Mostrar mensagens com a etiqueta Porcelana. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Porcelana. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Caixas de rapé, porcelana - I

Caixa de rapé, em porcelana e ouro de Luis XVI, em forma de ovo. Fabrico: Fábrica de Porcelana de Sèvres. Paris. Data: ca 1764-65. Material: Porcelana de pasta macia, ouro cinzelado, esmalte. Dimensões: 4 X 5,8 cm. - Victoria and Albert Museum


No século XVI, por volta dos anos 70, o tabaco era de uso geral na Europa Ocidental. No século seguinte, em 1630, fumar tornou-se um hábito social, muito do agrado de todas as classes, apesar do seu custo. 

O tabaco em pó, denominado rapé, foi muito popular em Inglaterra após a peste bubónica (1665-1666), pois acreditavam que o rapé possuía propriedade antisséptica. Os consumidores podiam comprá-lo já ralado e pronto para consumo ou em pedaços. Neste caso, ralavam o tabaco na hora com o auxílio de um pequeno ralador, obtendo um cheiro de maior qualidade.

Vendia-se em pequenas caixas realizadas nos mais diversos materiais nobres ou não como prata, ouro, cobre, metais comuns, porcelana, madeira e papier maché. Os consumidores desejavam e tornavam visíveis caixas de prata e prata dourada, ricamente decoradas. 

 

Caixa de rapé. Fabrico: Viena. Data: ca 1730. Material: Porcelana de pasta dura, ouro. Dimensões: 3,5 X 7,5 cm. - The Metropolitan Museum of Art

Caixa de rapé, pintada com vistas do Elba em Meissen. No interior uma mulher e um menino num parque. Fabrico: Fábrica de Porcelana Meissen. Alemanha. Data: ca 1740-45. Material: Porcelana de pasta dura, cobre dourado, esmalte. Dimensões: 4,4X8,8X6,7 cm- Victoria and Albert Museum

Na obra do escritor português Eça de Queiróz (1845-1900), a "caixa de rapé" como objecto utilizado por algumas personagens e na relação entre elas, aparece associada a diferentes situações do quotidiano. 


Singularidades de uma Rapariga Loura

(...)

Quando Macário lhe disse, uma manhã, ao almoço, abruptamente, sem transições emolientes: «Peço-lhe licença para casar», o tio Francisco, que deitava o açúcar no seu café, ficou calado, remexendo com a colher, devagar, majestoso e terrível; e quando acabou de sorver pelo pires, com grande ruído, tirou do pescoço o guardanapo, dobrou-o, aguçou com a faca o seu palito, meteu-o na boca e saiu; mas à porta de sala parou, e voltando-se para Macário, que estava de pé, junto da mesa, disse secamente: 

-Não.

-Perdão, tio Francisco!

-Não.

- Mas ouça, tio Francisco…

-Não.

Macário sentiu uma grande cólera.

(…)

Macário voltou-se com uma esperança.

- Dê-me daí a caixa do rapé – disse o tio Francisco.

Tinha-lhe esquecido a caixa! Portanto estava perturbado.

(…)

Eça de Queiróz – Contos – 16ª Edição. Edição «Livros do Brasil» Lisboa

Pág. 23. (escrito entre 1874 e 1897)


Caixa de rapé em forma de gato. Fabrico: Meissen Manufactory. Alemanha Data: ca 1745. Material: Porcelana de pasta dura, ouro. Dimensões: 6,7 cm. - The Metropolitan Museum of Art

Design de caixa de rapé. Autor: Gabriel Jacques De Saint-Aubin. França. Data: ca 1750. Material: Lápis, caneta e tinta, aguarela e aguada. Dimensões: 1,5X3 pol. - Victoria and Albert Museum

Caixa de rapé, pintada com figuras em paisagens com vista para o parque, a cidade-castelo e o porto, incluindo figuras elegantes observando uma fábrica ribeirinha. Fabrico: Fábrica de Porcelana de Meissen. Pintor: Herold, Christian Friedrich. Data: ca 1750-60. Material: Porcelana de pasta dura, dourado, esmalte. Dimensão: Altura: 4X8,3X6,4 cm - Victoria and Albert Museum


O rapé generalizou-se por toda a Europa no século XVIII, com regras de etiqueta para o seu uso. Fumar rapé era um passatempo e um ritual social muito elegante. Armazenado em pequenas caixas portáteis e herméticas, transportadas na mão ou no bolso, foram consideradas por vezes, como pequenas joias, demonstrando o gosto e a situação financeira de quem as usava. As caixas possuíam sempre uma tampa articulada. Os recipientes em porcelana decorados com ouro e prata também estavam na moda.

