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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Guache | Amadeo de Souza-Cardoso

Canção d'Açude - Poema em cor. "Os moleiros /deste açude /adoram a / virgem / toda de branco / Os moleiros / deste açude adoram /a farinha." Guache sobre papel. Data: 1913. Dimensões: 23,8 cm x 33,1 cm. Autor: Amadeo de Souza-Cardoso. - Museu Calouste Gulbenkian



O "comjeitoearte" comemora hoje nove anos de publicações!


Aos amigos, visitantes e leitores deste blogue, agradeço a vossa atenção, o vosso tempo e a vossa companhia. 
  
Com a ajuda de todos, o blogue já  ultrapassou um pouco as 698 000 visitas. Actualmente as minhas publicações têm sido menos frequentes, por escassez de tempo, mas o blogue continua a ser visitado diariamente. 

O vosso interesse é também um incentivo. Obrigada a todos!

domingo, 26 de novembro de 2017

Amadeo de Souza Cardoso e José Augusto França | Diálogos




O cartoon "Diálogos Confidênciais", realizado em 1973 pelo arquitecto, pintor e ilustrador João Abel Manta, representa o pintor português  Amadeo de Souza-Cardoso ( 1887-1918) e o historiador, sociólogo e crítico de arte português José Augusto França (1922).



Fontes:

João Abel Manta,Cartoons 1969-1075. Edicões "O Jornal", 1975Lisboa

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Abel_Manta

https://pt.wikipedia.org/wiki/Amadeo_de_Souza-Cardoso

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9-Augusto_Fran%C3%A7a



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Aniversário dos pintores Amadeo de Souza-Cardoso e Claude Monet

Amadeo de Souza-Cardoso com boina e bata, 1913 (1887-1918) - Biblioteca de Arte, FCG
Celebra-se hoje o 125º aniversário do pintor português Amadeo de Souza Cardoso, que é homenageado pelo  Google com um logótipo especial.


Amadeo de Souza-Cardoso (Manhufe, Amarante, 14 de Novembro de 1887 – Espinho, 25 de Outubro de 1918) pertenceu à primeira geração de pintores modernistas portugueses. Sobressaiu pela qualidade excelente da sua obra e pela comunicação que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX. Poderá saber mais sobre a obra do artista aqui e aqui no comjeitoearte.


Dia 14 de Novembro aqui


Claude Monet, fotografado por Nadar em 1899
Oscar-Claude Monet (Paris, 14 de Novembro de 1840 — Giverny, 5 de Dezembro de 1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.
Claude Monet nasceu em Paris. O seu pai Claude - Auguste, era um pequeno comerciante e desejava que o filho continuasse no comércio da família, embora Claude desejasse ser pintor. A sua tia, Marie-Jeanne Lecadre incentivou-o a seguir a carreira artística.
A família mudou-se para Le Havre, Normandia, e Monet entrou para a escola secundária de artes (1851). Na cidade, Claude tornou-se conhecido pelas caricaturas que fazia dos seus amigos. Nas praias da Normandia, conheceu o pintor Eugène Boudin, que lhe ensinou algumas das técnicas de pintura de paisagem. Aos 16 anos, Monet ficou órfão de mãe, abandonou a escola e foi morar com sua tia Marie-Jeanne Lecadre, em Paris.


O Bairro Antigo de Dieppe "Le Pollet", grafite e aguarela, 1856/1857 - Museu de Belas Artes de Boston
Caricatura de Henri Cassinelli: "Rufus Croutinelli", grafite em papel de teceu, sobre cartão, c. 1858 - Instituto de Arte de Chicago

