quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Almada Negreiros e Paula Rego no Museu do Teatro e da Dança





Em Janeiro de 2015, ano em que completa 30 anos de existência, o Museu passou a designar-se Museu Nacional do Teatro e da Dança.

"Desde o início do século XX que se assinalam tentativas dispersas, tendentes à criação de um Museu do Teatro, assim procurando preservar a tão efémera memória das Artes do Espectáculo. No entanto, só em 1979, com a organização de uma grande exposição teatral dedicada à célebre "Companhia Rosas & Brasão (1880-1898)" foi possível concretizar essa aspiração. Começaram a partir de então a ser reunidas as colecções do futuro Museu, quase todas provenientes de doações, sendo o Museu oficialmente criado em 1982.

Em 4 de Fevereiro de 1985, o Museu foi inaugurado, ficando instalado num edifício do século XVIII, o antigo Palácio do Monteiro Mor, que, para esse fim, fora rigorosamente recuperado e adaptado.
As colecções do Museu, cuja constituição começou, a partir do zero, em 1979, têm actualmente cerca de 300 000 espécies, englobando a totalidade das artes do espectáculo, e incluem trajos e adereços de cena, maquetes de cenário, figurinos, desenhos, caricaturas, pinturas, esculturas, programas, cartazes, recortes de jornal, manuscritos, discos, partituras, até um conjunto de cerca de 120 000 fotografias.
O Museu tem apresentado sempre exposições temporárias dedicadas a companhias teatrais, personalidades ligadas ao mundo do espectáculo, e ainda a aspectos menos conhecidos do trabalho teatral em toda a sua diversidade, estando actualmente em preparação a montagem de um núcleo permanente dedicado à história e evolução do Teatro e das Artes do Espectáculo em Portugal.
Numa galeria situada em anexo, o Museu continua a apresentar exposições temporárias, através das quais vai procurando mostrar, quer os principais acervos das suas colecções, quer de outras colecções nacionais ou internacionais.
No edifício principal do Museu está instalada a biblioteca, também dedicada em exclusivo às artes do espectáculo, com cerca de 35 000 volumes, considerada a mais vasta e completa neste domínio, em Portugal.
No mesmo edifício existe um auditório com cerca de 80 lugares, equipado com projector de vídeo e de diapositivos, e equipamento de som e de luz". (daqui Museu Nacional do Teatro e da Dança)

Traje para o 1º Diabo; Autor José Sobral de Almada Negreiros; Auto da Alma (V Centenário de Gil Vicente) Cª Rey Colaço Robles Monteiro /Teatro Nacional S. Carlos; 1965 - Museu Nacional do Teatro- MatrizNet

Museu Nacional do Teatro e da Dança

Estrada do Lumiar, 10

1600-495 Lisboa

Tel.:217 567 410


Sitio Internet: http://www.museudoteatroedanca.pt/

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Alabastros Medievais Ingleses - Nottingham

1 - Placa com cena da Crucificação de Cristo; alabastro de Nottingham esculpido; oficinas de Nottingham (Inglaterra); 1400 dC - 1460 dC, Idade Média; 44,3 x 28,2 x 5,3 cm - Museu Nacional de Arqueologia - MatrizNet

Na recente visita ao Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, observei com admiração duas peças belíssimas em alabastro de Nottingham, datadas de meados do século XV.


A placa com cena da Crucificação de Cristo (imagem 1) esculpida em médio e alto relevo, seria a parte central de um conjunto de outros painéis, que formariam um retábulo com cenas da Paixão de Cristo - as cenas representadas nos vários painéis que constituíam os retábulos estavam sempre relacionadas.
Esta placa integra um conjunto de sete figuras. Ao centro, Cristo crucificado; à direita, quatro figuras femininas, entre elas, a Virgem Maria que desfalece; à esquerda, dois soldados e uma figura vestida à maneira dos nobres. 


2 - S. João Evangelista; escultura de meio-vulto com costas planas; alabastro de Nottingham; oficinas de Nottingham (Inglaterra); XV d C; Idade Média; 42 x 13 x 6 cm - Museu Nacional de Arqueologia - MatrizNet


A escultura de meio-vulto com costas planas (imagem 2) representa S. João Evangelista. Traja vestido e manto com pregas, ocultando as formas anatómicas da figura, bem ao gosto da época.  Na mão direita segura o livro do Evangelho, sobre o qual repousa a águia (símbolo zoomórfico que o identifica), e na mão esquerda segurava, inicialmente, a palma (símbolo do seu martírio), de que resta um fragmento.


