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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Cigarreiras | séc. XIX

"JOB", cartaz. Litografia colorida. Autor: Alphonse Mucha. Data: ca:1896. Dimensões: 140cm x 94,5cm Anúncio a papel de cigarro. Ilustração com uma jovem mulher em vestido de noite, fumando. - Victoria and Albert Museum.
 

Originária dos Andes, a planta do tabaco espalhou-se por toda a América. No início do século XVI, o tabaco foi levado pelos espanhóis para a  Europa, onde teve imenso sucesso sob a forma mascada e sob a forma de rapé. O tabaco moído, enrolado em papel "mortalha", pelo fumador, foi outra forma de consumo. Nesta opção, o tabaco era armazenado na tabaqueira ou numa bolsa de couro. 


Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: pele, vidro, papel. Técnicas: pintura. - Museu Frederic Marès.


Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: prata e madrepérola. - Museu Frederic Marès.


Cigarreira com relógio. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

O hábito de fumar por mero prazer e ostentação, ocorreu no século XIX. O acréscimo de consumo, levou a que o tabaco pré-enrolado fosse comercializado. A cigarreira surgiu da necessidade de armazenar e transportar os cigarros, evitando que se quebrassem. 

Feitas de materiais luxuosos, eram consideradas objectos indispensáveis para qualquer cavalheiro ou dama elegante.

Cigarreira. Data: século XIX.  Material: prata - Museu Frederic Marès.



Cigarreira. "Vistas de Inglaterra". Torre de Londres e Câmara Municipal de Manchester. Data: segundo quartel do século XIX. Materiais: vidro, papel metalizado. Técnica: pintura. - Museu Frederic Marès.


Cigarreira. "Duas mulheres fumando". Data: século XIX. Materiais: metal e vidro. - Museu Frederic Marès.


Na literatura portuguesa do século XIX, a cigarreira é associada a diversas personagens. Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco, colocaram esse objecto no quotidiano das personagens de "O Crime do Padre Amaro", "A Cidade e as Serras" e "Sentimentalismo e História". 

(…)

D. Joaquina Gansoso arrastara Amélia para o vão da janela, perguntando-lhe se tinha outros objectos pertencentes ao homem. Amélia, atarantada, confessou que tinha algures, não sabia onde, um lenço, uma luva desirmanada, e uma cigarreira de palhinha

- É para o fogo, é para o fogo! Gritava Gansoso excitada.

(...) 

Era a Gansoso que entrava triunfante com a cigarreira, a velha luva e o lenço de algodão.

E as senhoras, com alarido, arremeteram para a cozinha. A mesma S. Joaneira as seguiu, como boa dona de casa, para fiscalizar a fogueira.

 - Os três padres então sós, olharam-se - e riram.

- As mulheres têm o diabo no corpo, disse o cónego filosoficamente. 

- Não senhor, padre mestre, não senhor, acudiu logo Natário fazendo-se sério. Eu rio, porque a coisa, assim vista, parece patusca. Mas o sentimento é bom. Para a verdadeira devoção ao sacerdócio, horror à impiedade... enfim o sentimento excelente. 

 (...)

Eça de Queirós - Romancistas essenciais 

"O Crime do Padre Amaro". (publicação original em 1874)

Editora Tacel Books.


Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: metal. Técnica: pintura. - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès. 

 

(…)

Bruscamente, ao sairmos da vereda para um caminho mais largo, entre um socalco e um renque de vinha, Jacinto parou, tirando a cigarreira:

Pois, Silvério, eu náo quero mais estas horríveis misérias na quinta.

O Procurador deu um jeito aos ombros, com um vago “eh! eh!” de obediência e dúvida.

- Antes de tudo – continuava Jacinto – mande já hoje chamar esse doutor Avelino para aquela pobre mulher… E os remédios que os vão buscar logo a Guiães. E recomendação ao médico para voltar amanhã, e em cada dia; até que ela melhore… Escute! E quero, Silvério, que lhe dê dinheiro, para os caldos, para a dieta, para a dieta, uns dez ou quinze mil-réis…Bastará?

(…) 

Eça de Queirós - "A Cidade e as Serras". Pág. 178

(Publicação original em 1901). 

Biblioteca de Autores Portugueses. Ulisseia.


Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.

Cigarreira. Data: século XIX. Materiais: fio de prata. - Museu Frederic Marès.

(…) Felícia, ás escondidas, calçou os sapatos, serpenteou as fitas nas pernas bojudas, e ficou a contemplar-se com satisfação, regamboleando a canela, remirando-lhe todos os aspectos, horizontalmente, transversalmente, verticalmente, de esguelha, de perfil. Também tinha mitaines de retroz e ligas verdes de fivela, elásticas, trazidas do Allemão de Guimarães, quando o comendador lá foi comprar um grilhão de vinte moedas para a noiva, outro para a irmã, uma caixa de prata para o meio-grosso de Eusébio Macário e uma cigarreira do mesmo metal para o abade. (…)

Camilo Castelo Branco - "Sentimentalismos e Historia" Publicação 1879  - Pág. 241 e 242 . volume !

Original Universidade de Indiana

Editora Lello & irmão


 

Cigarreira. Data: segunda metade do século XIX.  - Museu Frederic Marès.


Fontes:

https://collections.vam.ac.uk/item/O89346/job-poster-mucha/

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466722/?resultsetnav=678ebf377890b

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466703/?resultsetnav=678fc146ecdc6

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766679/?resultsetnav=678fc1713eca5

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H721899/?resultsetnav=678fc15522058

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466728/?resultsetnav=678fc1485b762

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H721873/?resultsetnav=678fc1518802a

https://www.google.pt/books/edition/_/Obj4DwAAQBAJ?hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwix1-Gh34WLAxXgUaQEHeifO-sQre8FegQIERAD

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H466726/?resultsetnav=678fc1485b762

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766645/?resultsetnav=678fc167415c3

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766715/?resultsetnav=678fdae82a216

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766656/?resultsetnav=678fc1688a18c

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766719/?resultsetnav=678fded1dbbdb

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H721918/?resultsetnav=678fc15c20877

https://www.google.pt/books/edition/Sentimentalismo_e_historia/3mbXZrb0w0cC?hl=pt-PT&gbpv=0

https://cataleg.museumares.bcn.cat/fitxa/gabinet_del_colleccionista/H766678/?resultsetnav=678fe699ed140

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco



sábado, 21 de maio de 2022

Porcelana decorada com metal


Tigela de duas alças de Burghley House, Lincolnshire - Porcelana chinesa 1573 – ca. 1585. Montagens britânicas ca. 1585. Porcelana de pasta dura, com suporte de prata dourada. Dimensões: 15,9 cm X 24,1 cm. - The Metropolitan Museum of Art

Ao longo dos séculos, os artesãos criaram diversos objectos de porcelana e cerâmica, que decoraram com esmalte colorido, aplicação de metal, técnicas de vidrado, gravura, pintura, entre outras.

As casas burguesas do século XVI, decoradas com ricos móveis e magníficos objectos, exibiam peças em porcelana, de grande requinte, entre elas a porcelana chinesa com montagens finamente trabalhadas em prata.


Jarro com bico em forma de cabeça de lobo - Porcelana pintada a azul cobalto sob vidrado. Feito na China (Jingdezhen). Aplicação em prata, feita em Inglaterra. Data: ca. 1600-10.  Dimensões: 24,1 X 21,5 cm. - Victoria and Albert Museum.


As peças de porcelana exportadas da China, eram valorizadas com decorações e montagens de metal, na Europa, para as tornar mais apelativas, luxuosas e  competitivas de acordo com o status elevado dos compradores. 

Nas montagens decorativas em móveis, relógios, objectos de iluminação e porcelana, os artesãos  usavam o processo ormolu, também conhecido como bronze dourado


Tijela de Potpourri com tampa - Porcelana do Japão (Arita) de finais do século XVII, montagens em bronze dourado, francesas ca. 1745-1750. Dimensões: 38,4 x 41,3 x 26 cm . - The Metropolitan Museum of Art

O ormolu mais antigo parece remontar ao século XVII, em França, onde este processo teve o seu "berço".

