Mostrar mensagens com a etiqueta Vitral. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Vitral. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Biografia do artista plástico Fernand Léger

Fernand Léger no seu atelier, 86 rua Notre-Dame-des-Champs, 1937. Foto de Halasz Gyula (1899-1984).

Dia 4 de Fevereiro (aqui)


Jules-Fernand-Henri Léger nasceu em Argentan (Normandia, França) a 4 de Fevereiro de 1881 e faleceu em Gif-sur-Yvette a 17 de Agosto de 1955. Considerado uma das grandes figuras da arte moderna, Fernand Léger foi um pintor francês cuja obra, rica e consistente, atravessa toda a primeira metade do século XX. 
Fernand Léger entre as suas obras, em Gif sur Yvette, 1954. Foto de Robert Doisneau (1912-1994).
Fernand Léger era filho de um fazendeiro, nada fazia prever, que se tornaria num dos mais importantes pintores do século XX. Bom desenhador, cedo foi trabalhar como aprendiz num atelier de arquitetura em Caen. Aos 19 anos, mudou-se para Paris e frequentou as aulas do pintor Gérôme, na Escola de Belas Artes. 
Em 1908, um ano decisivo para ele, Léger instalou-se no edifício “Ruche”, na efervescência artística de Montparnasse, onde fez amizade com Robert Delaunay, Marc Chagall, Blaise Cendrars… Rápidamente forjou o seu próprio estilo com influências dos artistas cubistas Georges Braque e Pablo Picasso.  
Destaca-se nessa fase a sua tela "Nus na floresta", iniciada em 1909 e apresentada na exposição de 1911, no Salão dos Independentes. As telas "Nus na Floresta" e “Mulher de Azul”, marcam o apogeu da época cubista do pintor. Nesta década expôs no Salon d'Automne e mais tarde foi membro da Section d'Or. 

Esquisse pour "La Femme en Bleu" (Esboço para "Uma Mulher em Azul"), óleo sobre tela (131 x 99.1cm), 1912 - Museu Nacional Fernand Léger
Men in the City (Homem na Cidade), óleo sobre tela, (145.7 x 113.5 cm), 1919 - Museu Guggenheim     
Three Women (Três Mulheres), óleo sobre tela (183.5 x 251.5 cm), 1921-1922 - MOMA
Three Women by a Garden (Três Mulheres num Jardim), óleo sobre tela (64.8 x 91.4 cm), 1922 - MMA
Woman with a Cat (Mulher com Gato), óleo sobre tela (130.5 x 89.5 cm), 1921 - MMA

A partida de Léger para a guerra, em Agosto de 1914, representou uma ruptura brutal na sua carreira. A parte mais conhecida da sua obra foi realizada após a Primeira Guerra Mundial, durante os anos 20 e 30. Nos anos 20, o pintor inicia  a sua acção noutros campos criativos: literatura, artes cénicas, arquitetura ... Fascinado pelo cinema,  realiza o filme Ballet mécanique (1924).
Os temas da cidade e da máquina mereceram uma especial atenção por parte de Léger. Nas suas telas, predominam as figuras humanas maciças e magestosas, com formas volumetrias acentuadas e simplificadas, geralmente reduzidas a volumes primários, como cones e cilindros, denunciando a sua formação inicial em arquitetura e o fascínio pela civilização industrial do século XX.
Internacionalmente reconhecido a partir dos anos 30, Fernand Léger expôs na Europa e nos Estados Unidos, que visitou várias vezes. 


Still Life with a Beer Mug (Natureza Morta com Caneca de Cerveja), óleo sobre tela (921 x 600 mm ), 1921-1922 - TATE
Animated Landscape (Paisagem Animada), óleo sobre tela (49.5 x 65.1 cm), 1924 - Museu de Arte Filadélfia
Mechanical Elements (Elementos Mecânicos), aguarela, grafite e tinta sobre papel (242 x 303mm), 1926 - TATE
Le Grand Remorqueur (O Grande Rebocador), óleo sobre tela (125 x 190,6 cm), 1923 - Museu Nacional Fernand Léger
Mise-en-scène for the ballet "The Creation of the World" (Cenário para o bailado "A Criação do Mundo"), lápis sobre papel (21 x 27 cm), 1922 - MOMA
Costume design for the ballet "Skating Rink" (Figurino para o bailado "Ringue de Patinagem), aguarela, tinta, lápis sobre papel (31.4 x 24.1 cm), 1922 - MOMA
O ano de 1937 foi marcado pela sua participação na Exposição Internacional de Artes e Técnicas. No início da Segunda Guerra Mundial, Leger saiu de França e fixou-se em Nova Iorque, onde ensinou no Mills College, na Califórnia. Em 1945, Fernand Léger voltou para França e entrou para o Partido Comunista Francês. No regresso voltou ao seu atelier de Notre-Dame-des-Champs, abriu uma escola em Montrouge e depois em Paris. No final da sua vida, Léger iniciou diversos projectos monumentais, para encomendas de arte sacra (Capela Assy, Igreja do Sagrado Coração d’Audincourt ...) e edifícios públicos (Universidade de Caracas, edifício da ONU, em Nova York ...). Desde 1949, Fernand Léger deslocou-se com frequência a Biot (Alpes Marítimos) para trabalhar esculturas policromadas de cerâmica, na oficina de Roland Brice. 
O ano de 1950 foi marcado pela série "Os Construtores", que foram objecto de numerosos estudos. E seu álbum "Circus" é publicado pela editora Tériade, no mesmo ano. 