Outras peças em alabastro medieval inglês, nos museus portugueses

Santa Catarina de Alexandriaescultura de vulto a 3/4 com as costas planas;  policromada; alabastro de Nottingham; oficinas de Nottingham (Inglaterra); XV d C - Medieval; 96,5 x 15 x 31 cm - Museu Nacional de Arte Antiga - MatrizNet

A escultura de vulto a 3/4 com as costas planas representa Santa Catarina, Princesa de Alexandria. Na mão esquerda segura a roda dentada e na mão direita a espada. Tem aos pés, semi-deitado, o vencido rei Maximiliano. Vestígios de policromia de cor vermelho, dourado e azul.


Nossa Senhora da Piedadeescultura de meio-vulto com as costas planas; alabastro de Nottingham; oficinas de Nottingham (Inglaterra); XV d C - Medieval; 84 x 35 x 10 cm - Museu Nacional de Arte Antiga - MatrizNet

A escultura de meio-vulto com as costas planas representa a Virgem Maria com o Cristo Morto nos braços, sob a invocação de Nossa Senhora da Piedade.

Santa Ana e a Virgemescultura de meio-vulto com as costas planas; policromada; alabastro de Nottingham; oficinas de Nottingham (Inglaterra); XV d C; 91 x 35 x 14 cm - Museu Nacional de Arte Antiga - MatrizNet

A escultura de meio-vulto com as costas planas representa Santa Ana e a Virgem. Como eixo central inscreve-se o pé da estante com forma de meia cadeia. Aponta para o Livro com o dedo indicador da mão direita. Com o braço esquerdo sustenta a Virgem, encostada a si e apoiada no Livro. Vestígios de policromia de cor azul, dourado e vermelho.


Placa com cena da Natividade; alabastro de Nottingham; 1380 d C - 1420 dC ; 43 x 29,7 x 5,2 cm - Museu Nacional Machado de Castro - MatrizNet

A placa com cena da Natividade esculpida em relevo tem ao centro S. José. No plano inferior, de um a virgem e do outro os animais. Ainda num plano inferior está o Menino, protegido à cabeça por uma figura feminina. A parte superior apresenta coroamento de ameias, característico da época.


Placa do Calvário; alabastro de Nottingham; policromada; 1420 d C - 1460 dC ; 40 x 30 x 7,5 cm - Museu Grão Vasco - MatrizNet
A placa de forma rectangular apresenta uma escultura de médio relevo em alabastro policromado, representando o Calvário. Ao centro Jesus Cristo crucificado, ladeado pela Virgem Maria e por S. José. Num plano inferior encontra-se uma "caveira e alguns ossos, alusão ao local do enterramento de Adão, no mesmo monte do Gólgota". Policromia simples em azul, vermelho e branco

Placa Incredulidade de S. Toméalabastro de Nottingham; Vestigios de policromia na cor vermelho e azul;1420 dC - 1460 dC, Idade Média; 44,3 x 28,2 x 5,3 cm - Museu Nacional Machado de Castro - MatrizNet

Alabastros de Nottingham é o termo usado para as esculturas em alabastro produzidas em Inglaterra, a partir do século XIV até ao início do século XVI. 
As oficinas produziram dois tipos de esculturas: relevos e estátuas. Mais comuns, os painéis com as representações de cenas da vida de Cristo, a Paixão de Cristo ou a vida da Virgem Maria. Muitos destes painéis, medindo até cerca de 50 cm de altura, esculpidos em alto relevo, destinaram-se a integrar retábulos com molduras de madeira.

A maioria dos exemplares que chegaram até nós, perderam muito de sua pintura, mas a coloração das esculturas era uma parte integral da produção. A coloração era geralmente muito viva, com trajes pintados em escarlate e azul, cabelo e acessórios tais como coroas e ceptros em dourado, e as paisagens decoradas com padrões de margarida, muitas vezes sobre verde-escuro. 

Mais suave e fácil de trabalhar do que o mármore, o alabastro garantia uma escultura rica em pormenores de pequena dimensão, e uma maior facilidade na aplicação da policromia e douramento. Bom para a produção em massa, embora pouco adequado para o uso ao ar livre.  

Durante toda a Idade Média, as imagens de alabastro produzidas em Nottingham foram muito populares na Europa. Os escultores de alabastro eram tão bem sucedidos que desenvolveram um importante comércio de exportação. As peças podem ser encontradas em igrejas e museus de toda a Europa. Aparecem em locais distantes como a Croácia, a Islândia e a Polónia.


