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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Santo António | Alfama, Castelo, Mouraria e Sé

Santo António com Menino ao colo. Autor: Desconhecido. Material: Barro com tintas multicolores. Dimensões: 38X16,3cm. Local de execução: Alto-Alentejo/Évora/Estremoz. Museu Nacional de Etnologia- MatrizNet.
 

(...)
Santo António nasceu em Lisboa no ano de 1195 (15 de Agosto), e morreu em Pádua a 13 de Junho de 1231. Vestiu o hábito de Santo Agostinho no convento de S. Vicente de Fora, em Lisboa. Daqui foi para Coimbra, onde tomou a hábito seráfico de frade menor de S. Francisco. Passou a África para pregar o Evangelho, e a doença trouxe-o de volta, mas o temporal levou-o de aferrada à Sicília  (1221). Daí peregrinou pela Itália, na evangelização e no ensino catedrático. Esteve no capítulo da ordem, na cidade de Assis, a que o Patriarca S. Francisco assistiu (1221); passou por Bolonha, em cujas proximidades estabeleceu a sua Tebaida, em Pádua, Florença, Veneza; passando à França esteve em Limoges, Mompilher, etc. Em Portugal notara-se pela sabedoria; em Itália o Bispo de Forlibio, animou-o e auxiliou-o; (...). Frade austero e erudito, deixou na sociedade rude do tempo do nosso primeiro rei larga fama de santidade. Na boca do povo anda ainda a tradição deste santo, milagreiro e, consoante passos anedóticos, "amigo das moças". A sua festa é celebrada especialmente em Lisboa, onde o folguedo popular em danças e descantes evoca os hábitos, cristianizados, das festas pagãs. É um santo casamenteiro e nessa qualidade é invocado nas cantigas do povo. Festeja-se a 13 de Junho. E se pelos folgazões é esperado, anima este dia a esperança das crianças que pela província fora armam os seus altarzinhos, as suas cascatas de musgo e verdura, onde reaparece a meio do ano algumas figurinhas de presepe. É advogado dos moleiros. (...). - Há por todo o nosso país imensas capelas da invocação de Santo António.

in "O Archeologo Português"; série I; Volume XXI (1916);"Registos dos Santos".Luis Chaves.  - DGPC Património Cultural



História da Cidade de Lisboa (2016) - Mural com banda desenhada da autoria de Nuno Saraiva. Junto do Miradouro das Portas do Sol no bairro de Alfama. - Fotos "comjeitoearte" 


Alfama, Castelo, Mouraria e Sé , entre os bairros populares de Lisboa, representados por artistas plásticos.



Ronda dos Bairros. Programa das Festas de 1934. Tinta-da-china sobre papel. Dimensões: 35X25cm. Data: 1934. Autor: José Sobral de Almada Negreiros (1893-1970). - Museu da Cidade.


Lisboa - Alfama. Óleo sobre madeira. Dimensões: 32,5 X 41 cm. Data: 1920. Autor: Francis Smith (1881-1961). - Centro de Arte Moderna Gulbenkian.

Arco Escuro - Alfama. Aguarela sobre papel. Dimensões: 27,5X18,2cm.
Data: 1925. Autor: Alfredo Roque Gameiro (1864-1935). - Museu de Lisboa

Rua de S. Pedro - Alfama. Aguarela. Data: 1920. Autor: Alfredo Roque Gameiro (1864-1935) - Wikimedia Commons  


Arco de Jesus. Óleo sobre platex. Dimensões: 23,5 X 19,5 cm. Data: Sec. XX (2ª metade?). Autor: Manuel Jorge (1924-2015). - Museu da Cidade.

Escadinhas de S. Miguel - Alfama. Óleo sobre platex. Dimensões: 19,7 X 29,7 cm. Data: Sec. XX (2ª metade?). Autor: Manuel Jorge (1924-2015). - Museu da Cidade.

Largo de S. Rafael - Alfama. Óleo sobre platex. Dimensões: 20 X 30 cm. Data: Sec. XX (2ª metade?). Autor: Manuel Jorge (1924-2015). - Museu da Cidade.

