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sábado, 17 de maio de 2014

Museus portugueses nomeados para o European Museum of the Year Award 2014

Dois museus portugueses receberam a Nomeação para o European Museum of the Year Award 2014 (EMYA) - Museu dos Transportes e Comunicações e Museu da Baleia da Madeira.  

O prémio é promovido anualmente pelo European Museum Forum (EMF). A EMF é uma organização independente sem fins lucrativos, supervisionada pelo Conselho Europeu, com o objectivo de reconhecer a excelência dos museus europeus ao serviço da sociedade e fomentar a inovação nas práticas museológicas.

O anúncio dos vencedores  e a cerimónia da entrega oficial dos prémios (Prémio Museu Europeu do Ano, Prémio Silletto e Prémio Kenneth Hudson), terá lugar na Assembleia Anual do Museu Europeu do Ano, a realizar em Tallinn, Estónia, entre 14 e 17 de Maio de
2014.
 

Museu dos Transportes e Comunicações, Edifício da Alfândega Nova do Porto, cidade do Porto.
 
O Museu dos Transportes e Comunicações, encontra-se localizado na margem do rio Douro, junto à zona histórica da cidade do Porto. Ocupa o edifício da Alfândega Nova do Porto - um dos imóveis mais emblemáticos da cidade - edificado no século XIX, com projecto do arquitecto francês Jean Colson. 
Decorridos mais de 150 anos, e depois da sua função aduaneira, o imóvel adapta-se a uma nova "vida" como espaço cultural. O projecto de requalificação sobre a orientação do arquitecto Eduardo Souto de Moura, decorre desde 1993. 


O Automóvel no Espaço e no Tempo (exposição permanente). Foto Ivo Canelas - MTC
O Motor da República: os carros dos presidentes (exposição permanente) - MTC
Painel "Ribeira Negra", autoria de Júlio Resende (exposição permanente). Foto arquivo AMTC

Metamorfoses de um Lugar. Museu das Alfândegas - Núcleo Museológico e Biblioteca (exposição permanente). Foto António Chaves - MTC

A missão do museu é:
 
Promover a compreensão do significado do papel desempenhado pelos transportes e pelas comunicações na sociedade.

Valorização da memória do lugar - o edifício da Alfândega do Porto.



Museu da Baleia da Madeira,  vila do Caniçal, arquipélago da Madeira

Localizado na vila do Caniçal, o Museu da Baleia da Madeira revela toda a história da caça à baleia na Madeira e das actividades a ela ligadas.
 
O Museu da Baleia da Madeira tem vindo a desenvolver, ao longo dos últimos anos, estudos dos cetáceos no arquipélago da Madeira.

Conheça o museu fazendo uma visita virtual aqui
 
 

A missão do museu é:
 
Preservar o património e o conhecimento histórico sobre a caça à baleia na Madeira, gerar e divulgar conhecimento sobre os cetáceos e o meio marinho, através de uma política integrada, ambientalmente responsável, assente na museologia, na educação e na investigação científica, contribuindo para aproximar as pessoas do mar.


Museu da Baleia da Madeira - MBM
Vista de popa da baleeira madeirense - MBM
Sala dos Cetáceos: Baleia-franca em escala real - MBM


sábado, 25 de agosto de 2012

Teatro Nacional de São Carlos/Monumento Nacional - visita virtual

Fachada principal do Teatro Nacional de São Carlos/Monumento Nacional - IGESPAR


Visite o Teatro, aqui



O projecto do Teatro de São Carlos, encomendado ao arquitecto José da Costa e Silva, surge encabeçado por um grupo de capitalistas de Lisboa, que contaram com o apoio do Intendente Diogo Pina Manique. Pretendia-se dotar a capital de um teatro lírico portador dum novo espírito, diferente do antigo teatro de corte, com entrada por convite, na medida em que quem pagava bilhete tinha automaticamente lugar assegurado. Este teatro, homenagem a D. Carlota Joaquina, foi construído em apenas sete meses, sendo solenemente inaugurado a 30 de Junho de 1793, durante a governação de D. João VI, filho de D. Maria I. A nível planimétrico inspira-se no Teatro de S. Carlos de Nápoles, obra de Medrano datada de 1737 - destruído por um incêndio -, embora a fachada se baseie no Scalla de Milão, de Piermanini (discípulo de Vanvitelli), construído entre 1776 e 1778.