Martírio de Santa Ágata; alabastro de Nottingham; século XV dC ; 33 x 22 x 12 cm; a peça é encimada por um anjo e outros elementos decorativos que já não são visiveis - Museu de Évora - MatrizNet 

Fontes:
https://en.wikipedia.org/wiki/Nottingham_alabaster
http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Apresentacao.aspx


sábado, 22 de agosto de 2015

Morreu o pintor Justino Alves

Justino Alves no atelier - galeriamigueljustino.com

João António dos Santos Justino Alves, professor na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e artista plástico, nasceu na cidade do Porto, em 1940. Frequentou a Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde fez o Curso Complementar de Pintura. Posteriormente, realizou o Curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. 

Estudou como Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1976 e 1978, em Paris. Nesta cidade realizou exposições no Centro Cultural Calouste Gulbenkian e na Galeria Documenta, e participou nos salões "Realités nouvelles" e " Grand et jeune d'aujourd'hui". Em 1978 regressou a Portugal e desenvolveu uma enorme actividade no âmbito das Artes Plásticas. 

O trabalho realizado por Justino Alves estendeu-se a várias áreas: gravura, tapeçaria, pintura, azulejos, cenografia e figurinos.

A sua primeira exposição individual no Museu Abade Baçal - Bragança, data de 1965. A última exposição individual "Contra Corrente", esteve patente na Galeria São Mamede - Lisboa, em 2014.

Ao longo da carreira realizou um vasto número de mostras individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro - cerca de 30 exposições individuais e mais de 60 exposições colectivas. 

Está representado em diversos Museus e Instituições Publicas, nacionais e estrangeiras. 

Era membro "Honoris Causa" da Academia Europeia de Belas Artes.
Foi director da Academia de Belas-Artes do Funchal entre 1968 e 1970.

Foi distinguido com diversos prémios: Prémio Mestre Joaquim Lopes, em 1958; Prémio Nacional de Pintura, em 1969; Prémio Homenagem dos Artistas Portugueses a Almada Negreiros, da Secretaria de Estado da Cultura, em 1985; Medalha de Prata da IV Mostra D'Arte de Roma, em 1965.

Faleceu, dia dezoito de Agosto de dois mil e quinze, aos setenta e quatro anos, vítima de doença oncológica.

Composição com figuras; 2015; pastel sobre tela; 97cm x 130cm - Galeria São Mamede - saomamede.com


Imagem XVIII; 2013; óleo sobre tela; 146 cm x 114 cm - Galeria São Mamede

Formas planas 61- Figura; 2012; óleo sobre tela;  61cm x 50cmGaleria São Mamede


Formas planas 58 - Máscara; 2011; óleo; 46 cm x 38 cm - Galeria Miguel Justino
Formas planas 43- Formas singulares; 2010; óleo sobre tela; 38 cm x 46 cm - Galeria São Mamede


Formas planas - Alegoria; 2009; óleo sobre tela; 61 cm x 50 cm - Galeria São Mamede
Formas planas - Composição; 2008; óleo sobre papel;  46cm x 38cm - Galeria Miguel Justino
Formas aladas; 2006; óleo sobre tela; 38 cm x 46 cm - Galeria São Mamede

Formas planas - alegoria; 2004; óleo sobre tela;  100 cm x 81 cm - Galeria Miguel Justino

Formes et Espaces - B7; 1978; tinta acrílica sobre tela; 130 cm x 162 cm - Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian

S/ título (paisagem com casario); 1967; óleo sobre madeira; 20 cm x 33 cm - Galeria São Mamede


Fontes:
miguel justino - contemporary art
http://cam.gulbenkian.pt/CAM/pt/Homepage
http://www.saomamede.com/
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=4735338





segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Jóias e objectos da Índia - M. Oriente, 2015



The Dance of The Peacock

A exposição que reúne cerca de 250 peças de joalharia, objectos de culto e fotografias, "conta" a forma como a vida das principais tribos dos Estados de Chhattisgarh  (região de Bastar) e de Orissa (distritos de Koraput e Rayagada) se organiza. A mostra, é o resultado de uma viagem de pesquisa à India, efectuada pela joalheira Tereza Seabra em 2012, ao abrigo de uma bolsa da Fundação Oriente. 

