quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pai Natal em cartolina

Pai Natal anão
O Pai Natal anão é formado por dois cones, o maior para o corpo e o menor para o chapéu. Pode ser confeccionado em tamanho maior de forma a ocultar um presente debaixo dele. 

Material necessário:

Cartolina branca e encarnada
Papel vegetal
Lápis 
Lápis de cor
Tesoura
X-acto
Clips
Cola 
Régua

Passo a Passo:


Passo 1 - Imprima a figura 1. Copie para o papel vegetal os moldes dos dois cones, da borla e o molde rosto/barba (lápis, régua).

Figura 1 - Moldes para  a realização do Pai Natal

Passo 2 - Decalque para a cartolina encarnada os dois cones e para a cartolina branca o rosto/ barba e a borla.

Passo 3 - Recorte os desenhos obtidos.

Passo 4 - Feche os cones e cole, sobrepondo a parte lisa na parte pontilhada.

Passo 5 - Corte as fitas da barba. Enrole cada fita num lápis para formar os caracóis. 

Passo 6 - Pinte os olhos com lápis de cor.

Passo 7 - Cole a barba no corpo do Pai Natal (cone maior).

Passo 8 - No chapéu faça um corte com um x-acto, como está indicado na figura 1. 

Passo 9 - Ajuste o circulo que representa a borla.

Passo 10 -  Cole o chapéu no corpo conforme está indicado na figura 1.




Estrela de Natal com 14 pontas

Estrela de Natal com 14 pontas

Material necessário:


Papel  metalizado ou colorido
Lápis 
Tesoura
Régua graduada
Espátula para dobragem

Passo a Passo:

A estrela é formada por seis partes independentes, dobradas da mesma maneira e coladas.

1 - Quadrados com 20cm de lado

Passo 1 - No papel metalizado, trace 6 quadrados com 20cm de lado, recorte (1).

Figura a

2 - Quadrado dobrado pela diagonal.
 Passo 2 - Dobre cada um dos quadrados para determinar as diagonais, vinque com a espátula (figura a, 2).

3 - Duas pontas dobradas para o centro do quadrado.
Figura b

4 - Quatro pontas dobradas para o centro do quadrado
Passo 3 - Dobre as quatro pontas do quadrado para o centro, vinque com a espátula ( figura b, 3, 4).

5 - Dobragem das pontas (verso) para o centro do quadrado
Figura c
6 -  Quatro pontas dobradas (verso) para o centro do quadrado
Passo 4 - No verso do quadrado obtido (passo 3), dobre as pontas para o centro, vinque com a espátula (figura c, 5,6).

7 - Quadrado dobrado pelas medianas
8 - Quadrado dobrado pelas medianas
Passo 5 - Volte o quadrado e dobre pelas medianas (7 e 8).

Figura d
9 - Com a ajuda dos dedos, arme as peças
10 - Peça armada
Passo 6 - Com a ajuda dos dedos, levante o vértice central e arme as 6 peças (figura d, 9, 10).

Figura e
11 - Colagem das peças que formam a estrela
 Passo 7 - Cole as seis peças para formar a estrela (figura e, 11).

12 - Estrela de Natal com 14 pontas



terça-feira, 29 de novembro de 2011

O FADO NA ARTE - cerâmica




 
A época de ouro do fado situa-se entre 1946 e 1960, onde os tocadores, cantadores, saem das ruelas para brilharem no teatro, no cinema, para serem ouvidos na rádio ou em discos. As Casas de Fado, com um elenco residente detentor de carteira profissional, alargam o mercado de trabalho aos artistas. A realização de gravações discográficas, de digressões, de actuações na rádio e na televisão, facilitam a divulgação do fado a nível internacional. Destacam-se artistas como Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Cecília do Carmo.
O fado dito "típico", é cantado nas "casas de fado" com o acompanhamento musical tradicional, sendo apreciado por inúmeros turistas. As casas de fado encontram-se nos bairros típicos de Alfama, Mouraria, Castelo, Madragoa. Mantém as características tradicionais: cantar com tristeza e sentimento, cantar ao desafio, improvisar versos – desgarrada. 

"O Fado (Severa)", faiança, Fábrica de Sacavém, anos 40 do século XX (doação Obriverca) - Peça moldada em faiança policromada. Interpretação em suporte cerâmico, da pintura da corrente Naturalista com o mesmo título, da autoria de José Malhoa, e datada de 1910. As personagens principais e únicas, Adelaide da "Facada" e Amâncio, encontram-se também representadas sentadas e de vulto inteiro. Sobre a mesa, garrafa de vinho e dois copos. Contrariamente ao que se verifica no quadro, a figura feminina não segura na mão direita um cigarro aceso, mas aqui apresenta o seio esquerdo descoberto. Fonte:Museu da Cerâmica de Sacavém (2006), 150 anos - 150 peças Fábrica de Loiça de Sacavém. Câmara Municipal de Loures.