Porta de S. Jorge no Castelo de S. Jorge. Aguarela sobre papel. Dimensões: 33,5 X 40,4 cm. Data: 1959. Autor: Eduardo Staubyn. - Museu da Cidade


Sé de Lisboa. Óleo sobre tela. Dimensões: 61,5 X 74 cm. Data: 1938. Autor: Carlos Botelho (1899-1982). - Centro de Arte Moderna Gulbenkian.

Escadinhas de S. Cristóvão. Aguarela. Data: 1910-1920. Autor: Alfredo Roque Gameiro (1864-1935) - Wikimedia Commons  
 .

Santo Antônio de Lisboa. Impressão sobre papel. Dimensões: 11,5 X 6 cm. Data: Séc. XX. - Museu da Ctdade


Fontes:

http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=92268

https://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/o_arqueologo_portugues_1_serie/

https://comjeitoearte.blogspot.com/2016/06/historia-da-cidade-de-lisboa-em-banda.html

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=2499&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/lisboa-alfama-138962/

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=1449&ns=216000&Lang=po&museu=2&c=explorar&IPR=8092

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roque_Gameiro_(Lisboa_Velha,_n.%C2%BA_01)_R_de_S_Pedro.jpg

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=72041&ns=216000&Lang=po&museu=2&c=explorar&IPR=8092

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=72038&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=72037&ns=216000&Lang=po&museu=2&c=explorar&IPR=8092

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=1465&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/se-de-lisboa-138908/

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roque_Gameiro_(Lisboa_Velha,_n.%C2%BA_91)_Escadinhas_de_S_Cristovam.jpg

http://acervo.museudelisboa.pt/ficha.aspx?id=46294&ns=216000&Lang=PO&museu=2&c=explorar&IPR=8092

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Daqui a cem anos, data com capicua.

 

Ilustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 829, 7 de Janeiro de 1922. Capa de António Soares (1894-1978).
Nesta publicação: Augusto Rosa; Cottinelli Telmo; Freire Braancamp; Helena Roque Gameiro; Jorge Barradas; Leitão de Barros; Vitorino Nemésio; Galiza e Portugal; Lisboa-Porto na máquina a carvão.


Hoje, 22 de Fevereiro de 2022, é um dia especial.


Os números que formam a data 22.02.2022 são uma capicua, porque se lê da mesma maneira de trás para a frente ou da frente para trás.

Até ao dia 22 de Dezembro de 2122, não haverá outro dia com os números agrupados, formando capicua.

É um dia de sorte e propício a celebrações e decisões importantes, para quem é supersticioso.


llustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 833, 4 de Fevereiro de 1922. Capa de Telles Machado.
Nesta publicação: A
cácio de Paiva; António Ferro; Bernardo Marques; Creche do Alto do Pina; O Largo de D. Estefânia; Telles Machado.


Ser-nos-á impossível presenciar a data no ano de 2122. Em compensação, podemos recuar no tempo por cem anos a 1922, reavivar a memória através de algumas publicações da época, e ´sonhar´o futuro a partir da  actualidade. 


llustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 834, 11 de Fevereiro de 1922. Capa de Manuel Roque Gameiro (1892-1944).
Nesta publicação: António Ferro; Conde de Sabugosa; Ex-Imperatriz Zita; Fernanda de Castro; Fernando Pessoa; M
anuel Gameiro; Manuel de Sousa Pinto.

llustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 835, 18 de Fevereiro de 1922. 

Nesta publicação: Acácio de Paiva; Afonso Lopes Vieira; António Ferro; Bernardo Marques; José Viana da Mota; Simão da Veiga; Espinho;Lagos; Macau. 


Ilustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 83625 de Fevereiro de 1922. Capa de Jorge Barradas (1894-1971).
Nesta publicação: António Ferro; António Carneiro; Bernardo Marques; Fernanda de Castro; Jorge Barradas; Stuart Carvalhais; Carnaval.



Ilustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 839, 18 de Março de 1922. Capa de Stuart Carvalhais (1887-1971).
Nesta publicação: Palmira Bastos; Santos Dumont; Stuart Carvalhais; Arte Heráldica; Procissão do Senhor dos Passos da Graça; Transatlântico ´Cap Polonio´.


Ilustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 840,  25 de Março de 1922. Capa de Leitão de Barros (1896-1967).
Nesta publicação
: António Ferro; Leitão de Barros; Norberto Araújo; Carnaval em Nice;Cinema.


Ilustração Portuguesa - 2.ª série, n.º 866, 23 de Setembro de 1922. Capa de Rocha Vieira (1896-1967).
Nesta publicação: Gago Coutinho e Sacadura Cabral; Rocha Vieira; Desporto; Exposição de Frutas; Moda; Pesca da Baleia; Praias de Portugal; Tourada no Porto.



"Contemporânea", Vol. 1, Nº 1, Maio de 1922. Capa de Almada Negreiros (1893 - 1970). Nesta Publicação: António Soares; António Botto; Almada Negreiros; Ernesto de Castro; Fernando Pessoa; João Vaz; Mário de Sá Carneiro. 



Alma Nova, Nº 1, 1922. Capa de Samora Barros (1887 - 1972). Nesta Publicação: Atelier de Columbano Bordalo Pinheiro; Conde de Sabugosa; Gonçalo Santa Ritta; Rafael Bordalo Pinheiro; Arquitectura;  Moda.



"Terra Portuguesa" - Revista Ilustrada de Arqueologia Artística e Etnografia. Nº 31 e 32, de Janeiro de 1922. Capa de  Henrique Santos Júnior. Nesta Publicação: António Quaresma; Casas de Portugal; A capucha; Porcelana em Portugal.




Fonte:

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

José de Almada Negreiros - desenhos 1924


Desenho em Diário de Lisboa de 24 de Outubro de 1924 (Título do artigo: A «gymcana» de automóveis na Parada de Cascais, vista por José d' Almada Negreiros, pág. 3)


O "comjeitoearte" comemora hoje oito anos de publicações!


Aos amigos, visitantes e leitores deste blogue, agradeço a vossa atenção, o vosso tempo e a vossa companhia. 
  
Com a ajuda de todos, o blogue já  ultrapassou um pouco as 655 000 visitas. Actualmente as minhas publicações têm sido menos frequentes, por escassez de tempo, mas o blogue continua a ser visitado diariamente. 

O vosso interesse é também um incentivo. Obrigada a todos!


Comemoro o aniversário do blogue com dois desenhos e uma ilustração  do pintor José de Almada Negreiros , publicados em 1924. 

O desenho de 24 de Outubro de 1924, representa um ambiente festivo e, por isso, considerei-o muito apropriado para o dia de hoje.


Ilustração em «Pierrot e Arlequim», 1924

Desenho em Diário de Lisboa de 9 de Outubro de 1924 (Título do desenho: O incêndio oficial do 5 de Outubro. Legenda do desenho: Como José de Almada Negreiros viu os exercícios dos bombeiros que tão grande sucesso produziram no público. pág. 2). 

Fonte:
França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre, Lisboa: Estúdios Cor  
http://www.fmsoares.pt/



sábado, 7 de abril de 2012

Biografia do pintor José de Almada Negreiros

Auto-retrato. Madrid, 1928 - França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre

Dia 7 de Abril (aqui)

José Sobral de Almada Negreiros ( 7 de Abril de 1893 - 15 de Junho de 1970) foi um pintor e escritor português.

José de Almada Negreiros inicia a realização de desenho humorista em 1911, na revista A Sátira. Participa, em 1912 e 1913, nos I e II Salões dos Humoristas Portugueses. Em 1913 realiza os seus primeiros óleos, para a Alfaiataria Cunha, e a sua primeira exposição individual, na Escola Internacional de Lisboa. Em Março de 1914 publica o seu primeiro poema. Em 1915, colabora no primeiro número da revista literária Orpheu e ilustra o número spécimen da revista Contemporânea. Realiza a sua segunda exposição individual na Galeria das Artes de José Pacheco, em Setembro de 1916. O rótulo futurista que, em 1917, assume com Santa Rita Pintor, é escolhido propositadamente como divisa da modernidade. (Saiba mais)