A exposição estará patente ao publico na Fundação Museu Oriente, até 30 de Agosto de 2015.

Fundação Museu Oriente

Avenida Brasília, Doca de Alcântara (Norte)
1350-352 Lisboa
Portugal

Tel.: 213 585 200


terça-feira, 11 de agosto de 2015

Exposição Josefa de Óbidos - MNAA, 2015






Josefa de Óbidos e a invenção do Barroco Português


Um vasto número de trabalhos da pintora Josefa de Óbidos, vindos de várias instituições nacionais e internacionais, encontra-se em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, até ao dia 6 de Setembro de 2015. 


MNAA
Rua da Janelas Verdes
1249-017
Lisboa

Tel.: 213 912 800



Museu Nacional de Arqueologia distinguido com Prémio Internacional



O Museu Nacional de Arqueologia foi distinguido com o Prémio Internacional Genio Protector da Colónia Augusta Emerita, atribuído pelos Amigos do Museu Nacional de Arte Romano (Mérida) e a Fundação de Estudos Romanos, pela ligação entre os dois Museus e os trabalhos transfronteiriços que ambos têm desenvolvido.


No âmbito dos projectos está a recente exposição conjunta "Lusitania Romana: Orígen de dos pueblos / Lusitânia Romana. Origem de dois Povos", comissariada por Jose Maria Álvarez Martínez, Director do Museu Nacional de Arte Romano, Mérida. António Carvalho, Director do Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa. Carlos Fabião, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.



Fontes:
http://www.museuarqueologia.pt/?a=0&x=3
http://www.patrimoniocultural.pt/pt/museus-e-monumentos/rede-portuguesa/m/museu-nacional-de-arqueologia/


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

4º Aniversário "comjeitoearte"




Hoje, o "comjeitoearte" faz 4 anos! 


Foram muitos os amigos, os visitantes e os leitores, que, gentilmente, manifestaram a sua estima e afeição, ao longo deste tempo. O número de visitas, e os comentários acolhidos, foram um incentivo e uma motivação para eu continuar.

Com a vossa ajuda, o "comjeitoearte" ultrapassou as 280.000 visitas. 

Agradeço a vossa atenção, o vosso tempo e a vossa companhia.


Aceitam uma fatia de bolo?





Obrigada pela vossa companhia!



Fonte fotos: http://www.carriescakes.com/

domingo, 2 de agosto de 2015

Costumes portugueses - Doumet, Zacharie Félix

Mercado Português. Têmpera sobre papel. Z. F. Doumet. Séc. XIX. Postal ilustrado. Museu da Cidade. Câmara Municipal de Lisboa. (Arquivo do "comjeitoearte")
(Verso do postal)


Doumet, Zacharie Felix, nasceu em Toulon, no dia 4 de Dezembro de 1761. Foi um pintor francês. Filho de Gaspar Doumet, escultor em Toulon, e de Madelaine Chauvet. O seu baptismo realizou-se em 4 Dezembro de 1761. O contrato de seu casamento foi realizado em Toulon, a 4 de Maio de 1793, e registado no dia 11 de Maio de 1793. Doumet viveu em Lisboa (Portugal), entre 1796 e 1806. Nesta cidade, nasceu a sua filha Émilie e o seu filho Phileppe. O pintor morreu em Draguignan, no ano de 1818.

Assento de baptismo do pintor Zacharie Félix Doumet. Schemit, Jean (1894). Revue de l'art français ancien et moderne. Société de l'histoire de l'art français (France), (p. 33) - Gallica/Biblioteca Nacional de França/ BNF


Doumet (Zacharie Felix), pintor

"No ano de 1761, a 4 de Dezembro, foi baptizado Zacharie Félix Doumet, nascido nesta freguesia, filho de Gaspar Doumet, escultor, e Madelaine Chauvet, casados; foi padrinho M. Pierre Reboul, comerciante, e madrinha Rose Doumet, os quais assinaram, o pai ausente.Reboul; Rose Doumet; Broquier, padre da paróquia".


Aguadeiros num chafariz em Lisboa, foto (têmpera sobre cartão, 17,2 x 25cm). Início do século XIX.  Colecção Z. F. Doumet. O Povo de Lisboa: exposição iconográfica / Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa : C.M., 1979.
O leiteiro. Colecção Z. F. Doumet. Lisboa: revista municipal, nº 23, 1988Lisboa. Câmara Municipal. Capitão, Orlando Martins, director.