 Flores de Primavera, óleo, 1864 - Museu de Arte Cleveland
A Costa de Sainte-Adresse, óleo sobre tela, 1864 - Instituto de Artes de Minneapolis
Mulheres no Jardim, óleo sobre tela, 1866 - Museu d'Orsay
Depois de cumprir o serviço militar na Argélia, Claude voltou a Paris, onde se encontrou com artistas como Renoir, Sisley e Bazille, e entrou em contacto com um grupo de intelectuais, escritores e artistas como Zola, Cézanne e Degas, que junto com Manet começaram a opor-se à arte académica. A pintura de Monet, A Costa de Sainte-Adresse (1864) faz lembrar os trabalhos iniciais com Boudin, mas a tinta é aplicada em espaços mais amplos, os temas e formatos de maior complexidade. Com a obra Mulheres no Jardim (1866) rejeitada no Salão de 1867, Monet afastou-se do tratamento tradicional que até então deu ao retrato, como em Camille, retrato da sua futura mulher, que foi elogiado por Zola no Salão de 1866.

Jardim da Princesa, Louvre, óleo sobre tela, 1867 - Museu de Arte Allen Memorial
Grenouillère, óleo sobre tela, 1869 - Museu Metropolitano de Arte
Camille, com vestido verde, óleo sobre tela, 1866 - Museu Nacional de Arte de Roménia
Casas sobre o Achterzaan, óleo sobre tela, 1871 - MMA
Impressão, Nascer do Sol 1872 - Museu Marmottan, Paris

Em 1867, Camille e Monet tiveram o seu filho, Jean. A família atravessa graves dificuldades económicas vivendo uma época de fome e de pobreza extrema.  Durante a guerra franco-prussiana, o artista refugiou-se em Londres com a família, onde conheceu Pissarro e fez amizade com Paul Durand-Ruel. A partir de 1872, Monet interessou-se por Argenteuil, onde as belas paisagens do rio Sena, foram ideais para a sua abordagem na representação da água rápida e leve. Na obra O Barco Atelier (1876), pode ser visto o atelier que Monet improvisou dentro de um barco, aí podia navegar sobre a água, apreciar os efeitos luminosos e reproduzi-los na tela, com variações para o mesmo tema.   A luz emergente da madrugada com reflexões na água também pode ser vista no trabalho Impressão, Nascer do Sol (1872), pintado em Le Havre. Numerosos traçados sobrepostos numa cor mais neutra, capturam o momento da luz do amanhecer com reflexos do sol vermelho sobre a água. Esta pintura foi exibida na primeira exposição impressionista de 1874.


Boulevard de Capucines, óleo sobre tela, 1873/1874 - Museu de Arte Nelson-Atkins, Kansas
Jean Monet no seu cavalinho de pau, óleo sobre tela, 1972 - MMA
Camille Monet com quimono japonês, óleo sobre tela, 1876 - Museu de Belas Artes de Boston

 Inverno, Boulevard Saint-Denis, Argenteuil, óleo sobre tela, 1875 - Museu de Belas Artes de Boston
O Barco Atelier, óleo sobre tela, 1876 - Fundação Barnes
Preocupado com a grave doença da sua esposa, Monet alugou uma casa em Vétheuil (1878), uma pequena aldeia no Rio Sena. Camille morreu no ano seguinte, mas Monet permaneceu em Vétheuil até 1881. Mudou-se depois para Giverny, onde se fixou, e anos depois casou com Alice Hoschedé. Obsessivamente realizou estudos sobre os efeitos da luz, para o resto de sua carreira, dedicando-se à representação das fachadas eclesiásticas no início da década de 1890, de onde resulta a célebre série da Catedral de Rouen. Esta série evidência como a mudança de luz altera a percepção do meio e como a luz e a cor são fenómenos inseparáveis da percepção humana. Vinte pinturas da  série da Catedral foram exibidas na galeria Durand-Ruel em 1895.