Nos séculos XVIII e XIX, os designers e marceneiros franceses recorreram com bastante frequência às montagens em ormolu, criando peças muito finas e requintadas. Dos mestres que trabalharam em ormolu destaca-se Jacques Caffieri (1678 - 1755) e Pierre Gouthière (1732-1813) em França, a par das oficinas de Matthew Boulton (1728 - 1809) e Benjamim Lewis Vulliamy (1780 - 1854) em Inglaterra.


Garrafa em forma de pêra - Garrafa octogonal em porcelana Qingbai, dinastia Yuan. Jingdezhen, 1300-1368 (feito). Aplicações alemãs em ormolu datadas de ca.1720. Dimensões: 27,8 cm X 13,5 cm. - Victoria and Albert Museum.

A parte superior da garrafa, em falta, foi substituída e consiste numa tampa de cúpula octogonal em ormolu. A parte inferior da garrafa foi também montada em ormolu e consiste  num pé octogonal perfurado com formas circulares.


Lavabo - Faiança pintada de azul e latão. Decoração barroca em azul cobalto. Torneira de latão e tampa de latão com remate formando um vaso com flores.Fabricante: Fábrica de Porcelana Claeuw , meados do século XVIII. Dimensões: 47 cm. - Museum of Applied Arts


Figura - Castiçal em base rococó ormolu com galhos metálicos pintados de verde segurando flores de pasta mole e dois bicos ormolu. Porcelana pintada em esmaltes e dourados, com montagem em ormolu. Artistas: JF Eberlein e JJ Kändler .ca. 1736-40. Fabricante:  Fábrica de Porcelana Meissen, Alemanha, ca. 1736-40. Altura da figura: 12 cm.-- Victoria and Albert Museum. 


Bule - Bule e tampa de porcelana com ferragens em prata dourada. Decoração com as armas da França e da Polónia. Fábrica de Porcelana Meissen, Alemanha, 1737.. Fabricante / montagens: Eloy Brichard 1756-62. Dimensões: 11,6 x 20 x 10 cm. - Victoria and Albert Museum

Esta peça faz parte de um dos mais importantes presentes reais do século XVIII. O bule pertence a um extraordinário serviço de chá e chocolate constituído por mais de 40 peças. Augusto III, rei da Polónia, presenteou em 1737 Maria LeszczynsKa, rainha de França,  esposa de Luís XV, rei de França. O presente pessoal poderia contribuir para melhorar as relações diplomáticas entre a Saxónia e a França.

O bule foi posteriormente montado em prata dourada por Eloy Brichard, conceituado ourives de Paris.



Caixa de Relógio - Porcelana de pasta dura com montagens de metal dourado. Fabricante: Meissen, Alemanha, 1728 - 30. Montagens de Dresden ca. 1830 - 50. Dimensóes: 54,8 x 30,8 x 23,2 cm. - The Metropolitan Museum of Art 

Esta peça, feita nos primeiros anos da fábrica de Meissen, é uma das mais arrojadas da época. A sua dimensão e o grupo escultórico, distinguem-na de outras peças de porcelana. No decorrer do  século XVIII, a fábrica produziu poucas caixas de relógio, cujas grandes dimensões e técnicas complexas elevavam os custos da produção.


Vaso - Porcelana com esmalte cristalino e montagem em prata.. Estilo: Arte Nova. Artista: Victor Saglier . Fabricante: Fábrica de Porcelanas Sèvres ca. 1900. Negociante de arte / vendedor : Siegfried Bing. - Victoria and Albert Museum




Fontes imagens:

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/199407

https://collections.vam.ac.uk/item/O104733/ewer-unknown/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/206799?searchField=All&sortBy=Relevance&ft=porcelain&offset=0&rpp=80&pos=20

https://collections.vam.ac.uk/item/O495626/bottle-unknown/

https://collections.imm.hu/gyujtemeny/lavabo/11300?f=2sSzQCaDkrlD-8vAkN91LYT4HVdb-muycPtwt2E4VomMW7BoN7yDxpRkP7xLxnlUEo17VbiAY&n=519

https://collections.vam.ac.uk/item/O333259/figure-eberlein-johann-friedrich/

https://collections.vam.ac.uk/item/O166564/teapot-brichard-eloy/

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/659048

https://collections.vam.ac.uk/item/O122687/vase-bing-siegfried/


Fontes Texto:

https://en.wikipedia.org/wiki/Ormolu

https://www.britannica.com/art/ormolu



sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Interiores do século XVI na pintura

"Nascimento da Virgem". Tempera sobre tela (126 X 128 cm). Data: 1504-08. Autor: Vittore Carpaccio. Academia Carrara, Bergamo. - Web Gallery of Art.
No quarto de dormir representado na imagem, a cama encontra-se resguardada, numa alcova protegida por cortinados pesados. Ao fundo, o acesso a outras divisões da casa.