Desenho em  A Sátira, 1 de Junho de 1911- França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre

Desenho em A Bomba, 25 de Maio de 1912 - Hemeroteca Municipal de Lisboa
Pintura decorativa de figurinos - Alfaiataria Cunha, óleo sobre tela, 1913, Colecção CAM/FCG -  Gonçalves, Rui-Mário (2005), Almada Negreiros, foto José Alves
Capa da Revista Contemporânea, número spécimen, 1915 - Hemeroteca Municipal de Lisboa
Em Paris, cidade onde vive relativamente isolado entre 1919 e 1920, redige Histoire du Portugal par Coeur. Continua a sua aprendizagem convivendo apenas de passagem com os artistas de vanguarda. De regresso a Lisboa, realiza a sua terceira exposição individual no Teatro de S. Carlos, apresentando desenhos feitos em Paris. Divulga, no âmbito desta exposição, A Invenção Do Dia Claro (publicado em 1921), manifesto poético da ingenuidade. Em Maio de 1922, reaparece a revista Contemporânea, dirigida por José Pacheco. Almada oferece a sua assídua colaboração, gráfica e literária, participando em todos os números da publicação de 1922 a 1926. A sua participação estende-se à revista Ilustração que aparece em 1926. Em Março de 1935, realiza-se a I Exposição Oficial de Arte Moderna, iniciativa de António Ferro.

Revista Contemporânea número 1, de Maio de 1922, ilustração, Histoire du Portugal par Coeur, illustrée aux couleurs nationales par Almada - Hemeroteca Municipal de Lisboa
Revista Contemporânea número 4, de Outubro de 1922, ilustração, Fábrica Suissa - Hemeroteca Municipal de Lisboa
 Capa da Revista Ilustração, número 76, de 16 de Fevereiro de 1929 - Hemeroteca Municipal de Lisboa
Cartaz do filme "Canção de Lisboa", litografia, 1933 - Museu Nacional do Teatro
Com uma notabilidade artística já demarcada e algum equilíbrio emocional (casa com a pintora Sarah Afonso em Março de 1934) e económica (começa a receber encomendas públicas), Almada segue o seu percurso com dedicação e entrega.
Foi premiado como pintor em 1942 (Prémio Columbano), em 1946 (Prémio Domingos Sequeira), em 1957 (Fundação Calouste Gulbenkian), e em 1966 (Prémio Diário de Notícias). Realizou as decorações a fresco para as Gares Marítimas de Alcântara (1943-1945) e da Rocha do Conde de Óbidos (1946-1949), os Retratos de Fernando Pessoa para o Restaurante Irmãos Unidos (1954) e para a Fundação Calouste Gulbenkian (1964) e o painel Começar (1968-1969), realizado para a entrada da mesma Fundação. 


O Cão e o Cego, tinta da china sobre papel, 1936 - Museu do Abade de Baçal
Desenho, 1934. Colecção particular - França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre, Lisboa: Estúdios Cor
Maternidade, óleo sobre tela, 1935, Colecção CAM/FCG - Gonçalves, Rui-Mário (2005), Almada Negreiros, foto José Alves
Duplo Retrato, óleo sobre tela,1934-1936, Colecção CAM/FCG - Gonçalves, Rui-Mário (2005), Almada Negreiros, foto José Alves
Jogo de Cartas, tempera sobre papel,1947, Colecção particular - Gonçalves, Rui-Mário (2005), Almada Negreiros, foto José Alves
Domingo Lisboeta, fresco da gare marítima da Rocha do Conde de Óbidos, 1946-1949 - França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre
Estudo para os frescos da Gare Marítima, guache sobre papel colado em cartão - Museu do Chiado, Museu de Arte Contemporânea
 
Fontes:
França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre, Lisboa: Estúdios Cor  
Gonçalves, Rui-Mário (2005), Almada Negreiros, Lisboa: Caminho, Paço de Arcos: Edimpresa