Efeito da neve em Vétheuil, óleo sobre tela, 1878/1879 - Museu d'Orsay

Crisântemos, óleo sobre tela, 1882 - MMA
Auto-retrato, óleo sobre tela, 1884 - Museu Marmottan, Paris
A Catedral de Rouen. O portal e a torre Saint-Romain, pleno sol, óleo sobre tela, 1893 - Museu d'Orsay
A ponte japonesa com lírios de água, Giverny, óleo sobre tela, 1899 - Museu de Arte de Filadélfia

Durante os últimos trinta anos de sua existência, o artista trabalhou em torno do seu jardim em Giverny.  Num campo vazio, construiu um jardim exuberante com um grande lago, cheio de lírios d'água de todas as cores e rodeado por salgueiros e árvores exóticas, atravessado por uma pequena ponte oval. Todo o tempo e dinheiro investido na construção deste jardim foi compensado pelas pinturas que veio a realizar. Em 1899, Monet pintou em Giverny a famosa série de quadros chamada Nenúfares. 
O processo criativo foi além da observação directa da natureza e da memória visual, utilizada como recurso para o acabamento das suas composições. 
Nas últimas composições de lírios de água, a forma é quase dissolvida em cores especiais que, de alguma forma, é uma antecipação do que seria mais tarde a arte abstracta.
Em 1911, com o falecimento de Alice e um problema de visão, Monet perdeu um pouco a vontade de viver e pintar. Monet morreu em 1926 e está enterrado no cemitério da igreja de Giverny, departamento de Eure, na Alta Normandia, norte de França.
Ponte de Waterloo, névoa da manhã , óleo sobre tela, 1901 - Museu de Arte de Filadélfia

Lírios de água, óleo sobre tela, 1905 - Museu de Belas Artes de Boston

 Grande Canal, Veneza, óleo sobre tela, 1908 - Museu de Belas Artes de Boston
Nenúfares, óleo sobre tela, 1916-1919 - Museu d'Orsay
Retrato de Monet em 1917, óleo sobre tela, Museu d'Orsay
Retrato de Claude Monet (1875),  pintado por Auguste Renoir, óleo sobre tela - Museu d'Orsay

Fontes:
http://www.biografiasyvidas.com/biografia/m/monet.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Monet
http://www.marmottan.com/

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Amadeo de Souza-Cardoso - retratos II

Título desconhecido. Óleo sobre tela (1913), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG (Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian).

Amadeo no seu atelier, Rue Ernest Cresson, 20, Paris , 1912
Amadeo Ferreira de Souza-Cardoso ocupa um lugar cimeiro entre as figuras portuguesas de maior projecção intelectual, cultural e artística do século XX. Nasce na casa de Manhufe, concelho de Amarante, a 14 de Novembro de 1887. Inicia os estudos no Liceu Nacional de Amarante. Em 1905 irá estudar para a Escola de Belas Artes em Lisboa. A 14 de Novembro de 1906, dia do seu 19º aniversário, parte para Paris com a intenção de vir a ser arquitecto.

Título deconhecido. Desenho, grafite sobre papel (1911), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Título deconhecido. Desenho, grafite sobre papel (1912), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Título desconhecido. Aguarela sobre papel (1915), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Título desconhecido. Aguarela sobre papel (1915), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
O principal apoio para a sua formação, será o seio da casa familiar de Manhufe, lar de fortes tradições morais e religiosas, de intenso convívio social – local por onde passam figuras portuguesas de relevo, nas áreas artística, religiosa, cultural e política. Amadeo contou sempre com o apoio e amizade dos irmãos, primos e tios. Das figuras que desempenharam um papel importante como conselheiros, no que se relaciona com a sua vida artística e a sua ideologia política, para além do seu pai, tem destaque o papel desempenhado pelo seu tio materno Francisco José Ferreira Cardoso.

