Júlio Pomar nasce em Lisboa no dia 10 de Janeiro de 1926. Frequenta a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas Artes de Lisboa e do Porto. Participa pela primeira vez numa exposição colectiva em 1942, e realiza a sua primeira exposição individual, com os Independentes, em 1947, na cidade do Porto.
A sua obra foi influenciada pela obra de grandes muralistas mexicanos, como Orozco ou Diego Rivera, mas não tardou a absorver culturas distintas.
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Retrato do mestre realizado por Bottelho |
Em 1945, expõe na Sociedade Nacional de Belas Artes, uma das suas obras mais emblemáticas, "O Gadanheiro" (actualmente pertença do Museu Nacional de Arte Contemporânea MNAC).
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"Gadanheiro", 1945 - óleo sobre aglomerado |
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Sem título, 1944 - desenho, guache/ envernizado sobre cartão |
Em 1950 realiza uma exposição individual na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, onde apresenta várias obras, destacando-se a pintura " O Almoço do Trolha". Foi um dos principais cultores do Neo-realismo na pintura portuguesa, de 1945 a 1957, seguindo por outros caminhos em épocas posteriores.
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" O Almoço do Trolha", 1946/50 - óleo sobre tela |
Em 1954 recebe a encomenda de um conjunto de doze vitrais, que personalizam a Igreja da Sagrada Família (Pontinha) distribuídos pelo templo do seguinte modo: um vitral circular na fachada principal, representando a Sagrada Família, dois arcanjos (S. Miguel e S. Rafael) na capela-mor e os restantes nove, representando santos, no corpo da Igreja (S. João de Deus, Santo António, Santa Rita, Santa Filomena, Santa Cecília, Santa Isabel, S. José, S. Pedro e S. João Baptista).
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Vitrais da Capela da Sagrada Família na Pontinha |
Em conjunto com outros artistas, como Rogério Ribeiro e José Júlio, funda a Gravura (1956), cooperativa de produção e divulgação de obras gráficas, da qual será o principal animador até 1963.
Em 1960 Pomar realiza trinta pequenas pinturas a preto e branco para ilustrar uma versão de D.Quixote, de Aquilino Ribeiro, seguidas por outros trabalhos de escultura e pintura versando o mesmo tema. Em 1997, apresenta estas obras, no Centro Cultural da Gandarinha, em Cascais.
Da pintura à escultura, passando pelo desenho, gravura, ilustrações, tapeçaria, cerâmica e cenografia, Júlio Pomar foi consagrado há muito como um dos nomes maiores da arte europeia. Em 1961 é distinguido com o prémio de pintura da Fundação Calouste Gulbenkian, e começa a pintar a série tauromaquias.
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"Cegos de Madrid",1957/59 |
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"Entrada de Touros", 1964 - óleo sobre tela |
Em 1983, expõe na Galeria 111 a série Os Tigres. Neste ano recebe um convite do Metropolitano para animar plasticamente a estação do Alto dos Moinhos, em Lisboa. Partindo da ideia de homenagear quatro nomes das letras portuguesas, Camões, Bocage, Almada e Pessoa, realiza durante um ano, desenhos para as decorações murais. Com os desenhos foi organizada uma exposição pelo Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, intitulada "1 Ano de desenho, 4 portas no Metropolitano de Lisboa.
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L'Étonnement, 1979 - Colagem e acrílico sobre tela |
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"Tigre amarelo", serigrafia |
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Metropolitano Alto dos Moinhos, Lisboa |
Realiza retratos de intelectuais portugueses como Maria Lamas; Mário Dionísio; Graça Lobo, Laranja, 1973 (colecção particular); Edgar Poe, Fernando Pessoa e o Corvo, 1985 (colecção particular); O Presidente de Júlio Pomar,1992 (retrato oficial de Mário Soares, colecção da Presidência da República).
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Edgar Poe, Fernando Pessoa e o Corvo,1985 - colagem e acrílico sobre tela |
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"O presidente de Júlio Pomar", 1992 |
Em 2008 realizou-se uma grande exposição com seis dezenas de objectos muitos dos quais nunca antes exibidos, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. No Museu do Neo-Realismo (Vila Franca de Xira), realizou uma exposição intitulada "Júlio Pomar e a experiência neo-realista. Ao longo da sua vida tem feito inúmeras exposições em Portugal, Espanha, Bélgica, Brasil, EUA, Suécia e China.
Prémios: 1957 - Prémio da Fundação Calouste Gulbenkian em gravura; 1961 - Prémio da Fundação Calouste Gulbenkian em pintura; 1993 - Prémio Montaigne da Fundação FVG, de Hamburgo; 1995 - Prémio AICA-SEC atribuído pela secção portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte; 2004 - Ordem da Liberdade pelo Presidente Jorge Sampaio; 2009 - Prémio da Latinidade 2009 'João Neves Fontoura'.
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"Mêllé", 1968 - pintura acrílica sobre tela |
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Escultura "L'Enseigne aux Grelots", 1977 - assemblage sobre osso, metal, plástico, caixa/acrílica e tecido | |
Fontes:
Wikipédia
http://cam.gulbenkian.pt/index.php?article=59984&visual=2&langId=1&ngs=1