Teatro Nacional de São Carlos, no dia da récita de gala das comemorações centenárias, 1940 - O Teatro de São Carlos foi construído entre 1792 e 1793, com projecto de José Costa e Silva, é um dos primeiros edifícios neoclássicos, senão o primeiro que se construiu em Lisboa. A fachada é inspirada na do Teatro Alla Scala de Milão do Arquitecto Piermarini construído em 1776. Trata-se de uma fachada sóbria de três andares, com um pórtico de arcos de volta perfeita - Foto de Domingos Alvão - Arquivo Municipal de Lisboa.
O nosso teatro (TNSC), de planta longitudinal, composta, com volumes articulados e cobertura diferenciada, apresenta o frontespício dividido em três corpos, dois pisos sobrepostos sobre mezanino, e um terceiro sobre o corpo central. É precisamente, este corpo que revela, ao nível do piso térreo, uma loggia composta de três arcos frontais e um lateral, em volta perfeita, coroado por um terraço perfeito de balaustrada de cantaria, cujas janelas se encontram emolduradas por parastase, que suporta uma cornija destacada. Possuem, ainda, um coroamento constituído por painéis com inscrição e dois altos relevos.
Ao nível do terceiro piso, este mesmo corpo central apresenta um relógio envolvido por grinaldas e duas janelas, sendo todo ele encimado por dois pináculos e um brasão. 

Relógio da Fachada - TNSC
Brazão da Fachada - TNSC
No interior, é de realçar a sala de espectáculos, de planta elíptica com cinco ordens de camarotes, animados pelo brilho da talha dourada que, a par com as escadarias de largas proporções, os mármores da tribuna ou a decoração do Salão Nobre, concorrem para a criação duma atmosfera mais próxima do barroco. No andar térreo, junto às escadarias, situa-se a bilheteira. Na decoração, participaram diversos artistas plásticos e arquitectos importantes. São de realçar as pinturas atribuídas a Wolkmar Machado - pinturas do tecto da entrada e do pano da boca de cena, Manuel da Costa - tecto do salão, Giovanni Appiani - tribuna real.

Teatro Nacional de São Carlos, escadaria, ant. 1946. Foto de Domingos Alvão - Arquivo Municipal de Lisboa.
Teatro Nacional de São Carlos, corredor. Foto de Domingos Alvão - Arquivo Municipal de Lisboa
Camarotes - TNSC
Pormenor do Tecto da Sala Principal - TNSC
O largo fronteiro - Largo de São Carlos - foi recuperado como espaço de passeio e lazer, incluindo uma esplanada. Ocasionalmente, têm sido transmitidas récitas, em directo, para o Largo ("Teatro ao Largo") através de uma tela gigante e de um sistema de som especialmente montados para o efeito. 
No TNSC estrearam óperas de compositores como: Rossini, Donizetti, Bellini, Verdi, Wagner, Puccini, Mussorgski, Debussy, Richard Strauss, Rui Coelho, Alban Berg, António Pinho Vargas, Azio Corghi, Alfredo Keil…
O primeiro empresário do Real Teatro de São Carlos foi o italiano Francesco Lodi e na ópera inaugural cantou-se "La Ballerina Amante", de Cimarosa.
Vista geral da sala de espectáculos - IGESPAR
Teatro Nacional de São Carlos, camarote real - Arquivo Municipal de Lisboa
Pormenor de um dos grupos escultóricos do camarote presidencial - IGESPAR
Pormenor decorativo do camarote presidencial - IGESPAR
Datas significativas:

1793
Inauguração do Real Teatro de São Carlos, a 30 de Junho.
1796
Conclusão do Salão das Oratórias, hoje Salão Nobre.
1828/34
Encerramento motivado pela Guerra Civil.

