domingo, 22 de julho de 2012

Biografia do escultor Alexander Calder

Alexander Calder, 1930, foto Man Ray - Fundação Calder

Dia 22 de Julho (aqui) 

Alexander Calder (Lawton, Pensilvânia, 22 de Julho de 1898 - Nova Iorque, 11 de Novembro de 1976), é conhecido pelos seus móbiles, figuras em arame e esculturas de grande porte.

Alexander Calder no seu estúdio em Nova Iorque, 1936, foto Herbert Matter - Fundação Calder
Calder nasceu numa família de artistas bem sucedidos. O seu pai e o seu avô - ambos chamado Alexander Calder - foram escultores reconhecidos e a sua mãe era pintora de retratos. Tinha o seu próprio atelier e construía os seus próprios brinquedos. Estudou engenharia mecânica, no Stevens Institute of Technology, Hoboken, em Nova Jersey. Em 1923 matriculou-se na Art Students League, em Nova Iorque, onde estudou pintura com John Sloan e George Luks, entre outros, concluindo o curso em 1926. Enquanto trabalhava como ilustrador, Calder descobriu a paixão pelo circo e a facilidade para desenhar animais. Estes temas acompanharam-no ao longo da vida.
Cabeça Africana, madeira, 1928 - MMA, Museu Metropolitano de Arte

Mary Einstein, fio de arame, 1929 - Centro Pompidou
Joséphine Baker IV, fio de arame, 1928 (realizada em Paris) - Centro Pompidou
Nu de Mulher, fio de arame sobre base de ferro, 1929 - Centro Pompidou
Em 1927, Calder viajou para Paris, onde expôs no Salão dos Humoristas o seu "Cirque Calder", uma miniatura de circo com bonecos animados, balanceamento de acrobatas e um leão que rugia. A popularidade do "Circo de Calder" levou-o ao contacto com outros artistas inovadores. Fez a sua primeira mostra individual na Weythe Gallery. Na década de 1930, inspirado na cor e composição do trabalho de Piet Mondrian, Calder criou as primeiras esculturas abstractas. Inicialmente estas esculturas foram motorizadas; numa fase posterior, Calder  modificou o seu trabalho de forma a permitir o movimento livre no espaço, alimentado apenas por correntes de ar. Estas obras incentivaram o interesse de Calder pela física, astronomia e cinética. Calder foi o primeiro a explorar o movimento na escultura e um dos poucos artistas a criar uma nova forma – o mobile.
O Circo, tinta e caneta preta sobre papel, 1932 - Galeria Nacional de Arte
A Captura II, tinta sobre papel, 1932 - MOMA
Circo Calder, fio, madeira, metal, pano, papel, papelão, couro, tubos de borracha, rolhas, botões, strass, limpadores de cachimbo e tampas de garrafa, 1926-1931 -  Whitney Museu de Arte Americano
Vaca, arame e madeira, 1926 - MOMA, Museu de Arte Moderna
Vaca, fio de aço, 1929 - MOMA
Numa de suas viagens, Calder conheceu Louisa James, sobrinha-neta do escritor Henry James, com quem se casou em 1931; tiveram duas filhas, a primeira Sandra, nasceu em 1935 e a segunda, Mary, em 1939. Em 1933, deixaram França e mudaram-se para uma fazenda nos Estados Unidos, onde Calder construiu o seu atelier, onde continuou a produzir obras inovadoras em grande e pequena escala. A sua escultura abstracta-orgânica, móvel e estacionária, atraiu consideráveis atenções e elogios.

Espiral Branca, tinta da China e aguarela sobe papel, 1933 - Centro Pompidou
Baleia II, folha de aço pintado, suportado por um cilindro de madeira, original 1932 - MOMA
Armadilha de Lagosta e Cauda de Peixe, folha alumínio e arame de aço pintado, 1939 - MOMA
Peixe, haste de aço pintado, objectos pintados, vidro, 1948 - Galeria Nacional de Arte
Após 1950, Calder passou parte do ano em França. Além de esculturas monumentais que podem ser vistas nos Estados Unidos e na Europa, Calder aplicou a sua imaginação excêntrica e lírica, ao design, desenvolvendo jóias. As décadas de 1930 e 1940 foram extraordinariamente produtivas para Calder. A sua criatividade levou-o a realizar obras cada vez mais versáteis, como esculturas ao ar livre, cenários para teatros e móbiles para arquitectura.

Colar (Marido Ciumento), arame de latão, 1940 - MMA
Bracelete, prata martelada, 1940 - MOMA
Alfinete de Peito, prata martelada, 1940 - MOMA
Fivela, latão martelado, 1940 - MOMA
Em 1943. as obras de Calder foram reunidas numa grande retrospectiva realizada pelo Museu de Arte Moderna, de Nova York. Em 1952, o artista recebeu o Prémio Internacional de Escultura na Bienal de Veneza. 
Outra grande retrospectiva de sua obra teria lugar em 1964, sendo realizada no Museu Guggenheim de Nova York. Calder seria consagrado como o grande inovador da escultura no século XX. 
Faleceu, na casa de uma das suas filhas, aos 78 anos.

Sem Título, litografia, 1946 - MOMA

Luar sobre Rajada de Vento, litografia, 1965-66 - MOMA
Folhas e Flores, guache sobre papel, 1966 - Centro Pompidou
Quatro Direcções, suspensão celular, fios de alumínio e ferro pintados, 1956 - MMA
Gato Mobile, 1966 - Nasher Museu de Arte
 Camelo Preto com Cabeça Azul e Língua Vermelha, folha de metal, 1971 - Galeria Nacional de Arte

 Aula Magna da Universidade Central de Venezuela, 1953
Horizontal (mobile permanente), aço pintado, 1974 - Praça do Centro Pompidou
Sem título, aço pintado, 1968 - Centro Cultural de Belém, Lisboa

2 comentários:

  1. Gostei, descobri obras de Calder que adorei, entre outras, as peças de adorno.....Como sempre uma investigação muito completa. Parabéns !

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