Título desconhecido. Óleo sobre tela (1913), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Título desconhecido. Aguarela sobre papel (1915), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Tête, aguarela sobre papel ((1915), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Amadeo foi o grande pioneiro do modernismo em Portugal, no que diz respeito às artes plásticas, pertence à primeira geração do século XX, período onde irão aparecer grandes mudanças nas artes, nas ciências e nas letras.
Entre os anos de 1906 a 1914, na sua estada em Paris, Amadeo esteve sempre atento a todas as novidades, no mundo das letras, das artes e da política. Paris era o centro das experiências artísticas, literárias e intelectuais na Europa. Amadeo mantêm correspondência assídua com o seu tio Francisco Cardoso “conselheiro e confidente tio Chico”, como a ele se referia. 
Retrato paisagem, desenho, grafite sobre papel (1913), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Litoral cabeça, aguarela sobre papel ((1915), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
Retrato de Eduardo Viana, desenho, grafite sobre papel (1912), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG
Em meados de 1914, Amadeo na companhia da sua futura mulher Lucie Maynard Pecetto, parte de Paris para Barcelona, onde conhecem o arquitecto catalão António Gaudi. Em Julho desse ano encontram-se em Portugal, no Porto, quando tem inicio a 1ª Guerra Mundial (Agosto), impedindo Amadeo e Lucie de regressar a Paris.
Retido em Portugal, integra-se num grupo de artistas “modernistas”, alguns deles regressados de Paris. Em 1916 realiza uma exposição no Palácio do Calhariz da Liga Naval, entre 4 de Dezembro a 18 de Dezembro. Irá fazer parte do célebre “grupo do Tavares”, grupo de artistas monárquicos, com ideias futuristas, organizado pelo seu amigo Vitor Falcão. Deste grupo fazem parte José de Almada Negreiros, Santa Rita Pintor, Francisco Franco, Eduardo Viana, Rui Coelho e João Amaral.
 
Retrato do Dr. Pallazolli, desenho, grafite sobre papel (1913), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.

Oceano vermelhão azul, cabeça azul (continuidades simbólicas). Rouge bleu vert, aguarela sobre papel (1915), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.


 
Retrato de homem, óleo sobre tela (1913), Amadeo de Souza-Cardoso - MMSC (Museu Municipal Souza-Cardoso).

Em 1918, Portugal é assolado por um surto epidémico de gripe, a pneumónica, vulgarmente conhecida por “gripe espanhola”. Nesse mesmo ano Amadeo é vitimado por esta doença, morre no dia 25 de Outubro apenas com 30 anos, rodeado pela sua família e mulher.

Luto, cabeça, boquilha, óleo sobre tela (1914-1915), Amadeo de Souza-Cardoso - MMSC.
O Rata, óleo sobre cartão (1915), Amadeo de Souza-Cardoso - MMSC.
Cavaquinho, óleo sobre tela (1915), Amadeo de Souza-Cardoso - MMSC.
Título deconhecido. Pintura, óleo sobre tela, (1917), Amadeo de Souza-Cardoso - CAMFCG.
0 Museu Amadeo de Souza-Cardoso, outrora Biblioteca - Museu Municipal de Amarante, foi fundado, em 1947, pelo Dr. Albano Sardoeira, visando reunir materiais respeitantes à História Local e lembrar artistas e escritores nascidos em Amarante: António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Acácio Lino, Manuel Monterroso, 0 Abade de Jazente, António Cândido, Teixeira de Pascoaes, Augusto Casimiro, Alfredo Brochado, Ilídio Sardoeira, Agustina Bessa Luís, Alexandre Pinheiro Torres...

Amadeo constitui a principal referência do Museu, de que é patrono, e a aproximação à sua obra torna-a em instrumento de uma pedagogia da modernidade, com os percursos visíveis do Cubismo à Abstracção, com as notícias do Futurismo, as marcas do Expressionismo e as premonições do Dadaísmo e seus absurdos.
Redescoberto Amadeo, nos anos 50-60, é em seu nome que no museu se reunirão obras de artistas premiados com o Premio Amadeo de Souza-Cardoso, entre os equívocos de figurativos e abstractos, alimentando a querela até ao questionamento da Escola de Paris, à dita morte das vanguardas americanas e anglo-saxónicas.

Amadeo com Lucie, Alexandre Ferraz de Andrade e Dr. António Mata

Saiba mais:


Fontes: