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terça-feira, 13 de junho de 2023

Bica é a grande vencedora | 2023


A Marcha da Bica venceu o concurso das Marchas Populares de Lisboa de 2023. - Câmara Municipal de Lisboa

A Marcha da Bica venceu o concurso das Marchas Populares de Lisboa de 2023. - EGEAC - José Frade

A Marcha da Bica  foi a grande vencedora do concurso das Marchas Populares de Lisboa de 2023. O tema da marcha "Um cantinho para a gente", no ano em que o Marítimo Lisboa Clube, que organiza a marcha , ficou sem sede. 
Apadrinharam esta marcha Débora Monteiro e Tiago Tores da Silva.
Cenografia e figurinos foram criados poelo estilista Dino Alves.

A Bica teve ainda 3 distinções especiais: Melhor Letra, Melhor Coreografia e Melhor Desfile na Avenida.
"Menino Parque Mayer" no ano do seu centenário deu o mote à 89ª edição das Marchas de Lisboa.

A Marcha da Bica obteve 8 primeiros lugares entre 1952 e 2023 (1952; 1955; 1958; 1963; 1970; 1992; 2003; 2023). O terceiro lugar foi-lhe atribuído em 1966 e 2013.


A Marcha da Bica obteve o 1º lugar no concurso das Marchas Populares de Lisboa de 1992. - ReseachGate - Graça I. Cordeiro

As Marchas Populares de Lisboa foram organizadas pela primeira vez em 1932, com a orientação de José Leitão de Barros (1896-1967). A ideia surgiu da parte do director do centro de entretenimento do Parque Mayer, com a finalidade  de realizar um espectáculo de atracção cultural nocturno, inserido na quadra dos santos populares de Junho. As colectividades culturais e os grupos de populares bairristas lisboetas, foram convidados a participar. À empresa do Parque Mayer juntaram-se o Notícias Ilustrado, o Diário de Lisboa e outras empresas privadas. 

A comunicação social prestou um enorme contributo para a divulgação do evento das marchas, tanto na imprensa, como na difusão radiofónica através da Emissora Nacional, a partir de 1935.

Em 1958 as Festas da Cidade de Lisboa integraram o concurso das marchas e um Grande Festival Nacional de Folclore. Em 1963, o general França Borges (1901-1986), presidente da Câmara Municipal de Lisboa, considerou o concurso das marchas de grande significado para a vida social e turística da cidade. Neste ano iniciou-se a difusão televisiva, com emissões directas das marchas.

Na edição de 1981, é feita uma tentativa de reforçar o estatuto cultural das marchas, com a introdução no júri de especialistas em literatura, coreografia, cenografia e música, bem como académicos e outros responsáveis culturais.

O Gabinete de Festas da Cidade, em 1991, promoveu a divulgação da avaliação dos jurados, dos critérios de apreciação e dos pareceres sobre o futuro das marchas populares, junto das colectividades responsáveis pela organização das marchas. 

A Marcha da Bica obteve o 1º lugar no concurso das Marchas Populares de Lisboa de 1952. Suporte: Negativo de gelatina em prata sobre acetato de celulose. Medidas: 6X6cm. Autor: António Castelo Branco. - Arquivo Municipal de Lisboa

A Marcha da Bica obteve o 1º lugar no concurso das Marchas Populares de Lisboa de 1955. Suporte: Negativo de gelatina em prata sobre acetato de celulose. Medidas: 6X6cm. Autor: Judah Benoliel. - Arquivo Municipal de Lisboa


A Marcha da Bica obteve o 1º lugar no concurso das Marchas Populares de Lisboa de 1963. Pavilhão dos Desportos. Suporte: Negativo de gelatina em prata sobre acetato de celulose. Medidas: 9X12 cm. Autor: Armando Maia Serôdio - Arquivo Municipal de Lisboa


A Marcha da Bica obteve o 1º lugar no concurso das Marchas Populares de Lisboa de 1970. Pavilhão Carlos Lopes. Suporte: Negativo de gelatina em prata sobre acetato de celulose. Medidas: 6X6 cm. Autor: Armando Maia Serôdio - Arquivo Municipal de Lisboa

Marcha da Bica. Tinta da China sobre papel. Data: 1955. Dimensões: 27 X 21 cm. Autor: Carlos Andrade Ribeiro. - Museu de Lisboa.


Lisboa veio para a Baixa admirar o espectáculo do desfile das marchas populares; Revista Municipal. Guache sobre papel. Data: 1963. Dimensões: 11,5 X 21,5 cm. Autor: Carlos Ferreiro. - Museu de Lisboa.


A Marcha da Bica obteve o 5º lugar no concurso das Marchas Populares de Lisboa de 2017. - Wikipedia . Rick Morais


A Marcha da Bica obteve o 13º lugar no concurso das Marchas Populares de Lisboa de 2022. - Cultura na Rua - José Frade

 
https://www.lisboa.pt/atualidade/noticias/detalhe/e-a-marcha-vencedora-e-a-bica/

https://egeac.pt/e-a-marcha-vencedora-e/

https://www.dn.pt/local/bica-vence-marchas-populares-de-lisboa-16519738.html

https://www.dn.pt/local/a-bica-pediu-um-cantinho-e-ganhou-o-titulo-de-campea-das-marchas-16522234.html

https://www.culturanarua.pt/galeria/festas-de-lisboa/a-marcha-e-lindaaaaa/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Marchas_populares_de_Lisboa

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=2684&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=11549&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

https://books.openedition.org/etnograficapress/586

https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-A-Marcha-da-Bica-de-1992-C-Graca-I-Cordeiro_fig1_332596617

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Marcha_da_Bica_2017.png

https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/X-arqWeb/Search.aspx

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Santo António | Alfama, Castelo, Mouraria e Sé

Santo António com Menino ao colo. Autor: Desconhecido. Material: Barro com tintas multicolores. Dimensões: 38X16,3cm. Local de execução: Alto-Alentejo/Évora/Estremoz. Museu Nacional de Etnologia- MatrizNet.
 

(...)
Santo António nasceu em Lisboa no ano de 1195 (15 de Agosto), e morreu em Pádua a 13 de Junho de 1231. Vestiu o hábito de Santo Agostinho no convento de S. Vicente de Fora, em Lisboa. Daqui foi para Coimbra, onde tomou a hábito seráfico de frade menor de S. Francisco. Passou a África para pregar o Evangelho, e a doença trouxe-o de volta, mas o temporal levou-o de aferrada à Sicília  (1221). Daí peregrinou pela Itália, na evangelização e no ensino catedrático. Esteve no capítulo da ordem, na cidade de Assis, a que o Patriarca S. Francisco assistiu (1221); passou por Bolonha, em cujas proximidades estabeleceu a sua Tebaida, em Pádua, Florença, Veneza; passando à França esteve em Limoges, Mompilher, etc. Em Portugal notara-se pela sabedoria; em Itália o Bispo de Forlibio, animou-o e auxiliou-o; (...). Frade austero e erudito, deixou na sociedade rude do tempo do nosso primeiro rei larga fama de santidade. Na boca do povo anda ainda a tradição deste santo, milagreiro e, consoante passos anedóticos, "amigo das moças". A sua festa é celebrada especialmente em Lisboa, onde o folguedo popular em danças e descantes evoca os hábitos, cristianizados, das festas pagãs. É um santo casamenteiro e nessa qualidade é invocado nas cantigas do povo. Festeja-se a 13 de Junho. E se pelos folgazões é esperado, anima este dia a esperança das crianças que pela província fora armam os seus altarzinhos, as suas cascatas de musgo e verdura, onde reaparece a meio do ano algumas figurinhas de presepe. É advogado dos moleiros. (...). - Há por todo o nosso país imensas capelas da invocação de Santo António.

in "O Archeologo Português"; série I; Volume XXI (1916);"Registos dos Santos".Luis Chaves.  - DGPC Património Cultural



História da Cidade de Lisboa (2016) - Mural com banda desenhada da autoria de Nuno Saraiva. Junto do Miradouro das Portas do Sol no bairro de Alfama. - Fotos "comjeitoearte" 


Alfama, Castelo, Mouraria e Sé , entre os bairros populares de Lisboa, representados por artistas plásticos.



Ronda dos Bairros. Programa das Festas de 1934. Tinta-da-china sobre papel. Dimensões: 35X25cm. Data: 1934. Autor: José Sobral de Almada Negreiros (1893-1970). - Museu da Cidade.


Lisboa - Alfama. Óleo sobre madeira. Dimensões: 32,5 X 41 cm. Data: 1920. Autor: Francis Smith (1881-1961). - Centro de Arte Moderna Gulbenkian.