O móvel renascentista, teve a sua origem em Itália. Caracteriza-se pela dependência da arquitectura e pela inspiração na arte clássica. No século XVI, o mobiliário do Renascimento  personaliza-se. 
O conceito da habitação como "residência", faz com que os móveis sejam elementos fundamentais na organização da casa senhorial.


"O Sonho de Santa Úrsula". Tempera sobre tela (274 X 267 cm). Final do século XV (1495). Autor: Vittore Carpaccio. Galeria da Academia, Veneza. - Web Gallery of Art
Quarto de dormir, com uma cama de dossel, sustentado por hastes finas e torneadas, uma mesa e uma cadeira, entre outros objectos.


As linhas e os planos horizontais predominam, emprestando aos móveis renascentistas um aspecto majestoso. Os tipos de móveis mais tradicionais , como camas, arcas e armários, são enriquecidos com entalhados geométricos, espelhos embutidos, colunas, pedestais, molduras...



Cama toscana com cassoni. Esta cama de finais do século XV, caracteriza-se por uma estrutura de inspiração arquitectónica, cujas superfícies apresentam rectângulos dispostos lado a lado, simples e ritmados. Montenegro, Ricardo. Guia da História do Mobiliário.Presença. Editora.

 
Na Europa as tendências artísticas dominantes, no final do período do século XVI, variam conforme os países.
Em França existem numerosos artesãos e artistas flamengos e holandeses. Os móveis mostram predominância de elementos decorativos, tais  como cariátides, grinaldas, florões, festões, volutas...
A Inglaterra mantém isento das influências estrangeiras estilos como o Tudor e o Isabelino, até meados do século XVI. 


Poltrona articulada (tipo Dantesca). Madeira de nogueira com entalhes, veludo de seda bordado, franja e metal. Século XVI Origem: Itália. - The Metropolitan Museum of Art. 
Durante a Renascença italiana, tem grande popularidade a cadeira savonarola, uma cadeira dobrável (movimento de tesoura) realizada em madeira. A cadeira tipo dantesca é apenas feita com quatro elementos, unidos por uma trave. Os apoios de braços têm a forma de S, e os trilhos na base terminam em pés com forma de garra. Os estofados são de veludo de seda azul bordado, com franjas verdes.



"Nascimento de São João Baptista". Afresco, largura 450 cm. Capela Tornabuoni, Santa Maria Novella, Florença. Final do século XV (1486-90). Autor: Ghirland Domenico. - Web Gallery of Art.
Interior de um quarto de dormir com cama renascentista, de final do séc. XV.


Em Portugal prepondera o domínio das artes decorativas e mobiliário, não só sob o ponto de vista técnico mas também na criação de novas formas. No século XVI, Lisboa tem  66 pintores e douradores, e 47 debuxadores - ofícios ligados à fabricação de mobiliário. O móvel tem uma procura significativa como peça de arte. 


"Nascimento de Maria". Afresco, largura 450 cm. Capela Tornabuoni, Santa Maria Novella, Florença. Final do século XV (1486-90). Autor: Ghirland Domenico. - Web Gallery of Art.
Interior ricamente decorado, com um friso em relevo, cama renascentista e colunas.


A residência das classes abastadas do Renascimento, é organizada em edifícios com vários andares: no rés-do-chão, situam-se as zonas de serviço; no primeiro andar, habita o proprietário e a família; o último andar destina-se ao alojamento do pessoal e depósito de objectos.


"A Partida dos Embaixadores".  Óleo sobre tela (280 X 253cm). Data: 1495-1500. Autor: Vittore Carpaccio.  Galeria da Academia, Veneza. - Web Gallery of Art.
O salão, grandioso e ricamente decorado, reflecte o prestígio do seu proprietário. Ao fundo, a passagem para outras divisões da casa, faz-se por um enorme corredor com uma escada. 