O design das caixas estava ligado á sua função. Fumar rapé exigia que a caixa fosse segura com uma mão enquanto se retirava uma pequena quantidade de tabaco em pó com a outra. A forma e o tamanho deveria ser adequada à palma da mão. Uma tampa articulada, além de evitar desperdício durante o uso, encaixava milimetricamente para manter o rapé seco. 


Caixa de rapé. Caixa rectangular vertical, do tipo duplo compartimento com duas tampas articuladas. Fabrico: Meissen. Saxónia. Data: ca 1725-35 (feito), ca. 1735-1745 (esmaltado). Material: Porcelana de pasta dura, cobre dourado, esmaltes e dourados. Dimensões: 8,7cm X 8,4cm X 4,5cm. - Victoria and Albert Museum

Caixa de rapé. Modelada como um caçador descansando sobre um monte. Fabrico: Fábrica de Porcelana Saint-Cloud. França. Data: ca 1738-39. Material: Porcelana de pasta macia, prata, esmalte. - Victoria and Albert Museum


Caixa de rapé, com forma de barril achatado, com fundo duplo, moldada com argolas. Duas tampas, uma de porcelana e outra de vidro semitransparente. Fabrico: Fabrica de Porcelana de Meissen. Data: ca 1760-70. Material: Porcelana de pasta dura, ormolu, esmalte. Dimensão: Altura: 8 cm - Victoria and Albert Museum

 

A Ilustre Casa de Ramires

(…)

O Pereira tirou da algibeira do colete a caixa de tartaruga, sorveu detidamente uma pitada, com o carão pendido para a esteira. Pois maior pena, mesmo para o Fidalgo. Enfim! Depois de palavra trocada… Mas era pena, porque ele gostava da propriedade; já pelo S. João pensara em abeirar o Fidalgo; e apesar de os tempos correrem escassos, não andaria longe de oferecer um conto e cinquenta!

(…)

 - Isso é sério, ó Pereira!

O velho lavrador pousou a caixa de rapé sobre a toalha, com decisão:

- Meu Fidalgo, eu não era homem que entrasse na Torre para caçoar com Vossa Excelência! Proposta a valer, escritura a fazer… Mas se o arrendamento está tratado…

(…)

Eça de Queiróz – A Ilustre Casa de Ramires – Livros do Brasil Pág. 71   

 ISBN 978-711-031-029-8 (A primeira edição em 1900)

 

Caixa de rapé com miniaturas de cenas portuárias. Fabrico: Fabrica de Porcelana de Meissen. Data: ca 1735. Material: Porcelana de pasta dura, esmaltes, montagem em ouro. Dimensão: 4,1 X7,6 X 6cm cm - Victoria and Albert Museum

 
Caixa de rapé, moldada externamente com conchas sobrepostas, principalmente bivalves, pintadas em tons de rosa, amarelo, vermelho, marrom e cinza. Fabrico: Fábrica de Porcelana de Capodimonte, França. Pintor: Giovanni Caselli. Modelador: Giuseppe Gricci. Data: ca 1750. Material: Porcelana de pasta mole, esmalte, montagem em prata dourada. Dimensão: 9 X7,8 X 4,3cm - Victoria and Albert Museum


Caixa de rapé, com formato oval acinturado. Estilo Chinoiserie.  Fabrico: Fábrica de Porcelana de Meissen. Pintor: Herold, Christian Friedrich. Data: ca 1730-35. Material: Porcelana de pasta dura, esmalte, montagem em ouro. Dimensão: 4,3 X 6,8 X 4,2cm - Victoria and Albert Museum

Caixa de rapé. Fabrico: Manufactura de  Sèvres. França. Data: ca 1765-1770. Material: Porcelana de pasta macia, prata. Dimensões:  Diâmetro 7,1 cm. - The Metropolitan Museum of Art