Les Trois Musiciens (Os Três Músicos), óleo sobre tela (238 x 230,5 cm), 1930 - Museu Nacional Fernand Léger
La Joconde aux clés (Mona Lisa com Chaves), óleo sobre tela (91 x 72 cm), 1930 - Museu Nacional Fernand Léger
Study for Cinematic Mural, Study II (Estudo para Mural Cinematográfico, estudo II ), lápis e guache sobre placa (50.2 x 38.0 cm), 1938-39 - MOMA
Circus Family (Família de Circo), lápis sobre papel (103.5 x 89.1 cm), 1941 - MOMA
Les Trapézistes (Os Trapezistas), óleo sobre tela (392.2  x 372.9  cm ), 1954 - Galeria Nacional da Austrália
Divers, Blue and Black (Mergulhadores, Azul e Preto), óleo sobre tela (168.3 x 127.6 cm), 1942-1943 - MMA
Um ano antes de morrer, o pintor completa a obra "O Grande Desfile", considerada a síntese de sua arte, monocromia cortada por faixas fortemente coloridas, ligando estranhas e poéticas figuras humanas. Em 1955, ano do seu falecimento, foi homenageado com o prémio da Bienal de São Paulo.
Em 1960, Nadia Léger, a sua viúva, e George Bauquier, o seu assistente, inauguraram o Museu Nacional Fernand Léger, no terreno adquirido pelo artista pouco antes de sua morte, ao pé da aldeia de Biot. Nos seus últimos trabalhos verifica-se a tendência para a separação do desenho e da cor. A cor forma uma composição abstracta e independente do desenho, definido por grosas linhas pretas de espessura uniforme.
Para além da obra pictórica, desenvolveu trabalhos importantes nas áreas da escultura cerâmica, do desenho, da tapeçaria, do teatro e do cinema. 

Les Cyclistes (Os Ciclistas), óleo sobre tela (129 x 161,5 cm), 1943 - 1948 - Museu Nacional Fernand Léger
Les Constructeurs (Os Construtores), óleo sobre tela (300 x 228 cm), 1950 -Museu Nacional de Fernand Léger

La Grande Parade sur fond rouge (O Grande Desfile sobre fundo encarnado), óleo sobre tela (114,5 x 156,2 cm), 1953 - Museu Nacional Fernand Léger

The Great Parade (O Grande Desfile, estado definitivo), óleo sobre tela (299.1 x 400.1 cm) - Museu Guggenheim 
Maquette para o mosaico da igreja de Notre-Dame de Toute Grace), guache e lápis sobre papel (89,7 x 145 cm), 1947 - Museu Nacional Fernand Léger
 Maquete para o vitral da igreja d'Audincourt, Lavagem das Mãos, guache, (48 x 20,5 cm), cerca de 1950 - ,Museu Nacional Fernand Léger
La Fleur qui Marche (A Flor que Anda), escultura esmaltada, ceramista Roland Brice ( 64 x 59 x 20 cm), 1952-1953 - Museu Nacional Fernand Léger


Fontes:

http://www.robert-doisneau.com/fr/
http://www.infopedia.pt/$fernand-leger
http://educacao.uol.com.br/biografias/fernand-leger.jhtm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernand_L%C3%A9ger

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Biografia do pintor Jean-Auguste Ingres

Auto-Retrato com a idade de 24 anos, óleo sobre tela, 1804 - Museu Condé, Chantilly


Dia 29 de Agosto (aqui)


Jean-Auguste Dominique Ingres ((29 de Agosto de 1780, Montauban – 14 de Janeiro de 1867, Paris), mais conhecido simplesmente por Ingres, foi um pintor francês, que executou a sua obra na passagem do Neoclassicismo para o Romantismo. Filho do pintor e escultor, Jean-Marie-Joseph Ingres (1755-1814), iniciou a sua formação académica na Academia de Toulouse. Viajou para Paris em 1796 e foi discípulo de Jacques-Louis David, o mais célebre dos neoclássicos de França. Ingres defendia a supremacia da linha sobre a cor, o estudo da escultura antiga e o valor do desenho de modelo vivo, princípios que ele melhorou, usando a linha como elemento expressivo da forma.

