Hoffmann (1870 Pimitz, Morávia – 1956 Viena), iniciou os estudos de arquitectura em 1887 e continuou o seu percurso na Academia de Belas Artes de Viena, onde foi aluno de Otto Wagner. Formou-se em 1895, fundou o grupo Siebener Club, um precursor da futura Secessão de Viena, e viajou com Josef Olbrich para Itália, onde venceu o Prix ​​de Rome



Escrivaninha, 1905. Madeira de carvalho. As portas laterais do alçado têm vidros coloridos decorados com molduras ovais. Josef Hoffmann. - Guia de História do Mobiliário. Ed. Presença

Em 1897, foi co-fundador da Secessão de Viena (Sociedade de Belas Artes Austríaca) e trabalhou no atelier de arquitectura de Otto Wagner. Entre 1899 e 1936 Hoffmann ensinou arquitectura e design na Kunstgewerbeschule (Universidade de Belas Artes de Viena) em Viena. 


Baú para fotografias, 1902. Madeira com folheado no bordo e níquel prata. Josef Hoffmann. Este baú foi incluído na instalação da Secessão de Viena na Exposição de Arte e Indústria de 1902 no Palais des Beaux-Arts em Düsseldorf, Alemanha. - Art Institute Chicago

Viajou para Inglaterra no ano de 1900 e neste país encontrou-se com membros da Arts & Crafts Mouvement britânico. Convidou Charles Rennie Mackintosh e Charles Ashbee para fazer o design das instalações para a VIII Exposição da Secessão a realizar em Viena no ano de 1900.



Mesa de centro (faz parte de um conjunto de móveis que inclui duas poltronas e um sofá), 1903. Madeira, madeira ebonizada, mármore e latão niquelado. Dimensões: 59,7 x 65,4 x 65,4 cm. Josef Hoffmann. -  The Metropolitan Museun of Art MMA


Hoffmann e Koloman Moser fundaram, em 1903, a Wiener Werkstätte onde Josef tinha funções de director artístico, sendo um dos mais criativos designers desta oficina cooperativa. Algumas das criações em metal de Josef para a cooperativa, eram obras arquitectónicas, enquanto outras mais acessíveis, incorporavam um padrão tipo grelha que foi usado em muitas das suas peças como a cadeira Sitzmaschine para a Jacob & Josef Kohn


Cadeira Sitzmaschine modelo No 670 para a Jacob & Josef Kohn, c. 1908. Josef Hoffmann. - Fiell, Peter & Charlotte. Design do século XX. Ed. Taschen

Após abandonar a Secessão de Viena, em 1905, fundou a Kunstschau com o pintor Gustav Klimt. Tornou-se membro fundador do Deutscher Werkbund e foi presidente da Osterreichischer Werkbund entre 1912 e 1920. Participou em diversas exposições internacionais entre 1914 e 1930.

Mod. 728. Cadeira "Fledermaus" para J&J Kohn, Josef Hoffman e Gustav Siegel, Áustria, por volta de 1907. Madeira e tecido. Josef Hoffmann. 1+1 design gallery 

Nas suas criações a interpretação original da Arte Nova antecipa os cânones do design funcional. Hoffmann foi uma personalidade fundamental da arquitectura e do design austríaco do início do século XX. A sua vasta obra arquitectónica inclui o Sanatório Purkersdorf (1904), o Palais Stoclet, em Bruxelas (1905-1911) e o bar do Cabaret Fledermaus, em Viena (1907).


Arquitectura do teatro. Bar do Cabaret Fledermaus, em Viena. Vista interior, bar e bengaleiro. Josef Hoffmann. Postal, nº 74, 1907. Dimensão: 9 X 14 cm. Papel/Impressão a cores. Editor: Wiener Werkstätte. -  Theater Museum, Viena
Arquitectura do teatro. Bar do Cabaret Fledermaus, em Viena. Vista interior, auditório com palco. Josef Hoffmann. Postal, nº 67, 1907. Dimensões: 9 X 14 cm. Papel/Impressão a cores. Editor: Wiener Werkstätte. - Theater Museum, Viena



Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Gall%C3%A9

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lit_%22Aube_et_Cr%C3%A9puscule%22_dEmile_Gall%C3%A9_(mus%C3%A9e_de_lEcole_de_Nancy)_(7915362932).jpg

https://www.fine-arts-museum.be/fr/la-collection/artist/galle-emile-1?letter=g

https://www.fine-arts-museum.be/fr/la-collection/emile-galle-salle-a-manger-aux-epis-de-bles?artist=galle-emile-1

http://www.petitpalais.paris.fr/oeuvre/commode-le-champ-du-sang-ou-le-sang-d-armenie


https://www.1plus1.gallery/

https://www.metmuseum.org/

https://www.artic.edu/artworks/117412/chest-for-photographs

https://www.theatermuseum.at/onlinesammlung/?query=all_persons%3AJosef+Hoffmann&no_cache=1&id=11694

Guia de História do Mobiliário. Ed. Presença

Fiell, Peter & Charlotte. Design do século XX. Ed. Taschen

domingo, 3 de maio de 2020

Mobiliário Art Noveau | Louis Majorelle e Gustav Siegel

Conjunto Art Noveau, composto por escrivaninha, cadeira e biombo, do designer Louis Majorelle. É evidente a elegância das proporções, a leveza das linhas e o bom gosto dos seus bronzes. O grande Livro da Decoração. Ed. Selecções do Reader's Digest, 1974.