Arco Escuro - Alfama. Aguarela sobre papel. Dimensões: 27,5X18,2cm.
Data: 1925. Autor: Alfredo Roque Gameiro (1864-1935). - Museu de Lisboa

Rua de S. Pedro - Alfama. Aguarela. Data: 1920. Autor: Alfredo Roque Gameiro (1864-1935) - Wikimedia Commons  


Arco de Jesus. Óleo sobre platex. Dimensões: 23,5 X 19,5 cm. Data: Sec. XX (2ª metade?). Autor: Manuel Jorge (1924-2015). - Museu da Cidade.

Escadinhas de S. Miguel - Alfama. Óleo sobre platex. Dimensões: 19,7 X 29,7 cm. Data: Sec. XX (2ª metade?). Autor: Manuel Jorge (1924-2015). - Museu da Cidade.

Largo de S. Rafael - Alfama. Óleo sobre platex. Dimensões: 20 X 30 cm. Data: Sec. XX (2ª metade?). Autor: Manuel Jorge (1924-2015). - Museu da Cidade.

Porta de S. Jorge no Castelo de S. Jorge. Aguarela sobre papel. Dimensões: 33,5 X 40,4 cm. Data: 1959. Autor: Eduardo Staubyn. - Museu da Cidade


Sé de Lisboa. Óleo sobre tela. Dimensões: 61,5 X 74 cm. Data: 1938. Autor: Carlos Botelho (1899-1982). - Centro de Arte Moderna Gulbenkian.

Escadinhas de S. Cristóvão. Aguarela. Data: 1910-1920. Autor: Alfredo Roque Gameiro (1864-1935) - Wikimedia Commons  
 .

Santo Antônio de Lisboa. Impressão sobre papel. Dimensões: 11,5 X 6 cm. Data: Séc. XX. - Museu da Ctdade


Fontes:

http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=92268

https://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/o_arqueologo_portugues_1_serie/

https://comjeitoearte.blogspot.com/2016/06/historia-da-cidade-de-lisboa-em-banda.html

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=2499&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/lisboa-alfama-138962/

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=1449&ns=216000&Lang=po&museu=2&c=explorar&IPR=8092

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roque_Gameiro_(Lisboa_Velha,_n.%C2%BA_01)_R_de_S_Pedro.jpg

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=72041&ns=216000&Lang=po&museu=2&c=explorar&IPR=8092

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=72038&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=72037&ns=216000&Lang=po&museu=2&c=explorar&IPR=8092

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=1465&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/se-de-lisboa-138908/

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roque_Gameiro_(Lisboa_Velha,_n.%C2%BA_91)_Escadinhas_de_S_Cristovam.jpg

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=46294&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

sábado, 13 de junho de 2020

Santos Populares em Lisboa


Programa das Festas de Lisboa, 1934. Autor: Almada Negreiros - Almada Negreiros - (França, José Augusto (1974), Almada o Português sem Mestre. Lisboa: Estúdios Cor).  

 - 

Em Lisboa, as festas que no mês de Junho se dedicam a Santo António, São João e São Pedro, são de especial regozijo da população, em especial as dedicadas a Santo António. A devoção dos lisboetas por Santo António, nascido em Lisboa, é secular. Este Santo, muito humanizado por tradição, é invocado  pelos marinheiros em momentos de aflição, chamado para proteger as raparigas,  convocado nos objectos perdidos... 




Santo António de Lisboa. Estampa religiosa.  Litografia colorida. (entre 1840 e 1936?). Biblioteca Nacional de Portugal - BNP. 

Foi nos anos 30 do século XX, que Leitão de Barros, organizou as Marchas Populares, e fomentou concursos de tronos e de janelas enfeitadas. Os tronos, executados por crianças dos bairros antigos de Lisboa, exibiam a imagem de Santo António colocada no topo. A quem passava, as crianças pediam "um tostãozinho para o Santo António". Vem o costume, segundo se diz, do peditório que em toda a cidade se fez, por altura do terramoto de 1755, para ajudar na reconstrução da sua igreja. 

A tradição dos tronos continua a merecer a atenção popular.  Este ano (2020), a sexta edição é digital.



Festas de Santo António
. Crianças preparam o trono e o peditório. Data: Junho de 1909. Fotógrafo: Joshua Benoliel (1873-1932). Negativo de gelatina e prata em vidro. - Arquivo Municipal de Lisboa.


Trono de Santo António.
Largo de São Miguel. Foto "comjeitoearte" (2019).

Alfama é o lugar de excelência nas festividades e na alegria dos arraiais. O cheiro a manjerico – com cravo de papel e quadra – e a sardinha assada, percorre os becos, vielas e escadinhas dos bairros de Lisboa durante os festejos.

Nos anos 50 do século XX, os mais célebres Arraiais de Santo António, foram organizados na Praça da Figueira. 


Santos Populares
, arraial. Data: Entre 1950 e 1970. Ferrari, Amadeu (1909-1984), fotógrafo. Negativo cromogéneo em acetato de celulose. Arquivo Municipal de Lisboa

.


Arraial, decoração . Rua de São Miguel. Foto "comjeitoearte" (2019).



As primeiras marchas populares oficiais, organizadas de acordo com um plano artístico de conjunto, foram as apresentadas nas Festas da Cidade, em 1934. O programa das festas, teve ilustrações de Almada Negreiros. 


Programa das 
Festas de Lisboa, 1934. Autor: Almada Negreiros


Festas da Cidade ,1934. Vários aspectos das marchas populares nocturnas, e do fogo de artifício queimado no Tejo. Ao alto da página vemos uma fotografia do Terreiro do Paço, onde se efectuou o Arraial e a Feira, vendo-se a estátua de D. José e o Arco da Rua Augusta profusamente iluminado. - Ilustração nº 204, de 16 de Junho de 1934, pág. 19. - Hemeroteca Municipal de Lisboa



No ano de 1950, foram organizadas onze marchas populares. O desfile realizou-se no dia 12 de Junho, à noite, entre a Praça do Comércio e a Avenida Fontes Pereira de Melo. Nos dias 23 e 28 de Junho, à noite, as marchas apresentaram-se a concurso no Pavilhão dos Desportos.



A marcha da Madragoa.
1º prémio de classificação geral e de pitoresco. 
Data: 1950. Fotógrafo: Joshua Benoliel (1873-1932). Negativo de gelatina e prata em nitrato de celulose. Madragoa participou em 1932, com excepção de 1981, e colaborou todos os anos nos Festejos dos Santos Populares. A sua primeira organização foi da responsabilidade de um Comissário Local, assim como, em 1934 e 35. O seu figurino feminino são as Varinas. - Arquivo Municipal de Lisboa..




A marcha de Alfama
. 1º prémio de tradição e 3º prémio de classificação geral. 
Data: 19. Fotógrafo: Joshua Benoliel (1873-1932). Negativo de gelatina e prata em nitrato de celulose. - Arquivo Municipal de Lisboa.


As marchas populares que sempre constituíram um espectáculo colorido e cheio de vida, são muito aplaudidas e acarinhadas pela população. 


Mouraria, marchas e arraiais dos Santos Populares. Local: Chão da Feira. Data: 12 -06-2019. Fotógrafo: Luís Pavão.1954-.Suporte Digital TIFF. - Arquivo Municipal de Lisboa.


Fontes:


https://egeac.pt/concurso-tronos-de-santo-antonio20/

http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/

http://www.bnportugal.gov.pt/

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/RevMunicipal/N45/N45_item1/P4.htm

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Responsório de Santo António

Santo António. Escultura em madeira, estofada, dourada e policromada. Séc. XVIII. Autor desconhecido. A peça foi mostrada em 3 exposições (1992;1993;1994). - Museu Nacional de Arte Antiga. MatrizNet

Quem milagres quer achar / Contra males e o demónio, / Busque logo a Santo António, / Que aí os há-de encontrar. 
Aplaca a fúria do mar, / Tira os presos da prisão, / Ao doente torna são, / E o perdido faz achar.  

Responsório de Santo António. Texto de Julieta Ferrão. Modas e Bordados nº 1741, de 20 de Junho de 1945, pág. 2.

E sem respeitar os anos, / Socorre a qualquer idade; / Abonem esta verdade / Os cidadãos paduanos.
Glória eterna dada seja / À Santíssima Trindade, / Por toda a eternidade; / Minha alma assim o deseja. 
- Orai por nós, bem aventurado António.
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