Registo fº 61. Nº 278. Registo da Chancelaria do Consulado do Império françês em Lisboa. Schemit, Jean (1894). Revue de l'art français ancien et moderne. Société de l'histoire de l'art français (France), (p. 60, 57-62) - Gallica/Biblioteca Nacional de França/ BNF

"Extracto do Registo da Chancelaria do consulado geral do Império francês em Lisboa, usado para a inscrição dos assuntos de S.M.O Imperador, de franceses colocados neste Reino de Portugal."
Registo fº 61. Nº 278
"Aos sete dias do mês de Agosto de mil oitocentos e seis, Zacharie F. Doumet, idade 45 anos, nascido em Toulon, pintor, residindo nas Janelas Verdes, freguesia de Sto Ovelhos (Santos-o-Velho), apresentou-se no departamento de Var, indicando-nos ter na sua companhia, sua esposa, Agathe-Christine Rosalie Julien, nascida em Toulon, 36 anos de idade; suas filhas Marie Victoire Éléonore, nascida em Portoferajo, com a idade de doze anos; Émilie Suzanne Bellarmine, nascida em Lisboa, com a idade de seis anos; seu filho Phileppe Paul, com a idade de quatro anos, nascido em Lisboa. Todos residem com ele.
 Assinado Z. Félix Doumet; André Mure, vice-cônsul. 
Lisboa, 7 de Agosto de 1806". 

Carro puxado a bois, foto (têmpera sobre papel, 12 x 18,3cm). Colecção Z. F. Doumet. O Povo de Lisboa: exposição iconográfica / Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa : C.M., 1979.
Cocheiro conduzindo uma "sege", foto (têmpera sobre papel, 12 x 18,5cm). Colecção Z. F. Doumet. O Povo de Lisboa: exposição iconográfica / Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa : C.M., 1979.

Declaração do capitão do navio dinamarquês Cenighéden. Schemit, Jean (1894). Revue de l'art français ancien et moderne. Société de l'histoire de l'art français (France), (p. 60, 57-62) - Gallica/Biblioteca Nacional de França/ BNF


"Eu, Klemet Fiöstolsen, capitão do navio dinamarquês Cenighéden, reconheço por este meio, ter ajustado com o senhor Zacharie Félix Doumet, transportá-lo com a sua Família, a bordo meu navio, daqui ao porto de Marselha, pela soma de seiscentas libras, das quais já recebi metade aqui, faltando apenas trezentas libras, que receberei à nossa chegada ao porto de Marselha. Lisboa, 11 de Agosto de 1806. Klemet Fiöstolsen"

( O navio aportou em Marselha no dia 17 de Outubro de 1806). 


Portugueses conversando ou a perda de tempo. Aguarela de Z. F. Doumet. - Artvalue.com
Biografia de Zacharie Félix Doumet. Schemit, Jean (1894). Revue de l'art français ancien et moderne. Société de l'histoire de l'art français (France), (ps. 238, 239, 240) - Gallica/Biblioteca Nacional de França/ BNF


(...) "Em 1793, após distúrbios em Toulon, a pedido da sua jovem esposa, Rosalie Julien, com quem acabara de casar, Doumet abandonou o porto de Toulon, para emigrar. Viajou para a Córsega e três anos depois para Lisboa. Nesta capital, não encontrou trabalho como pintor, empregou-se na direcção de engenharia como desenhador, pintou numerosas paisagens e registou os costumes do povo português, solicitados pelos ingleses que passavam o inverno na localidade. Voltou a Toulon em 1806, após treze anos de exílio voluntário."(...)

Lavadeiras portuguesas, foto (têmpera sobre papel, 12 x 18,5 cm). Colecção Z. F. Doumet. O Povo de Lisboa: exposição iconográfica / Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa : C.M., 1979.
Saloia, vendedora de fruta, foto (têmpera sobre papel, 12 x 18,5 cm). Colecção Z. F. Doumet. O Povo de Lisboa: exposição iconográfica / Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa : C.M., 1979.

Contrato de casamento de Zacharie Félix Doumet, pintor. Schemit, Jean (1894). Revue de l'art français ancien et moderne. Société de l'histoire de l'art français (France), (ps. 57, 58, 59, 57-62) - Gallica/Biblioteca Nacional de França/ BNF


Fontes:
       http://gallica.bnf.fr/?lang=PT
Povo de Lisboa: exposição iconográfica / Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa : C.M., 1979.
Lisboa: revista municipal, nº 23, 1988. Lisboa. Câmara Municipal.