O salão é a divisão mais representativa, ricamente decorada com frescos, tapeçarias e mobilado com as peças mais significativas e ricas. Este aposento é sempre dominado por uma grande chaminé.
O quarto de dormir, ganha maior privacidade e define-se como local separado do resto da casa. É comum existir uma sala destinada à leitura, à escrita e onde se trata de negócios.


"A Anunciação". Óleo sobre madeira (86,4 x 80 cm). Data: ca. 1525. Autor: Joos van Cleve. - The Metropolitan Museum of Art.
Interior cuidadosamente mobilado, com cama de dossel, cadeira e armário tipicamente renascentista.



Armário. Madeira de nogueira, entalhe dourado. Data: 1580-1600. Renascença francês. - Victoria and Albert Museum 


As habitações das classes menos abastadas podem ser organizadas numa única divisão, ou podem ter dois pisos: um rés-do-chão, onde se desenvolvem todas as actividades quotidianas como, cozinhar, trabalhar, receber, e um piso superior utilizado como quarto de dormir.



Interior de cozinha
. Óleo sobre tela (116 x 80,5 cm). Data: 1565. Autor : Marten van Cleve. - Castelo Skokloster - Skoklosters slott
Interior de uma cozinha, com pessoas ocupadas em diversas tarefas. Uma mulher mexe uma panela. Dois homens conversam, enquanto um agarra num coelho, o outro segura num prato. Uma mulher, cuida de uma criança. Um grupo de pessoas dedica-se à lavagem da loiça. Ao fundo, um armário e uma grande chaminé. 


Cama.  Estilo típico das camas de madeira da década de 1590. Material: Madeira de carvalho entalhado. As figuras humanas esculpidas na cabeceira da cama, eram originalidade pintadas com cores vivas. Painéis de marchetaria. Dimensões: 326 cm de largura. Designer: Vredeman de Vries, Hans. - Victoria and Albert Museum 


Nascimento de São João Baptista. Pintura a óleo sobre madeira. Data: Último quartel do século XVI. Dimensões: 103 x 86 cm. Autor: Oficina portuguesa círculo de Simões Rodrigues. - Museu de Arte Sacra do Funchal.
Interior de um quarto. Em primeiro plano, a Virgem com São João Baptista, no colo, e num segundo plano, repousa, no seu leito de dossel, Santa Isabel.




Fontes:

https://www.wga.hu/html/c/carpacci/2/05birth.html
https://www.wga.hu/html/c/carpacci/1ursula/2/50dream.html
https://www.wga.hu/html/g/ghirland/domenico/6tornab/62tornab/3birth.html
https://www.metmuseum.org/art/collection/search/461135?searchField=All&sortBy=Relevance&what=Seating+furniture&ft=*&offset=320&rpp=80&pos=346
https://www.wga.hu/html/g/ghirland/domenico/6tornab/61tornab/2birth.html
https://www.wga.hu/html/c/carpacci/1ursula/1/20depart.html
https://www.metmuseum.org/art/collection/search/436791
http://collections.vam.ac.uk/item/O58198/cabinet-unknown/
http://emuseumplus.lsh.se/eMuseumPlus?service=ExternalInterface&module=collection&objectId=24929&viewType=detailView
http://collections.vam.ac.uk/item/O9138/great-bed-of-ware-bed-vredeman-de-vries/
http://www.masf.pt/homepage.html
Montenegro, Ricardo. Guia da História do Mobiliário.Presença. Editora.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Cartão de Natal desdobrável

Bosque de árvores de Natal (1998-2005?). Papel com técnica de recorte e colagem - A realização destes cartões é complemente artesanal. São realizados por famílias nepalesas que participam em projectos comunitários suportados pela UNICEF (arquivo «comjeitoearte») 








O verso e reverso do cartão têm dois tons  diferentes de verde. Quando se sobrepõem dão a ilusão de bosque.


Desejo a todos os leitores, seguidores, visitantes e amigos do «comjeitoearte» um Santo e Feliz Natal.




quarta-feira, 13 de junho de 2018

Tronos de Santo António, Lisboa - 2



Rua Norberto de Araújo, Alfama. Foto "comjeitoearte", em Junho de 2018



Igreja Paroquial de São Miguel, no Largo de São Miguel, Alfama. Foto "comjeitoearte", em Junho de 2018.