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/Contemporanea.htm
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ilustracao/Ilustracao.htm
http://www.matriznet.ipmuseus.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=1048836

sábado, 15 de outubro de 2011

Biografia do pintor Almada Negreiros

Autocaricatura em O Século Cómico, 1913
José Sobral de Almada Negreiros, nasceu em São Tomé (1893) e morreu em Lisboa (1970). Ficou órfão de mãe em 1896. Foi internado com o seu irmão António (no ano em que  seu pai partiu para Paris (1900) no Colégio dos Jesuítas de Campolide (Lisboa) onde viveu durante dez anos, mesmo no tempo de férias. Sendo o  Colégio encerrado pelo governo republicano, Almada frequentou o Liceu Camões em 1911 e depois, até 1913, a Escola Internacional de Lisboa. (Saiba mais)

Desenho em A Sátira, 1911
Em 1911, no jornal  A Sátira, Almada publicou pela primeira vez um desenho. Em 1912, colaborou em numerosos jornais e revistas: A Rajada (Coimbra), A Manhã (Porto), A Bomba (Porto). Neste ano participa na I Exposição dos Humoristas , no Grémio Literário.  Ainda na Escola Internacional, realizou em Março de 1913 uma exposição de caricaturas, que chamou a atenção para o jovem Almada. A Ilustração Portuguesa e O Século Cómico publicaram reproduções e uma autocaricatura. Fernando Pessoa depois desta exposição, publica na revista A Águia (1913) um  texto sobre a arte da sátira, onde fala de Almada. O convívio entre os dois intensifica-se, Fernando Pessoa reconhece  Almada como um génio  e  este  colabora na 1ª edição da revista Orfheu (1915) com o texto Frizos. 

Capa do catálogo da I Exposição dos Humoristas Portugueses, 1912

Desenho Humorístico (Senhores Conversando)
Em consequência da guerra de 1914-1918, Almada passou a conviver com Santa-Rita Pintor, dando ocasião a que as revistas Orfheu nº 2 (1915) e Portugal Futurista (1917), não fossem exclusivamente de pessoas ligadas às letras. A revista Portugal Futurista teve a colaboração de Santa-Rita Pintor, José de Almada Negreiros e Amadeo de Souza-Cardoso.  

Capa de Portugal Futurista, 1917
Amadeo de Souza-Cardoso que se encontrava em Manhufe, Amarante, em consequência da guerra, escreveu a Almada e dispôs-se a realizar uma grande exposição das suas pinturas. No Porto, a exposição teve o título de Abstraccionismo, em Lisboa, foi realizada um mês depois sem título. Depois desta  exposição, em Abril de 1917, tem lugar a conferência futurista no Teatro República (hoje São Luís), onde Almada divulga o Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX.

Ilustração de Histoire du Portugal par coeur , 1922

Espanhola, tinta de água, tela, 1926
A Primeira Guerra Mundial acabou em 1918. Almada parte para Biarritz e Paris (1919-1920). Aí teve diversas ocupações para sobreviver (bailarino de cabaré, empregado numa fábrica de velas…), redigiu  Histoire du Portugal par Coeur  e a peça Antes de Começar. Regressa a Portugal, em 1921 profere a conferência A Invenção do Dia Claro. Participa em exposições da SNBA. 
Viveu entre 1927 e 1932 em Espanha, onde realizou decorações murais na Cidade Universitária de Madrid, nos cinemas San Carlos, Barceló e no Teatro Muñoz Seca.

Auto retrato, 1924-1928

Arlequim, desenho a lápis, 1925
Almada regressa a Portugal em 1932, vindo de Espanha, ao mesmo tempo que Mário Eloy, vindo da Alemanha. A eles junta-se Sarah Afonso, com quem Almada veio a casar em 1934.

Durante os anos 30, realizou algumas das suas obras importantes: Duplo Retrato (1934), Maternidade (1935), Arlequim (1937), vitrais para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima (1938), Retrato de Sarah Afonso (desenho, 1938) A Sesta (desenho, 1938), um fresco para o edifício de Diário de Notícias (1939-1940).