1836
Gustav von Heeringen na noite de gala por ocasião das núpcias da rainha D. Maria II com Fernando de Saxe-Coburgo, em 1836, terá dito "É verdadeiramente um palco exemplar"
1850
Instalação da iluminação a gás.
1887
Instalação definitiva da iluminação eléctrica.
1888
Integração de um edifício contíguo (hoje o n.º 9 da Rua Serpa Pinto) para camarins, salas de ensaio, costura e guarda-roupa, etc.
1890
Colocação de uma cortina de ferro entre o palco e a sala.
1912/20 - O Teatro permanece quase sempre encerrado, não se realizando espectáculos de ópera.
1935
Encerramento de Teatro.
1938/40
Obras de restauro dirigidas por Guilherme Rebelo de Andrade.
1943
Festivais Comemorativos do 150.º Aniversário do Teatro Nacional de São Carlos com um programa totalmente nacional.
1977
Criação da Companhia Nacional de Bailado.
1982/83
Criação da Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de S. Carlos. 
1993
Comemorações do bicentenário do Teatro Nacional de S. Carlos.
2010/11
No âmbito das comemorações do centenário da República Portuguesa, é apresentada, em versão de concerto, a ópera Dona Branca do compositor português Alfredo Keil.
Salão Nobre - TNSC
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Nacional_de_S%C3%A3o_Carlos
http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/71093/
http://www.infopedia.pt/$teatro-de-s.-carlos

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dia Internacional dos Museus - Museu da Marioneta, visita virtual

Um pedaço de Alma que sai por uma Cicatriz, barro, seda e tule. Técnica de manipulação: à vista. Marionetas de S. Lourenço, Helena Vaz. País: Portugal - Museu da Marioneta





O Museu foi criado pela Companhia de Marionetas de S. Lourenço, em 1987, num velho edifício situado entre o Castelo de S. Jorge e a Graça. A Companhia, fundada por José Alberto Gil, músico, e Helena Vaz, marionetista e artista plástica, conseguiu reunir diferentes tipos de marionetas  constituindo o fundo inicial do museu. Com a criação deste espaço dedicado à marioneta, dava-se continuidade a uma tradição portuguesa de teatro e ópera.

Barnum Girl I - Suzette, madeira, barro, tecido e plumas. Técnica de manipulação: à vista. Marionetas de S. Lourenço, Helena Vaz. País: Portugal - Museu da Marioneta
Rinaldo, ferro, madeira, tecido, lantejoulas e plumas, Giacomo Cuticchio. Técnica de manipulação: vara por cima. País: Itália - Museu da Marioneta
Polichinelo, madeira, tecido e plástico, Petr Rezac. Técnica de manipulação: luva. País: França - Museu da Marioneta
O país foi percorrido ao longo dos séculos, por companhias ambulantes de bonecreiros, firmando a tradição portuguesa de teatro e ópera de marionetas. A tradição provém do reportório histórico de óperas para marionetas de António José da Silva, o Judeu (Rio de Janeiro, 8 de Maio de 1705 - Lisboa, 19 de Outubro de 1739), autor de sátiras que criticavam a sociedade portuguesa da época. A sua obra teatral inspirava-se na linguagem e no espírito do povo, incorporava o canto e a música como elementos do espectáculo.
Os populares bonecos de Santo Aleixo foram trazidos à luz do dia por Michael Giacometti (1929-1990), musicólogo e Henrique Delgado (1938-1971), ele próprio criador de um teatro de marionetas. Estes bonecos fazem parte de um grupo de marionetas de composição essencialmente rural, que percorria o Alto Alentejo, com as suas representações. A sua existência remonta ao século XVIII, por volta de 1798. 



Punch, madeira e tecido, Petr Rezac. Técnica de manipulação: luva. País: Inglaterra - Museu da Marioneta
Judy, madeira e tecido, Petr Rezac. Técnica de manipulação: luva. País: Inglaterra - Museu da Marioneta
Mestre Salas, madeira, tecido e arame. Técnica de manipulação: vara por cima. Santo Aleixo, Portugal - Museu da Marioneta.

A transferência do Museu da Marioneta para o Convento das Bernardas, ocorreu em Novembro de 2001, tornando-se o primeiro e único espaço museológico, que se apresenta inteiramente dedicado à interpretação e divulgação da história da marioneta e do teatro de marionetas, atravessando a história desta cativante forma de arte através do mundo, revelando os diversos tipos de marionetas e as diferentes abordagens que elas permitem.
O espólio do museu detém uma diversificada colecção de marionetas. Numa primeira fase, foi dada preferência à recolha a nível nacional, alcançando assim uma das mais significativas e completas colecções de marionetas tradicionais portuguesas.
Branca-Flor, tecido, madeira,lã, palha e plástico, Lília da Fonseca. Técnica de manipulação: luva. País: Portugal - Museu da Marioneta

Cavaleiro de Uma Távola Qualquer II,  madeira, metal (folha de flandres), pêlo de animal, cabedal, fio de algodão e plástico, Delphim Miranda. Técnica de manipulação: vara e fios.  País: Portugal - Museu da Marioneta

Mulher das Cobras, barro, tecido e plumas. Técnica de manipulação: à vista. Marionetas de S. Lourenço, Helena Vaz. País:Portugal - Museu da Marioneta

Com a colaboração de diversas pessoas “enfeitiçadas” por esta arte, o museu viu alargado e diversificado o seu espólio, com destaque para as diferentes formas teatrais que provêm de tradições antigas ou surgem de procuras artísticas actuais, sondando novas formas, novos materiais e novas técnicas. Desde finais de 2008, foi integrada uma original e extensa colecção de marionetas e máscaras do sudeste asiático e africanas, de Java, Bali, Sri Lanka, Birmânia, Tailândia, Índia, Vietname e China.
O Museu da Marioneta para além de ser o único deste tipo em Portugal, tem um acervo digno de “excelência".

Ginidal Raksha, madeira, tinta, tecido, fio de algodão e metal. Técnica de manipulação: fios. País: Sri-Lanka. Col. Francisco Capelo - Museu da Marioneta

Palhaço, madeira e tecido, Joaquim Pinto. Técnica de manipulação: luva. País: Portugal - Museu da Marioneta
Fandangueiro, madeira e tecido, Manuel Rosado.  Técnica de manipulação: fios. País: Portugal - Museu da Marioneta
Pirata, papier-maché e tecido, Henrique Delgado. Técnica de manipulação: luva. País: Portugal - Museu da Marioneta
Dona Pulquéria, tecido, lã, plástico, madeira, palha, metal, plumas e pêlo de animal, Lília da Fonseca. Técnica de manipulação: luva. País: Portugal - Museu da Marioneta
Satyaki, pele de animal (burro?), osso, madeira, fio de bambu e pigmentos. Técnica de manipulação: sombra. País: Bali, Indonésia. Col. Francisco Capelo - Museu da Marioneta



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sábado, 31 de março de 2012

Palácio Nacional da Ajuda - visita virtual





Visite o Palácio (aqui)


O Real Paço de Nossa Senhora da Ajuda foi mandado erguer por D. José I (1714-1777) no alto da colina da Ajuda. Este edifício, construído em madeira para melhor resistir a abalos sísmicos, ficou conhecido por Paço de Madeira ou "Real Barraca". Substituía o faustoso Paço da Ribeira que fora destruído no Terramoto que arrasou Lisboa em Novembro de 1755.
O novo Paço, habitável desde 1761, veio a ser a residência da Corte durante cerca de três décadas. Em 1794, no reinado de D. Maria I (1734-1816), um incêndio destruiu por completo esta habitação real e grande parte do seu valioso recheio. Era necessário construir um palácio digno de acolher a Família Real.