O perdido faz achar?... Vamos, leitora amiga, não sente necessidade de repetir o Responso a Santo António, tanto mais que estamos no mês em que a súplica deve ser mais eficaz? Vamos pedir, pedir muito para que, no meio desta barafunda, possamos encontrar o perdido: o bom senso... o sentido das proporções... o equilíbrio... a equidade... o tempo perdido, de forma a alcançarmos disciplina nos espíritos, nas almas, nas coisas e até no espaço?
Nunca a confusão foi tão confusa! Já reparou no ar apressado, inquietante, agitado do nosso semelhante? Devemos confessar que não é só o semelhante, somos nós próprios, que andamos a correr, a atropelar numa carreira vertiginosa, para chegarmos depressa. Aonde? Não sei. Só verifico que nos esfalfamos, e, ao terminar o dia, quando pretendemos dar balanço ao aproveitamento da energia despendida, chegamos à conclusão de que nada fizemos e de que não nos chegou o tempo para coisa alguma! E, contudo, não parámos!
Desconfio de que o dia já não tem as 24 horas, a hora os sessenta minutos e o minuto os sessenta segundos que, ao iniciar os estudos, me afirmaram ter. Terá o tempo sido vítima de racionamento?
(...)
Mas... já acabou o dia? a semana? o mês? o ano? Mas... ontem não foi dia 1? O quê hoje já são 30? Mas, Santo António, em que foi que perdi o tempo?
Eu sei já não nos ser possível organizar programas pelo menos com intenção de os cumprir integralmente. A vida, hoje, é cheia de surpresas, de imprevistos, e estes é que contam. Mas, para os receber com espontaneidade tem que haver tempo. Tempo? Não, decididamente, o tempo foi alterado. Houve racionamento e não demos por ele. Só lhe damos pela falta...
Santo António valei-nos! (...)
Maio, 1945
Julieta Ferrão 


No mês de Santo António, transcrevo parte do texto da autoria de Julieta Ferrão, publicado em 1945 (Modas e Bordados nº 1741, de 20 de Junho, 1945 - pág. 2). 
Decorridos 75 anos  sobre a publicação deste texto, o seu conteúdo mantém-se actual.


Igreja de Santo António. Inauguração do Museu Antoniano, em !3/06/1962. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, formato 9x12. Na foto, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (António Vitorino França Borges) e Julieta Ferrão. Fotógrafo, Armando Maia Serôdio (1907-1978). - Arquivo Municipal de Lisboa


Julieta Bárbara Ferrão, nasceu em Lisboa (1899 - 1974 ). Foi historiadora e critica de arte. Estudou na Escola de Belas Artes, em Lisboa. No ano de 1927, assumiu o cargo de directora-conservadora do Museu Rafael Bordalo Pinheiro. A sensibilidade e a dedicação de Julieta Ferrão, foram importantes na divulgação e desenvolvimento do Museu e obra de Bordalo Pinheiro. Durante a primeira metade do século XX, foi Conservadora-Chefe dos Museus Municipais de Lisboa.
Santo António, Cónego Regrante de Santo Agostinho Escultura em madeira policromada. Séc. XIX. Autor desconhecido. A peça de Santo António Cónego Regrante de Santo Agostinho foi mostrada em 2 exposições (1995;2014). Museu de Aveiro. MatrizNet
.

Dinamizou a organização de várias exposições sobre Lisboa, entre elas “Santo António de Lisboa”, em 1935,  “Aqueduto das Águas Livres”, em 1940, e “Lisboa Joanina”, em 1950. Colaborou com os jornais Diário de Notícias, O Século, Modas e Bordados, entre outros. Escreveu diversas obras sobre a vida e obra de Rafael Bordalo Pinheiro
Julieta Ferrão recebeu a medalha de prata, em 1954. Dez anos depois, no dia 24 de Outubro de 1964, recebeu a medalha de ouro por assiduidade e bons serviços prestados durante quarenta anos à Câmara Municipal de Lisboa. 
Quatro anos após a sua morte, em 1978, o seu nome ficou perpetuado numa rua, em Lisboa.

Fontes:
https://maislisboa.fcsh.unl.pt/julieta-barbara-ferrao-uma-marca-dos-museus-de-lisboa/
https://de.wikipedia.org/wiki/Julieta_Ferr%C3%A3o
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Tronos de Santo António, Lisboa - 2



Rua Norberto de Araújo, Alfama. Foto "comjeitoearte", em Junho de 2018



Igreja Paroquial de São Miguel, no Largo de São Miguel, Alfama. Foto "comjeitoearte", em Junho de 2018.


Rua de São Miguel, Alfama. Foto "comjeitoearte", em Junho de 2018. 

Montras de Santo Antonio - 3



Montra da loja Hisa Modas, na Avenida Guerra Junqueiro, em Lisboa (foto "comjeitoearte", 2018).




Montra da loja "Amarelo 28", na Rua de São Miguel, Alfama, em Lisboa (foto "comjeitoearte", 2018). 



Montra da Fábrica Sant'Anna  (cerâmica portuguesa), R. do Alecrim 95, Lisboa (foto "comjeitoearte", 2018).





Montra da loja Óptica Central do Calhariz, no Largo do Calhariz, em Lisboa (foto "comjeitoearte", 2018).