Homem a tocar viola, Rosa Ramalho, S. Martinho de Galegos, Barcelos, século XX - Museu Nacional de Etnologia
Estatueta de homem a tocar , cerâmica, António Alves da Cunha, Caldas da Rainha, 1902-1925 - Museu de Cerâmica
Travessa com tocador de viola, cerâmica, Ratinho, faiança, Coimbra, século XIX-XX.  Museu da Música
Prato com tocador de viola, cerâmica, Ratinho, faiança, Coimbra, século XX - Museu da Música
Prato com mulher a tocar, cerâmica, Coimbra, século XIX - Museu Machado de Castro
A partir da década de 80 (depois de um período conturbado), o fado passa a ter lugar no quadro do património musical português, cantores de outras áreas aproximam-se do fado, como José Mário Branco, Sérgio Godinho, António Variações, Paulo de Carvalho…
Desde os anos 90, surge uma nova geração de interpretes, como Camané, Carminho, Mariza, Mízia, Joana Amendoeira, Ana Moura, Pedro Moutinho, Gonçalo Salgueiro, Miguel Capucho, Rodrigo Costa Félix, Patrícia Rodrigues, ou Raquel Tavares dando vigor a esta canção nacional.

Homem a tocar guitarra, Rosa Ramalho, S. Martinho de Galegos, Barcelos, século XX - Museu Nacional de Etnologia
Garrafa em cerâmica, Manuel Cipriano Gomes, Caldas da Rainha, 1870-1887 - Museu da Cerâmica
Mulher tocando guitarra, Barcelos, século XX - Museu Nacional de Etnologia



 O fado está de parabéns!
Alegria, honra, orgulho, de todos nós!  


Saiba mais:
http://comjeitoearte.blogspot.com/2011/11/o-fado-na-arte-desenho.html

Nota: Esta mensagem foi reformulada em 13 de Janeiro de 2012.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O FADO NA ARTE - desenho


A primeira cantadeira de fado de que se tem conhecimento foi Maria Severa Onofriana (1820-1846), cantava e tocava guitarra na rua do Capelão, Mouraria.
Progressivamente, o fado aparece em eventos festivos ligados a festas populares, em festas de beneficência, nos palcos teatrais. O Teatro de Revista (1870), passa a integrar as actuações de intérpretes de fado nos quadros musicais, para o divulgar junto de um público mais alargado.
No inicio do século XX, a fadista Ercília Costa foi a primeira com projecção internacional. 
No fado “clássico” ou fado castiço destacaram-se, Alfredo Marceneiro, Maria Teresa de Noronha, Hermínia Silva, Lucília do Carmo, entre outros. O fado moderno, teve o seu apogeu com Amália Rodrigues. Foi ela que popularizou fados com letras de grandes poetas e músicas de grandes compositores. Foi seguida por fadistas como Carlos do Carmo, Teresa Tarouca, João Braga, Maria da Fé, Mísia, e outros.

Estudo para a pintura O Fado, desenho a carvão sobre papel, José Malhoa, 1910 - Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea
Estudo para a pintura, O Fado, desenho a carvão, sobre papel, José Malhoa, 1910 - Museu José Malhoa
Guitarrista, desenho a lápis sobre papel, Rafael Bordalo Pinheiro 1910 - Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea
O Gaspar da viola, desenho a lápis sobre papel de albúm, Rafael Bordalo Pinheiro - Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea

Figurino Fado da Liberdade, (figurino da revista "O Sete e Meio", Teatro Apolo) desenho/pintura sobre papel, José Leitão de Barros, 1927 - Museu Nacional do Teatro
Figurino O Fado, desenho/pintura sobre papel, Jorge Herold,1937 - Museu Nacional do Teatro

Figurino Guitarra Portuguesa (figurino da revista "Pernas à Vela", Teatro Variedades) desenho/pintura sobre cartolina, Pinto de Campos, 1958 - Museu Nacional do Teatro
Figurino Guitarra Portuguesa (figurino da revista "Pernas à Vela", Teatro Variedades) desenho/pintura sobre cartolina, Pinto de Campos, 1958 - Museu Nacional do Teatro
Figurino Guitarra Portuguesa (figurino da revista "Pernas à Vela", Teatro Variedades) desenho/pintura sobre cartolina, Pinto de Campos, 1958 - Museu Nacional do Teatro

O fado de Lisboa, tornou-se numa canção nacional, que é hoje mundialmente conhecido. Pode ser acompanhado por violino, violoncelo e até orquestra, mas a sonoridade da guitarra é indispensável. Destacam-se executantes como Joel Pina, Artur Caldeira, Raul Nery, Pedro Caldeira Cabral, Armandinho ou José Inácio, entre outros.
Actualmente muitos jovens, Ana Moura,  Raquel Tavares, Mariza, Maria Ana Bobone, Camané, Katia Guerreiro, Carminho, Mafalda Arnauth… em conjunto com os nomes dos consagrados, estão dando vigor a esta canção nacional.