Louis Majorelle (Toul, 1859 – 1926, Nancy), estudou pintura em Nancy e posteriormente na Escola de Belas Artes de Paris, entre 1877 e 1879. Após a morte de seu pai Auguste Majorelle, em 1879, Louis assumiu o negócio de mobiliário e cerâmica da sua família, em Nancy. 


Puxador Majorelle. Guia de História do Mobiliário. Ed. Presença

Influenciado pela obra de Emíle Gallé, iniciou a produção de design Art Noveau. A sala que exibiu na Exposition Universelle et Internacionale de Paris 1900, tinha como tema um lírio de água (nenúfar). O sucesso alcançado na Exposição fez o negócio prosperar, e este facto levou à abertura de várias lojas em toda a França.

Conjunto de mobiliário realizado em mogno com aplicações de bronze dourado sobre o tema nenúfares. Esta criação é um exemplo do desenvolvimento e do sucesso da produção de mobiliário de Louis Majorelle em 1900. - Musée de L'École de Nancy.


Em 1901, Louis foi nomeado vice-presidente da École de Nancy, e em 1903, expõe o seu mobiliário e iluminação de bronze dourado em Paris, por ocasião da exposição da escola.

A produção da fábrica é interrompida depois de um incêndio em 1916, e retomada após a I Guerra Mundial.

Por volta dos anos 20, o trabalho de Majorelle já reflecte influência do novo estilo Art Deco.





Armário de Apoio com cortina de ripas deslizantes, embutidos de 'penas de pavão', mogno e courbaril com aplicações em bronze dourado, ca. 1901, sobre o tema lírio de água. Designer Louis Majorelle. - Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique.


Louis Majorelle construiu uma casa de família em Nancy, a Villa Majorelle, por vezes apelidada de Villa Jika em homenagem à sua mulher Jane Kretz.

Após a morte de Louis Majorelle, em 1926, a produção de design sofisticado e caro manteve-se sem deixar de produzir peças mais sóbrias e acessíveis.




Vitrine em mogno com painéis folheados a courbaril e aplicações em bronze dourado, 1902, sobre o tema lírio de água. Designer Louis Majorelle. - Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique.


Gustav Siegel (Viena, 1889 – Viena, 1970), estudou na Kunstgewerbeschule (Escola de Artes) em Viena entre 1897 e 1901. Nesta cidade, foi admitido nas aulas de arquitectura de Josef Hoffmann, e em 1899, foi chefe do departamento de design da Jacob & Josef Kohn (empresa de móveis ao estilo vienense). 


Modelo 415/2. Madeira dobrada, tecido, metal, 1907. Designer Gustav Siegel. - Phillips


Desenhou um conjunto de móveis, para a companhia, que foram apresentados na Exposition Universelle et Internacionale de Paris 1900. O quarto exibido por Siegel, apresentava móveis de madeira curvada com secções quadradas, algo inovador para a época e, por isso, reproduzido por muitos designers.


Quarto desenhado por Siegel para o stand da Jacob & Josef Kohn, na Exposition Universelle et Internacionale de Paris,1900.- Fiell, Peter & Charlotte. Design do século XX. Ed. Taschen

Entre os designs mais conhecidos da companhia está a mobília No 728 (1905-1906). O conjunto de mobília No 415, executada por Siegel, foi apresentada na The Studio em 1908.
Siegel foi responsável por vários posters e publicidade da companhia  Jacob & Josef Kohn.


Modelo 728, cadeira "Fledermaus" para J & J Kohn, Josef Hoffman e Gustav Siegel. - 1plus1gallery

Poltrona. Madeira de faia com estofamento de couro, 1900 -1916 Designer Gustav Siegel. Fabricada por Jacob & Josef Kohn - The Art Institute of Chicago


Fontes:

https://musee-ecole-de-nancy.nancy.fr/accueil-2676.html

https://www.fine-arts-museum.be/fr/la-collection/louis-majorelle-grand-meuble-dappui-nenuphar?artist=majorelle-louis

https://www.fine-arts-museum.be/fr/la-collection/louis-majorelle-vitrine-nenuphar-4?artist=majorelle-louis

www.phillips.com

www.1plus1.gallery


https://www.artic.edu/artworks/154052/armchair

O grande Livro da Decoração. Ed. Selecções do Reader's Digest, 1974.

Guia de História do Mobiliário. Ed. Presença

Fiell, Peter & Charlotte. Design do século XX. Ed. Taschen