 

Retrato de Sara Afonso, desenho, 1938
"Quem não sabe arte não na estima", fresco da sede do Diário de Notícias em Lisboa, 1939-1940
Vitrais, Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa, 1938-1939

Nos anos 40, as grandes pinturas murais definem uma época importante no conjunto da obra de Almada: Gare Marítima de Alcântara (1943-1945), Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos (1946-1949). Almada realizou numerosos guaches e estudos preparatórios para estas obras. Nos murais da Gare Marítima de Alcântara, estão representados aspectos da vida quotidiana à beira-rio, a Lenda da Nau Catrineta, a Lenda de D. Fuas Roupinho salvo pela Virgem no Sítio da Nazaré, o Castelo, o Palácio do Conde de Óbidos e a Sé.

Em 1946 recebeu o Prémio Domingos Sequeira na I Exposição de Desenho, aguarela, guache e pastel (SNI).

 Auto-retrato com a mulher e os filhos, guache, 1944

 "Quem nunca viu Lisboa, não viu coisa boa" pormenor do triptico da Gare Marítima de Alcântara em Lisboa, 1945

 "Domingo Lisboeta", pormenor do triptico da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos em Lisboa, 1946-1949

As décadas de 50 e 60  são grandes em obras e exposições: vitrais para a Igreja de Santo Condestável em Lisboa (1951), exposição individual na Galeria de Março (1952), pintura do 1º Retrato de Fernando Pessoa (1954), participação na III Exposição Colectiva na Galeria Pórtico (1955), painéis cerâmicos para o bloco das Águas Livres, em Lisboa, para a Escola Patrício Prazeres, em Lisboa (1956), participação na I Exposição Gulbenkian (1957), na Primeira  Retrospectiva de Pintura Não-Figurativa Portuguesa (1958),  realização de cartões para tapeçaria da Exposição de Lausanne (1958), ecoração das fachadas das Faculdades de Letras e de Direito da Cidade Universitária de Lisboa, 1957-1961. Prémio Nacional das Artes (SNI) (1959).

 Nu à janela, guache, 1946

 Vitrais da Igreja de Santo Condestável em Lisboa, 1951
 
Vitrais da Igreja de Santo Condestável em Lisboa, 1951

 1º Retrato de Fernando Pessoa, 1954

Em 1963, foi homenageado a propósito do seu 70º aniversário. Realizou uma exposição retrospectiva na SNBA. Realizou o 2º Retrato de Fernando Pessoa para a Fundação Calouste Gulbenkian (1964), foi nomeado procurador à Câmara Corporativa (1965), publicou Orpheu 1915.1965, recebeu o prémio Diário de Notícias (1966), recebeu o Grande Oficialato da Ordem de Santiago da Espada (1967), participou no programa Zip Zip de Raul Solnado e realizou os frescos na Faculdade de Ciências de Coimbra (1969).

"Os Maias", Carlos da Maia e João da Ega - Pormenor da fachada gravada da Faculdade de Letras da Cidade Universitária de Lisboa, 1957-1961

Durante décadas, Almada pesquisou procurando coincidências nos elementos estruturais das figuras geométricas mais simples: circulo, triângulo, quadrado, pentágono… Aplicou o resultado dos seus estudos no desenho ínciso no átrio da sede da Fundação Calouste Gilbenkian em Lisboa intitulada Começar. A realização demorou oito meses 1968-1969.
O "Retrato de Fernando Pessoa" é leiloado em 1970, ano em que morre Almada Negreiros.

Começar, desenho ínciso no átrio da sede da Fundação Calouste Gilbenkian, em Lisboa, 1968-1969



 Começar, pormenor do desenho ínciso no átrio da sede da Fundação Calouste Gilbenkian, em Lisboa, 1968-1969

 "Homenagem a Amadeo de Souza-Cardoso", lápis de cera, 1970

 Fotografia de Almada Negreiros, à saída do leilão do "Retrato de Fernando Pessoa", publicada no Diário de Notícias em Janeiro de 1970

Saber mais aqui no comjeitoearte




Fontes: 
França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre, Lisboa: Estúdios Cor 
Gonçalves, Rui-Mário (2005), Almada Negreiros, Lisboa: Caminho, Paço de Arcos: Edimpresa