Fontes:

https://www.metmuseum.org/

https://www.vam.ac.uk/

https://collections.vam.ac.uk/item/O157814/snuffbox-sevres-porcelain-factory/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/203200

https://collections.vam.ac.uk/item/O307045/snuff-box-meissen-porcelain-factory/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/207219

https://collections.vam.ac.uk/item/O734096/snuff-box-design-gabriel-jacques-de/


https://collections.vam.ac.uk/item/O307036/snuff-box-herold-christian-friedrich/

https://collections.vam.ac.uk/item/O307007/snuff-box-unknown/

https://collections.vam.ac.uk/item/O99295/snuff-box-saint-cloud-porcelain/

https://collections.vam.ac.uk/item/O307404/snuff-box-meissen-porcelain-factory/

https://collections.vam.ac.uk/item/O307037/snuff-box-herold-christian-friedrich/

https://collections.vam.ac.uk/item/O307002/snuff-box-giuseppe-gricci/

https://collections.vam.ac.uk/item/O307038/snuff-box-herold-christian-friedrich/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/207238

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Comidas da 2ª metade do séc. XX | Ementas


Cachepô. Forma quadrada, vidrado de branco, com arestas e pés a dourado. Decoração floral com cravo vermelho decorado no pé com uma bandeira. Datação: Século XX. Categoria: Cerâmica. Técnica: Faiança, estampilha. Fabricado em Aveiro, Portugal. - Museu Nacional do Azulejo  - RAIZ, Museus e Monumentos Online.

Na comemoração do 51º aniversário do 25 de Abril, relembrei algumas comidas e doces dos anos 70. 

A gastronomia está ligada à cultura e à evolução dos povos. A preparação, a apresentação e o consumo dos alimentos, mostram as tradições, os valores e a história de uma sociedade.

Um olhar sobre as ementas da segunda metade do século XX, ajuda-nos a desvendar cheiros, sabores e métodos de preparação que nos são familiares.

Serviço de chá. Decoração aerografada com elementos geométricos. Datação: 1940. Categoria: Cerâmica. Técnica: Faiança, aerografia. Fabricado em Sacavém, Portugal. - Museu Nacional do Azulejo  - RAIZ, Museus e Monumentos Online.


No livro de Economia Doméstica/Cadernos do Povo, de 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães), lê-se: 
"Uma das peças fundamentais da cozinha é o fogareiro ou o fogão. Há os que trabalham a lenha, carvão, petróleo, gás e electricidade. Os fogões elétricos estão na categoria dos quase inacessíveis. O carvão e a lenha, têm o inconveniente de se tornarem pouco limpos;(...). O gás é muito limpo, e desde que a dona de casa saiba trabalhar com ele, torna-se económico; (...). Os fogões de petróleo, sendo bem tratados e limpos, não deixam de ser práticos. 
A lenha deve ser guardada em lugar seco, fechado e é mas económico comprá-la já enxuta e cortada. (...) O carvão vegetal é um óptimo combustível para  aquecer os ferros de passar e engomar, mas para o fogão das cozinhas como a sua combustão é rápida, fica por preço muito elevado.
A cozinha para ser económica, deve compreender pratos simples, práticos e económicos". (...) 
Economia doméstica : cadernos do povo / Secretariado Nacional da Informação. - Lisboa : S.N.I., 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães). 

As tabelas apresentadas no livro, indicam ementas por unidade. As ementas de sopas, indicam os ingredientes e as quantidades.

Economia doméstica : cadernos do povo / Secretariado Nacional da Informação. - Lisboa : S.N.I., 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães). - Biblioteca Nacional de Portugal

Economia doméstica : cadernos do povo / Secretariado Nacional da Informação. - Lisboa : S.N.I., 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães). - Biblioteca Nacional de Portugal

Cesto. Forma oval a imitar verguinha. Junto às duas asas larerais, decoração floral com rosas e folhas. Datação: Século XX. Categoria: Cerâmica. Técnica: Verguinha. Autor: Maria Júlia Arroja. Fabricado em Caldas da Rainha, Portugal. - Museu da Cerâmica - RAIZ, Museus e Monumentos Online.
 

As ementas para o prato único, também indicam os ingredientes e as quantidades.