Figurino A Rosa Cantadeira, ( figurino da opereta "A Rosa Cantadeira", Teatro Apolo) desenho/pintura sobre papel, Jorge Barradas, 1944 - Museu Nacional do Teatro
Fado Liró, (folha de música da revista "A.B.C.", Teatro Avenida) litografia sobre papel, Cervantes de Houro, 1908 - Museu Nacional do Teatro
Fado da Alta (folha de música da revista "Paz e União", Teatro Apolo) litografia sobre papel, Alves Coelho, 1914 - Museu Nacional do Teatro

 O fado está de parabéns!
Alegria, honra, orgulho, de todos nós! 

domingo, 27 de novembro de 2011

O FADO NA ARTE - pintura



Nas ruas de Lisboa, o fado foi difundido pelos marinheiros, através das cantigas de levantar ferro,  cantigas das fainas, cantiga do degredado, fado do marinheiro, cantado nas proas dos navios. Com o fado surgiram os fadistas, ou faia, por volta de 1840, com atitudes provocatórias, envolvendo-se frequentemente em conflitos, com uma forma bem característica de trajar: boné de oleado com tampo largo e pala, ou boné direito, com fita preta formando laço ao lado e pala, jaqueta de ganga ou com alamares. O penteado, comprido à frente, formava melenas empastadas sobre a testa. 

O Fado, óleo sobre tela, José Malhoa, 1910 - Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa
Estudo para a pintura, O Fado, desenho  a carvão sobre papel, José Malhoa, 1910 - Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea , Lisboa
Estudo para a pintura, O Fado, desenho  a carvão sobre papel, José Malhoa, 1910 - Museu José Malhoa

No sec. XIX , o fado era considerado uma expressão artística pagã. As sua origens boémias e ordinárias, com assento nas tabernas e prostíbulos, em ambientes de violência, fazem o fado condenável aos olhos da igreja.
As melodias do canto e da guitarra, chamaram os nobres às ruas dos bairros do castelo, estes traduziram posteriormente as músicas para as pautas das damas da sociedade, ao que levou a que o fado se tornasse assíduo dos salões, a partir de 1880.
As tabernas eram frequentadas por fidalgos, artistas, trabalhadores da hortas, populares e estrangeiros, que se reuniam em noites de fado vadio, ou seja, o fado não profissional.
Fado I, serigrafia, Júlio Pomar 

Lusitânia no Bairro Latino (Retratos de Mário de Sá Carneiro, Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza Cardoso), tinta acrílica sobre tela, Júlio Pomar,1985 - Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão/ Fundação Calouste Gulbenkian - CAMJAP/FCG

Fado, Cândido Costa Pinto
Lisboeta, óleo sobre tela, Cãndido Costa Pinto, 1952 - Museu da Cidade, Lisboa
Na primeira metade do sec. XX o fado foi adquirindo riqueza melódica, tornando-se mais literário e artístico. Durante as décadas de 30 e 40 esta canção passa a ser popular e comercial devido à divulgação pelos meios de comunicação. Aparecem as Casas de Fado (1946), o fadista passa a ter carteira profissional. Estas casas proporcionavam o convívio entre os compositores, fadistas e público. Torna-se famoso fora de Portugal, conquistando o mundo. Os artistas que cantam o fado vestem de negro, cantam o sofrimento, a tragédia, a desgraça, a sina e o destino, a dor, amor e ciúme, a noite, as sombras, os amores, a cidade, as misérias da vida.
O fado “clássico” é também conhecido como fado castiço. O fado moderno é caracterizado pelas letras de grandes poetas, a introdução de novas formas de acompanhamento, e músicas de grandes compositores. O fado não dispensa a sonoridade da guitarra portuguesa, embora possa ser acompanhado por violino, violoncelo e até orquestra.

Casa das Violas, óleo sobre tela e cartão prensado, José Dominguez Alvarez - Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão/ Fundação Calouste Gulbenkian - CAMJAP/FCG 


Trou de la serrure, PARTO DA VIOLA, Bon ménage. Fraise avant garde", óleo e pochoir sobre tela, Amadeo de Souza-Cardoso, 1916 - CAMJAP/FCG 
Brut 300 TSF, óleo e areia sobre tela, Amadeo de Souza-Cardoso, 1917 - CAMJAP/FCG 
Homem a tocar viola, linóleo sobre papel, Francisco Franco CAMJAP/FCG  
Homenagem a Amadeo de Souza-Cardoso, lápis de cera, José de Almada Negreiros,1970
(França, José-Augusto (1974), Almada Negreiros o Português sem Mestre, Lisboa: Estúdios Cor) 



O fado está de parabéns!
Alegria, honra, orgulho, de todos nós!

 Fado Português

O Fado nasceu um dia
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

Ai, que lindeza tamanha,
meu chão , meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.

Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.

Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.

Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.


letra de José Régio
música de Alain Oulman

Saiba mais: