A interpretação de um livro (aqui) ou de um excerto literário (aqui) de autores de língua portuguesa, serviu de inspiração a intervenções de arte urbana em vidrões, espalhados pela cidade de Lisboa.
Esta iniciativa promove a união entre a literatura de expressão portuguesa - grupo editorial Leya - e a arte urbana - Galeria de Arte Urbana (GAU) da Câmara Municipal de Lisboa.
Esta iniciativa promove a união entre a literatura de expressão portuguesa - grupo editorial Leya - e a arte urbana - Galeria de Arte Urbana (GAU) da Câmara Municipal de Lisboa.
Um vidrão localizado na Avenida Almirante Reis, apresenta a interpretação do livro "A Ordem Natural das Coisas", da autoria do psiquiatra e escritor português, António Lobo Antunes, (Lisboa, 1942).
(...)
Levanto-me da cama, subo um bocadinho os estores e as luzes de Alcântara prolongam-se até às docas e ao Tejo semeado de canoas, à cata de peixe na babugem. Neste momento da noite, equidistante do poente e da aurora, não há trânsito na praceta e os semáforos mudam do encarnado para o verde comandando sombras. A neblina de março transfigura os edifícios, impregnando-os da majestade que não possuem de dia, e se penso nisso, Iolanda, a mudez do quarto assusta-me de receios que compreendo mal, semelhantes ao medo com que escutei o médico de Mafra, guardando o estetoscópio imenso, esclarecer a desconfiança do cabo:
- É canja, amigo, se não me obedece pifou, como buracos de tiros não há avisa-se o abade da Ericeira e pronto.
(...)
Antunes, António Lobo, "A Ordem Natural das Coisas" . D. Quixote. (capítulo 1)
Fotos "comjeitoearte", Agosto de 2016 |
Excerto do livro:
http://glups.leya.com/_media/files/2011/Feb/a_ordem_natural_das_coisas_xhbe.pdfFontes:
http://www.leyaonline.com/pt/livros/literatura/literatura-classica/a-ordem-natural-das-coisas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Lobo_Antunes
http://www.smart-cities.pt/pt/noticia/literatura-pintada-nas-ruas-de-lisboa-1704/