Rua de São Miguel, Alfama. Foto "comjeitoearte", em Junho de 2018. 

sábado, 10 de setembro de 2016

Cerâmica figurativa do Norte de Portugal

Artesão Delfim Manuel (Vila Nova de Famalicão). Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)


Na 29ª edição da FIA, em Lisboa, artesãos provenientes de Barcelos, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Vila Real e Guimarães, mostraram o seu enorme talento e criatividade na arte de trabalhar o barro.

Nesta edição, a exposição sobre o tema "Rotas da Cerâmica do Norte de Portugal", teve a participação de ceramistas bem conhecidos como Delfim Manuel, Júlia Côta, Francisco Esteves Lima (Mistério) ou os irmãos Baraça, entre outros.


Artesão Delfim Manuel (Vila Nova de Famalicão). Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)
Artesão Delfim Manuel (Vila Nova de Famalicão). Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)
Artesão Delfim Manuel (Vila Nova de Famalicão)- "Custódia". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)
Artesão Delfim Manuel (Vila Nova de Famalicão)- "Custódia", detalhe. Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)

Artesão Francisco Esteves Lima - Mistério (Barcelos) - "Procissão". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)

Artesão Eduardo Pias (Barcelos) - "Cristo Vindima". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)

Artesã Júlia Côta (Barcelos) - "Diabo, Galo, Pombal". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)

Artesã Júlia Côta (Barcelos) - "Pombal". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)
Artesã Júlia Côta (Barcelos) - "Boneca". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)

Artesãos Irmãos Baraça - Moisés Gonçalves e Vitor Gonçalves (Barcelos) - "Presépio". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)

Artesãos Judite Dinis e Nuno Pires (Barcelos) - "Isabelinha" (Feira da Isabelinha). Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)
"ISABELINHA é uma imagem de marca oficial da Feira da Isabelinha, uma actividade pagã das mais importantes do Norte de Portugal. Esta Feira, realizada desde 1907, na segunda-feira de Páscoa, em Viatodos, Barcelos, começou como uma feira franca de gado. O seu nome Isabelinha, surge como homenagem a uma simpática e famosa estalajadeira, que no final do século XIX, início do século XX, acolhia no seu estabelecimento de Viatodos caminhantes, feirantes e outros comerciantes, e que aí ficavam rendidos à art de bem receber. Atualmente na Feira da Isabelinha, que se realiza durante todo o fim de semana da Páscoa, ocorrem diversos eventos desportivos, etnográficos, musicais e culturais, que continuam a ser um ponto de referência
para toda a região.

Símbolos na Isabelinha:
Igreja, milho e uvas: simbolizam Viatodos, estando os dois últimos presentes no seu Brazão.
Traje do Minho: simboliza a origem da Feira e o Festival de folclore que aí se realiza.
Alface: símbolo da origem da Feira como feira agrícola.
Galo: símbolo de Barcelos e da origem da Feira como feira agrícola.
Clave de Sol: simboliza os espectáculos musicais que ocorrem na Feira.
Saia com forma de carrossel: simboliza os divertimentos típicos da feira.
Figuras no carrossel: simbolizam as actividades desportivas que ocorrem na Feira: encontro de motas e bicicletas antigas,corrida de cavalos, paraquedismo, BTT e atletismo.
Design e conceito: 
Judite Dinis e Nuno Pires
Texto por Associação Cultural e Recreativa da Feira da Isabelinha

Artesã Lourdes Ferreira (Maia) - "Peixe com 3 Meninas" e "Menina do Brinco Pérola". Foto "comjeitoearte" (Julho de 2016)

Fontes:
http://www.delfimmanuel.com/
http://www.baraca-artesanato.pt/
http://www.feiradebarcelos.com/artesaos/julia-cota
http://www.artesanato-misterio.com/
http://bloguedelisboa.blogs.sapo.pt/tag/artesanato
https://www.facebook.com/ceramica.criativa/info?tab=page_info
https://plus.google.com/+EduardoeJesusPiasBarcelos