Planta da "Real Barraca" (pavimento térreo) construída em madeira, no sítio da Ajuda, logo a seguir ao Terramoto de 1755 para alojar a Família Real. Desenho a tinta da China com aguada. Finais do Séc XVIII. Biblioteca Nacional da Ajuda - s. a. (1982) Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Lisboa: CML.
Panorâmica do Bairro da Ajuda, em primeiro plano vê-se o jardim de Lázaro Leitão, e ao fundo a "Real Barraca da Ajuda", residência do rei D. José I após o terramoto de 1 de Novembro de 1755. Inscrição no original: 1 - Palácio do Rei; 2 - Entrada principal; 3,4 - Capela e torre sineira do palácio; 5 - Comunicação com o antigo palácio; 6 - Antigo palácio chamado "da Ajuda"; 7 - Estrada para Belém; 8 - Ermida do Cruzeiro; 9 - Caminho que conduz da cidade ao Palácio, chamada "da Tapada"; 10 - Quinta Jardim do Principal Lázaro Leitão. Gravura a ponta seca, B.R. Bourdet. AML.



O principe regente D. João (1767-1826), aprova a construção de raiz de um novo palácio. O arquitecto Manuel Caetano de Sousa (1742-1802) apresenta um projecto Barroco, sendo o lançamento da primeira pedra celebrado a 9 de Novembro de 1795. Com a chegada de dois arquitectos da escola de Bolonha, seguidores da corrente de inspiração neoclássica, D. João abandona o projecto anterior. Os arquitectos são, Francisco Xavier Fabri (1761-1817) e José da Costa e Silva (1747- 1819) que são encarregues em 1802, de modificar o anterior projecto.
Ao longo da primeira metade do século XIX, por factores políticos e económicos – invasões francesas e consequente partida da corte para o Brasil em 1807 - as obras são interrompidas inúmeras vezes. Estes factores entravavam o desenvolvimento da obra. Nela trabalhavam os melhores artistas do reino: Domingos Sequeira, Arcângelo Foschini, Cirilo Wolkmar Machado, Joaquim Machado de Castro e João José de Aguiar, dedicados particularmente às decorações pictóricas e escultóricas. Quando em 1821, D. João VI  regressa do Brasil, o palácio não está terminado. Em 1826, após a morte de D. João VI, as alas nascente e sul do Paço da Ajuda eram já habitáveis, e a decoração dos seus interiores foi orientada pela Marquesa de Alorna convidada para esse efeito. 
Em 1828, D.Miguel I é aclamado Rei pelos Três Estados reunidos na sala das Cortes, hoje Sala da Ceia, do Paço da Ajuda. Os confrontos entre liberais e absolutistas mergulharam o país numa frágil estabilidade e, em 1833, a construção paralisou por completo. 
Durante o reinado de D. Maria II (1819-1853) e do curto reinado de D. Pedro V (1837-1861) seu filho, que assentaram residência no recém-adaptado Palácio das Necessidades, o Paço da Ajuda foi relegado para segundo plano. 