Auto-retrato, grafite sobre papel teceu, 1822 - Galeria Nacional de Arte, EUA
Retrato de Madeleine Chapelle ou Madame Ingres, grafite sobre papel teceu, 1814 - Museu Metropolitano de Arte, MMA
Ingres ganhou o Prix de Rome em 1801, com a obra Os Embaixadores de Agamemnon na Tenda de Aquiles, mas devido à economia do estado de França, a sua viagem seria preterida até 1806, quando houve disponibilidade de fundos. No intervalo, Ingres produziu os seus primeiros retratos. Estes dividem-se em duas categorias: auto-retratos e retratos dos seus amigos, concebidos num espírito romântico - Auto-Retrato, 1804 - retratos por encomenda, caracterizados pela pureza da linha e brilho da cor - Mademoiselle Rivière, 1806.

Retrato de Mademoiselle Rivière, óleo sobre tela, 1806 - Museu do Louvre
Baigneuse Valpinçon 1808; H. : 1,46 m. ; L. : 0,97 m.- Museu do Louvre
La Grande Odalisque, 1814; H. : 0,91 m. ; L. : 1,62 m. - Museu do Louvre
Nos primeiros anos em Roma, continuou a executar retratos e começou a pintar banhistas, tema que se tornaria um dos seus favoritos - A Banhista de Valpinçon, 1808. Quando terminou a sua bolsa de estudos de quatro anos, permaneceu em Roma e ganhou a vida realizando retratos em grafite, de membros da colónia francesa. Ingres casou em 1813 com Madeleine Chapelle. Na primavera de 1814, Ingres viajou até Nápoles a fim de pintar Carolina Bonaparte. Pintou outras encomendas de retratos e realizou composições como A Grande Odalisca. A queda de Napoleão deixou-o de súbito sem patrono. Recebeu a sua primeira encomenda oficial de três anos, em 1817, um Cristo dando as chaves a São Pedro, completado em 1820. Em 1820 mudou-se de Roma para Florença, onde permaneceu por quatro anos, trabalhando em O Voto de Luís XIII, encomendado para a Catedral de Montauban.

La Grande Odalisque (detalhe ), 1814, H. : 0,91 m. ; L. : 1,62 m. - Museu do Louvre
Odalisque, litografia, 1825 - Galeria Nacional de Arte, EUA
O trabalho de Ingres era frequentemente criticado em Paris, por causa das suas distorções 'Góticas'. A obra O Voto de Luis XIII, foi exibido no Salão de 1824, e rendeu-lhe finalmente o tão ambicionado sucesso e a aceitação da crítica. Concebida num estilo Rafaelesco e relativamente livre da arcaísmos, pelo que o autor havia sido tão fustigado nos anos anteriores, a composição foi admirada até mesmo pelos mais intransigentes Davidianos, e a sua fama constou em França. Em Janeiro de 1825, antes do enceramento do Salão, recebeu a Cruz da Legião de Honra e em Junho foi eleito para o Instituto de França.

The Vow of Louis XIII, óleo sobre tela, 1924 - Catedral de Notre-Dame, Montauban
The Dream of Ossian, lápis, giz preto e branco, aguada verde-azul, sobre papel, 1811 - Galerias Nacionais da Escócia
The Martyrdom of Saint Symphorien, óleo sobre tela, 1834 (réplica 1865) - Museu de Arte de Filadélfia
Etudes pour le Martyre de saint Symphorien, óleo sobre tela, 1824-1834 - Museu Ingres
Ingres permaneceu em Paris durante os próximos dez anos e recebeu as honras, que sempre desejou. Durante este período, dedicou grande parte do seu tempo à execução de duas grandes obras, a Apoteose de Homero, 1827, encomendada pelo governo, e o Martírio de São Sinforiano, 1834, realizada para a Catedral de Autun e mostrado no Salão de 1834. Este último quadro foi mal recebido, no entanto, uma oportunidade fê-lo voltar a Roma, tornando-se o novo diretor da extensão da academia de Paris naquela cidade, onde se manteve por sete anos.

