terça-feira, 3 de julho de 2012

Biografia do pintor e compositor Alfredo Keil

Alfredo Cristiano Keil

Dia 3 de Julho (aqui)


Alfredo Cristiano Keil (Lisboa, 3 de Julho de 1850 — Hamburgo, 4 de Outubro de 1907) foi um compositor de música, pintor e poeta português.
Alfredo nasceu em Lisboa no dia 3 de Julho de 1850. O pai, João Cristiano Keil, era alemão e tinha-se instalado em Portugal ainda solteiro, em 1838. Tornou-se um dos alfaiates mais famosos daquele tempo e casou com uma rapariga de origem alemã, Maria Josefina Stellflug.

Leitura de uma Carta, óleo sobre tela, 1874 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Quinta Maggiotti, Colares, óleo sobre tela, 1876 - Museu Grão Vasco
O Aterro em 1881, óleo sobre madeira, 1881 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Alfredo estudou no Colégio Britânico e desde pequeno mostrou ter muito talento para o desenho e para a música. Fez a primeira composição musical aos 12 anos: Pensée Musicalé. Quando terminou o liceu foi estudar Artes para a cidade de Nuremberga na Alemanha. Estudou desenho na Academia dirigida pelo pintor Kremling e música com o célebre Kaulbach. Em 1870 regressou a Portugal e voltou às aulas de desenho com Prieto e Miguel Lupi.

Toilette da Rainha, Palácio de Queluz, óleo sobre tela, 1882 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Sala das Merendas, Palácio de Queluz, óleo sobre tela, 1882 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Primavera, óleo sobre tela, 1882 - Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves
Alfredo Keil teve grande sucesso a nível nacional e internacional. Em 1874 recebeu duas medalhas da Sociedade Promotora de Belas Artes e em 1876 os seus quadros Sesta e Meditação foram premiados com medalhas de prata. No ano seguinte o seu quadro Melancolia recebeu uma menção honrosa numa mostra em Paris e em 1879 recebeu a medalha de ouro numa exposição no Rio de Janeiro. Em Madrid foi condecorado com a Ordem de Carlos III e em Portugal o rei D. Luís condecorou-o com a Ordem de Cristo.

Castelo de São Jorge, óleo sobre tela colada em cartão, 1980-1990 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Praça dos Restauradores, óleo sobre tela colada em cartão, 1889 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Vareiras no Cais do Tejo, óleo sobre madeira, século XIX - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
A par da actividade como pintor também se dedicou à música. Em 1883, estreou-se no Teatro Trindade com a ópera cómica Susana, no ano seguinte a sua cantata Patrie foi executada por um grupo de amadores no Coliseu. A Real Academia de Amadores de Música executou no Salão Trindade, em 1885, o seu poema sinfónico Uma Caçada na Corte. Também nesta área Alfredo Keil teve sucesso, as suas músicas, sobretudo as óperas, foram apresentadas nos teatros mais importantes, do Brasil, de Itália e de Portugal, tendo mesmo feito apresentações para o rei D. Luís.

Casal Estremenho, óleo sobre tela, 1898 - Museu José Malhoa
Rebanho em Sintra, óleo sobre tela, 1898 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Marinha, óleo sobre madeira, século XX - Museu José Malhoa
Em 1890, o ultimato inglês inspirou Alfredo Keil que deu voz à indignação geral compondo "A Portuguesa". Henrique Lopes de Mendonça escreveu para esta música o poema Heróis do Mar, que se tornou popular em todo o país e veio a ser adoptada pela Assembleia Constituinte como hino nacional da República Portuguesa em 1911.
Mas Alfredo Keil não chegou a saber porque morreu em Hamburgo a 4 de Outubro de 1907 onde tinha ido submeter-se a uma operação cirúrgica.

Charola do Convento de Cristo, Tomar, óleo sobre madeira, 1903 - Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Busto de Alfredo Keil, escultura em bronze, século XX. Teixeira Lopes - Museu José Malhoa
Partitura de "A Portuguesa", hino nacional português
Fonte:
http://centenariorepublica.pt/escolas/personalidade-republica/alfredo-keil

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