Retrato de D. João VI, óleo sobre tela, século XIX, Domingos António de Sequeira

 
Planta geral do primitivo projecto do Real Palácio da Ajuda, a parte sombreada é a parte edificada, arquitecto José da Costa e Silva
Palácio Nacional da Ajuda, fachada (194?). Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose. Fotografia de Horácio Novais. Edificado para substituir a "Real Barraca", o seu projecto inicial deve-se a M. Caetano de Sousa. Iniciou-se em 1795. Seguem-se-lhe os arquitectos F. Fabri e J. da Costa e Silva. AML

Quarto de D. Luis I
 O Palácio da Ajuda, ganha dimensão de Paço Real a partir de 1862, ano do casamento de D. Luis I (1838-1889) com a princesa de Sabóia, D. Maria Pia (1847-1911). Para acolher a Família Real, foram realizadas as obras indispensáveis na estrutura do edifício, reformulação de paredes e tectos, revestimentos de soalhos. O recheio - mobiliário, têxteis e objectos decorativos em geral - tinha várias origens. Parte encomendado a casas especializadas, portuguesas ou estrangeiras, fornecedoras da Casa Real. Outra parte proveniente das reservas dos Paços Reais e do Tesouro. Os presentes de casamento e bens trazidos de Itália pela rainha ajudaram à decoração dos apartamentos remodelados. 

Ratificação do Casamento do Rei D. Luis e D. Maria Pia, óleo sobre tela, António Manuel da Fonseca (na nave central da igreja, assiste-se à saída do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Bento Rodrigues. No plano seguinte estão representados, ao centro, o Rei D. Luís, fardado de gala, e D. Maria Pia, com um vestido de noiva branco).
Retrato da Família Real Portuguesa (rei D. Luis I, rainha Maria Pia, principe D. Carlos, infante D. Afonso) pintura, 1876, Joseph Fortuné-Séraphin Layraud - Palácio Nacional da Ajuda
O Palácio foi residência oficial da família real portuguesa, desde o reinado de D. Luís I (1861-1889) até 1910, ano em que foi encerrado após a proclamação da República e consequente exílio da Família Real. O Palácio Nacional da Ajuda foi declarado Monumento Nacional pelo Decreto de 16 de Junho de 1910. Aberto ao público como museu em 1968, é especialmente expressivo como residência real da época, revelando ambientes oitocentistas e importantes colecções de artes decorativas dos séculos XVIII e XIX: dos têxteis ao mobiliário passando pela ourivesaria, e cerâmica, bem como de pintura, escultura e fotografia. A Presidência da República realiza aqui algumas das mais importantes cerimónias de Estado.

Sala Azul, aguarela sobre papel, 1889-189. Enrique Casanova
Sala do Despacho, aguarela sobre papel, 1889-1895. Enrique Casanova
Programa de Música, 1903 (programa de música tocada durante a ceia oferecida a Eduardo XVII de Inglaterra, no Palácio da Ajuda, quando da sua visita a Portugal em 6 de Abril de 1903).
Menu, 14 de Maio de1887
Alfinete de Gravata (pertenceu a D. Luis), ouro, prata, diamantes, rubis, esmalte, 1861-1889, executado em Portugal.

  
Brincos à Rainha, ouro, século XIX, José João Cardoso
Candeeiro Arte Nova, bronze (adquirido pela rainha Maria Pia, em 1900, em França), autor Larche, François-Raoul, fabricante Siot-Decauville, França

Principe D. Carlos, escultura, mármore, 1865. Encomenda do rei D. Luis, ao escultor Sighinolfi, Cesar
 Prato de sobremesa «Pie Grièche», porcelana policromada, vidrado, douragem; 1824-1840 (serviço de sobremesa, que pertenceu a D. Maria II e foi usado no banquete de casamento do seu filho D. Luis com D. Maria Pia de Sabóia) manufactura de Edouard Honoré em Champroux en Allier, França.
Estojo de pintura de D. Luis I, madeira, couro, metal dourado, vidro, porcelana, pigmentos, carvão. «G. Rowney & Co» Londres, Grã – Bretanha, séc. XIX (2ª metade)


Caricatura de Teixeira de Carvalho, aguarela, fotografia, lápis, sobre papel, século XIX, D. Luis de Bragança.


Cómoda, madeiras de casquinha, vinhático, pau-santo, plátano, madeiras tingidas, latão, mármore, metal, 1775-1800 - D. Maria I. Executada em Portugal