Études pour l'Apothéose d'Homère,1826 - 1827; H. : 0,34 m. ; L. : 0,31 m.- Museu do Louvre
Seated Female Figure. Study for the Figure of the Iliad in "Apotheosis of Homer", grafite e giz preto, realçada com giz branco, sobre papel pardo, 1827 - MMA
Study for the Drapery of Molière in the "Apotheosis of Homer", giz preto - MMA
L'Apothéose d'Homère, 1827; H. : 3,86 m. ; L. : 5,12 m. - Museu do Louvre
Em 1841, voltou a França, onde exibiu privadamente Antíoco, 1840. A imprensa foi tão favorável, que todas as honras lhe foram prestadas. Foi recebido por numerosos admiradores, foi homenageado num  banquete e foi convidado pelo rei para uma audiência. O retrato do Duque de Orleães que realizou em seguida foi copiado diversas vezes, por força do impacto que causou a sua morte por atropelamento. Os grandes painéis que foram encomendados para o Castelo de Dampierre, iniciados em 1843 com grande entusiasmo, foram contudo deixados inacabados, uma vez que o falecimento da esposa em 1849, o deixou bastante deprimido. Depois de ultrapassar essa fase, produziu trabalhos em pequena escala e em Outubro de 1851, renunciou ao cargo de professor na Escola de Belas-Artes. O seu segundo casamento em 1852, contribuiu para a sua felicidade e Ingres continuou a trabalhar com grande vontade.

La maladie d'Antiochus, ou Antiochus et Startonice, óleo sobre tela, 1840 - Museu Condé
Retrato de Ferdinand-Philippe-Louis-Charles-Henri de Bourbon-Orléans, duque d'Orléans (1810-1842), 1842; H. : 1,58 m. ; L. : 2,22 m. - Museu do Louvre
Catorze figuras de Santos; H. : 2,10 m. ; L. : 0,92 m - Museu do Louvre
Catorze Figuras de Santos H. : 2,10 m. ; L. : 0,92 m.  - Museu do Louvre - Catorze Figuras de Santos, no qual os membros da família real (incluindo o Duque e a Duquesa de Orléans, Ferdinand-Philippe e Hélène e rainha Marie-Amélie) têm representados os seus santos padroeiros. Cartões pintados em 1842 para os vitrais da capela erigida no local do acidente fatal de Ferdinand Philippe, Duque d'Orleães (1810-1841), filho mais velho do rei Louis-Philippe. Esta capela, construída originalmente em Neuilly, mudou para um lugar próximo, em Paris, em 1970.

 Vitrais da Igreja de Notre-Dame da Compaixão (Capela Real) no lugar do general Koenig - cartão por Jean Auguste Dominique Ingres (por volta de 1843).
Uma das suas obras-primas reconhecidas, o Banho Turco, 1862, foi realizada por Ingres quando tinha oitenta e dois anos. Nesse mesmo ano foi nomeado para o Senado francês. Morreu depois de uma breve doença em Janeiro de 1867, aos oitenta e sete anos, interrompendo assim o seu trabalho. Fez uma doação de obras (várias pinturas e desenhos de mais de 4.000) à sua cidade natal, dando origem ao actual Museu Ingres. Edgar Degas, um grande colecionador de suas pinturas, compartilhou a opinião de Henri Lapauze, quando este interpretou as criações de Ingres, como sendo a fonte da modernidade francesa. As  suas obras exerceram influência sobre o trabalho de Matisse, Picasso e Derain, entre outros mestres modernos. Na sua carreira encontrou grandes sucessos e grandes fracassos, mas é considerado hoje um dos mais importantes nomes da pintura do século XIX.

Retrato de Joséphine-Éléonore-Marie-Pauline de Galard de Brassac de Béarn (1825–1860), Princesa de Broglie, óleo sobre tela, 1851-1853 - MMA
Retrato de Joséphine-Éléonore-Marie-Pauline de Galard de Brassac de Béarn (1825–1860), Princesa de Broglie (detalhe), óleo sobre tela, 1851-1853 - MMA
Étude pour Le Bain Turc, caneta e tinta castanha; H. : 00,159 m. ; L. : 00,106 m. - Museu do Louvre
Le Bain Turc 1862; H. : 1,08 m. ; L. : 1,10 m. - Museu do Louvre
Le Bain Turc (detalhe), 1862 ; H. : 1,08 m. ; L. : 1,10 m. - Museu do Louvre

Fontes:
http://www.wga.hu/frames-e.html?/html/i/ingres/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Auguste_Dominique_Ingres