CARNE

Economia doméstica : cadernos do povo / Secretariado Nacional da Informação. - Lisboa : S.N.I., 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães). - Biblioteca Nacional de Portugal

Economia doméstica : cadernos do povo / Secretariado Nacional da Informação. - Lisboa : S.N.I., 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães). - Biblioteca Nacional de Portugal


Jarro. Forma de um papagaio sobre base circular, cónica e plana. Datação: Século XX. Categoria: Cerâmica. Técnica: Moldado. Autor: José Sanches. Fabricado em Lisboa, Portugal. - Museu da Cerâmica - RAIZ, Museus e Monumentos Online.


PEIXE

Economia doméstica : cadernos do povo / Secretariado Nacional da Informação. - Lisboa : S.N.I., 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães). - Biblioteca Nacional de Portugal

Continuando a leitura do livro Economia Doméstica (Manuel Maria Calvet de Magalhães)

"Quando se fala de prato único, há quem se alarme, supondo que terá de suportar a sobriedade de umas couves cozidas, ou de um simples arroz sem mais nada. 

O prato único é coisa bem diferente. Nos países onde a civilização nos leva grande avanço, foi estabelecido como medida económica e como medida higiénica e hoje está no uso corrente de quase todos os lares.

Trata-se de servir em cada refeição um prato onde se apresentem duas ou três variedades de alimentos que se combinem entre si, para agrado do paladar e forneçam a quantidade de calorias que o organismo requere, em conformidade com o seu dispêndio de energias, com a época do ano em que se está e o estado físico que varia muito entre os indivíduos, mesmo quando se igualam por a idade ou condição de vida". (...)

No que respeita à parte culinária - manipulação e apresentação agradável dos alimentos reunidos num prato - é a vós que compete empregar o melhor do vosso esforço para que esse sistema de alimentação seja levado com prazer por quantos a ele se sujeitem". (...)  

Economia doméstica : cadernos do povo / Secretariado Nacional da Informação. - Lisboa : S.N.I., 1946 (Manuel Maria Calvet de Magalhães).

 

Chávena de chá. Datação: 1945. Fabrica: CANDAL, Vila Nova de Gaia, Portugal. (foto: "comjeitoearte").


Após a recessão de 1939-1945, na sequência da II Guerra Mundial, Portugal recuperou a nível económico e assistiu-se ao crescimento da produção nacional. 
Ainda assim, o nível de vida entre a população citadina e campestre contrastava fortemente. Com o alargamento do poder de compra, a população da cidade teve acesso a produtos alimentares mais nutritivos, enquanto nos meios rurais, o consumo alimentar limitava-se à produção agrícola.

Nos livros de receitas, as ementas sugeridas para consumo familiar, apresentavam um prato de peixe e outro de carne, para uma refeição. A estimativa do valor calórico diário por pessoa, incluía o contexto das ementas.  
 
Dupré, Francine. Receitas apetitosas. 3ª Edição. Porto: Litografia Nacional, 1956 (arquivo "comjeitoearte").


Ementas calculadas para fornecer 2500 calorias diárias por pessoa

Moreira, Irene Branco Marado. Economia Doméstica. Braga: Editora Pax, 1966  (arquivo "comjeitoearte")

Moreira, Irene Branco Marado. Economia Doméstica. Braga: Editora Pax, 1966  (arquivo "comjeitoearte")

Moreira, Irene Branco Marado. Economia Doméstica. Braga: Editora Pax, 1966  (arquivo "comjeitoearte")

Moreira, Irene Branco Marado. Economia Doméstica. Braga: Editora Pax, 1966  (arquivo "comjeitoearte")



Taça. Forma curvilínea. Decoração com folhas brancas com contorno em dourado e folhas pretas. Rebordo em dourado. Pegas em forma de três argolas em dourado. Datação: Século XX. Categoria: Cerâmica. Técnica: Moldagem/Faiança/Aerografia. Fabricado por Raúl da Bernarda e filhos Lda. Alcobaça, Portugal. - Museu Nacional do Azulejo - RAIZ, Museus e Monumentos Online.

O Mestre Cozinheiro. Lisboa: Editorial Anagrana, Lda. 1990 (arquivo "comjeitoearte").


Rações alimentares equilibradas nas diferentes idades


Moreira, Irene Branco Marado. Economia Doméstica. Braga: Editora Pax, 1966  (arquivo "comjeitoearte")


Taça. Forma de calote esférica assente em pé alto, cônico e com alargamento na base. Decoração com formas e linhas a negro sobre fundo branco. Datação: 1954-1955. Categoria: Cerâmica. Técnica: Moldada. Autor: Maria Antónia Parâmos. Fabricado em Caldas da Rainha, Portugal. - Museu da Cerâmica - RAIZ, Museus e Monumentos Online.
 

Ementas de Eventos: 1950; 1960; 1970; 1980; 1990.


Lisboa, 11/12/1954 (arquivo "comjeitoearte").


Lisboa, 21/11/1953 (arquivo "comjeitoearte").


Lisboa, 18/08/1962 (arquivo "comjeitoearte").



Jarra. Recipiente de bojo esférico. No bojo está representado um polvo castanho, beje e branco, com contorno a preto sobre fundo beje. Datação: Século XX. Categoria: Cerâmica. Técnica: Faiança. Centro de fabrico: Aveiro, Portugal. - Museu Nacional do Azulejo - RAIZ, Museus e Monumentos Online.

Lisboa, 19/12/1971 (arquivo "comjeitoearte").


Lisboa, 06/03/1982 (arquivo "comjeitoearte").


Base de Quentes. Século XX. Fabrica: Vista Alegre. Ílhavo, Portugal (foto: "comjeitoearte").


S. Pedro de Sintra, 12/06/1982 (arquivo "comjeitoearte").


Colares, 21/08/1999 (arquivo "comjeitoearte").


Paliteiro. Datação: 1947/1968. Fabrica: Vista Alegre. Ílhavo, Portugal (foto: "comjeitoearte").



Fontes:

https://purl.pt/40421

http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra?id=1027173&tipo=OBJ

http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra?id=242645&tipo=OBJ

http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra/Index/214989?tipo=OBJ

http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra/Index/1124012?tipo=OBJ

http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra?id=1079447&tipo=OBJ

http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra/Index/212414?tipo=OBJ

http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra?id=1037768&tipo=OBJ

Dupré, Francine. Receitas apetitosas. 3ª Edição. Porto: Litografia Nacional, 1956

Moreira, Irene Branco Marado. Economia Doméstica. Braga: Editora Pax, 1966.

O Mestre Cozinheiro. Lisboa: Editorial Anagrana, Lda. 1990

https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/1645-2259_18_12/5305


sábado, 21 de maio de 2022

Porcelana decorada com metal


Tigela de duas alças de Burghley House, Lincolnshire - Porcelana chinesa 1573 – ca. 1585. Montagens britânicas ca. 1585. Porcelana de pasta dura, com suporte de prata dourada. Dimensões: 15,9 cm X 24,1 cm. - The Metropolitan Museum of Art

Ao longo dos séculos, os artesãos criaram diversos objectos de porcelana e cerâmica, que decoraram com esmalte colorido, aplicação de metal, técnicas de vidrado, gravura, pintura, entre outras.

As casas burguesas do século XVI, decoradas com ricos móveis e magníficos objectos, exibiam peças em porcelana, de grande requinte, entre elas a porcelana chinesa com montagens finamente trabalhadas em prata.


Jarro com bico em forma de cabeça de lobo - Porcelana pintada a azul cobalto sob vidrado. Feito na China (Jingdezhen). Aplicação em prata, feita em Inglaterra. Data: ca. 1600-10.  Dimensões: 24,1 X 21,5 cm. - Victoria and Albert Museum.


As peças de porcelana exportadas da China, eram valorizadas com decorações e montagens de metal, na Europa, para as tornar mais apelativas, luxuosas e  competitivas de acordo com o status elevado dos compradores. 

Nas montagens decorativas em móveis, relógios, objectos de iluminação e porcelana, os artesãos  usavam o processo ormolu, também conhecido como bronze dourado


Tijela de Potpourri com tampa - Porcelana do Japão (Arita) de finais do século XVII, montagens em bronze dourado, francesas ca. 1745-1750. Dimensões: 38,4 x 41,3 x 26 cm . - The Metropolitan Museum of Art

O ormolu mais antigo parece remontar ao século XVII, em França, onde este processo teve o seu "berço".

Nos séculos XVIII e XIX, os designers e marceneiros franceses recorreram com bastante frequência às montagens em ormolu, criando peças muito finas e requintadas. Dos mestres que trabalharam em ormolu destaca-se Jacques Caffieri (1678 - 1755) e Pierre Gouthière (1732-1813) em França, a par das oficinas de Matthew Boulton (1728 - 1809) e Benjamim Lewis Vulliamy (1780 - 1854) em Inglaterra.


Garrafa em forma de pêra - Garrafa octogonal em porcelana Qingbai, dinastia Yuan. Jingdezhen, 1300-1368 (feito). Aplicações alemãs em ormolu datadas de ca.1720. Dimensões: 27,8 cm X 13,5 cm. - Victoria and Albert Museum.

A parte superior da garrafa, em falta, foi substituída e consiste numa tampa de cúpula octogonal em ormolu. A parte inferior da garrafa foi também montada em ormolu e consiste  num pé octogonal perfurado com formas circulares.


Lavabo - Faiança pintada de azul e latão. Decoração barroca em azul cobalto. Torneira de latão e tampa de latão com remate formando um vaso com flores.Fabricante: Fábrica de Porcelana Claeuw , meados do século XVIII. Dimensões: 47 cm. - Museum of Applied Arts


Figura - Castiçal em base rococó ormolu com galhos metálicos pintados de verde segurando flores de pasta mole e dois bicos ormolu. Porcelana pintada em esmaltes e dourados, com montagem em ormolu. Artistas: JF Eberlein e JJ Kändler .ca. 1736-40. Fabricante:  Fábrica de Porcelana Meissen, Alemanha, ca. 1736-40. Altura da figura: 12 cm.-- Victoria and Albert Museum. 


Bule - Bule e tampa de porcelana com ferragens em prata dourada. Decoração com as armas da França e da Polónia. Fábrica de Porcelana Meissen, Alemanha, 1737.. Fabricante / montagens: Eloy Brichard 1756-62. Dimensões: 11,6 x 20 x 10 cm. - Victoria and Albert Museum

Esta peça faz parte de um dos mais importantes presentes reais do século XVIII. O bule pertence a um extraordinário serviço de chá e chocolate constituído por mais de 40 peças. Augusto III, rei da Polónia, presenteou em 1737 Maria LeszczynsKa, rainha de França,  esposa de Luís XV, rei de França. O presente pessoal poderia contribuir para melhorar as relações diplomáticas entre a Saxónia e a França.

O bule foi posteriormente montado em prata dourada por Eloy Brichard, conceituado ourives de Paris.



Caixa de Relógio - Porcelana de pasta dura com montagens de metal dourado. Fabricante: Meissen, Alemanha, 1728 - 30. Montagens de Dresden ca. 1830 - 50. Dimensóes: 54,8 x 30,8 x 23,2 cm. - The Metropolitan Museum of Art 

Esta peça, feita nos primeiros anos da fábrica de Meissen, é uma das mais arrojadas da época. A sua dimensão e o grupo escultórico, distinguem-na de outras peças de porcelana. No decorrer do  século XVIII, a fábrica produziu poucas caixas de relógio, cujas grandes dimensões e técnicas complexas elevavam os custos da produção.


Vaso - Porcelana com esmalte cristalino e montagem em prata.. Estilo: Arte Nova. Artista: Victor Saglier . Fabricante: Fábrica de Porcelanas Sèvres ca. 1900. Negociante de arte / vendedor : Siegfried Bing. - Victoria and Albert Museum




Fontes imagens:

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/199407

https://collections.vam.ac.uk/item/O104733/ewer-unknown/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/206799?searchField=All&sortBy=Relevance&ft=porcelain&offset=0&rpp=80&pos=20

https://collections.vam.ac.uk/item/O495626/bottle-unknown/

https://collections.imm.hu/gyujtemeny/lavabo/11300?f=2sSzQCaDkrlD-8vAkN91LYT4HVdb-muycPtwt2E4VomMW7BoN7yDxpRkP7xLxnlUEo17VbiAY&n=519

https://collections.vam.ac.uk/item/O333259/figure-eberlein-johann-friedrich/

https://collections.vam.ac.uk/item/O166564/teapot-brichard-eloy/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/659048

https://collections.vam.ac.uk/item/O122687/vase-bing-siegfried/


Fontes Texto:

https://en.wikipedia.org/wiki/Ormolu

https://www.britannica.com/art/ormolu