segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Palácio Nacional de Sintra - visita virtual



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Palácio Nacional de Sintra
Com fundação árabe, o Palácio Nacional de Sintra torna-se, a partir do séc. XII e por cerca de oito séculos, residência da Família Real Portuguesa. Único sobrevivente dos Paços Reais medievais em Portugal. As principais campanhas de obras sucessivas de D. Dinis, João I e D. Manuel I, conferiram-lhe o aspecto actual. 
 A Sala dos Cisnes a maior sala do Palácio, foi designada por Sala Grande no reinado de Dom João I e Sala dos Infantes a partir do reinado de Dom Manuel I. O seu nome actual de Sala dos Cisnes, deve-se à decoração do tecto, ao gosto da Renascença italiana, datável de finais do século XVI e já referido por Luís Pereira Brandão, cerca de 1570, em versos de louvor às maravilhas do Paço de Sintra. 
Na Sala das Pegas, eram recebidos os notáveis do reino e embaixadores estrangeiros. A designação de Sala das Pegas, que remonta ao século XV e que se manteve ao longo dos séculos, deve-se à pintura do tecto onde as 136 pegas representadas seguram, nos bicos, a tarja com a divisa de Dom João I, por bem, e nas patas, a rosa que poderá ser uma alusão à casa de Lancaster, à qual pertencia a Rainha Dona Filipa de Lencastre.
A Sala dos Brasões, cuja cúpula ostenta as armas de D. Manuel, de seus filhos, e de setenta e duas das mais importantes famílias da Nobreza, e cujo revestimento integral das paredes data do século XVIII, obra do ciclo dos Grandes Mestres da azulejaria lisboeta dessa altura, representa o expoente máximo da intervenção manuelina no Palácio.

Capela Palatina
Fundada por Dom Dinis no inicio do século XIV, a Capela Palatina tem a evocação do Espírito Santo, cujo culto foi introduzido em Portugal pela Rainha Santa Isabel. Este espaço religioso cristão é muito marcado pelo mudejarismo, caracterizado pela permanência de elementos típicos da arquitectura e artes decorativas muçulmanas em pleno período cristão.


Casamento de Dom João I com Dona Filipa de Lencastre - Iluminura do livro Anciennes Croniques d’Engleterre, Jehan de Wavrin - Século XV

A dimensão da cozinha e as duas monumentais chaminés de trinta e três metros de altura, construídas durante a campanha de Dom João I, nos inícios do século XV, estariam relacionadas com os grandes banquetes em que eram servidas peças de caça grossa, à época abundante na serra de Sintra, provenientes das inúmeras montarias e caçadas, a que a Família Real e a corte se dedicava e que representaram um dos atractivos de Sintra ao longo dos séculos. 
Dom João I (1357-1433),filho bastardo de Dom Pedro I e de Dona Teresa Lourenço, foi provido a Mestre de Avis, apenas com seis anos de idade.
Por morte de Dom Fernando I, após ter assassinado o Conde de Andeiro - partidário de Castela, valido de Dona Leonor Teles, viúva do Rei Dom Fernando - e na sequência dos eventos revolucionários e das guerras com Castela (1383-1385), Dom João foi aclamado Rei nas Cortes de Coimbra, dando início à segunda dinastia portuguesa, dita de Avis.
Dona Filipa de Lencastre (1360-1415), filha primogénita de João de Gaunt, filho de Eduardo III de Inglaterra e duque de Lancaster pelo casamento com Branca de Lancaster. No ano de 1387, casa com o Rei Dom João I na Sé do Porto. Encontra-se sepultada no Mosteiro da Batalha, juntamente com Dom João I e os ilustres infantes seus filhos, conhecidos como a “Ínclita Geração”.

Chaminés gémeas do PalácioStilwell, Isabel (2011), Filipa de Lencastre - A Rainha que mudou Portugal, Lisboa: A Esfera dos Livros.
 
Como conta Stilwell, Isabel,
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" Quando mostrara ao rei o esquiço que ela e Huguet tinham feito das duas chaminés da cozinha, cónicas, o rei abrira a boca de espanto:
- E onde é que foram buscar uma ideia mais louca? A altura dessas chaminés? Quem as vai construir, e se não se sustentam?
Philippa sorria-lhe, divertida: 
- A ideia? Fomos buscá-la aos chapéus das senhoras da corte - não é quase igual a um hennin? ...  
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- Não, a sério, não foi em chapéus! O Huguet diz que há uma abadia em Abbott, em Inglaterra, que tem umas chaminés parecidas, e que são ideais para deixar sair o fumo..." (2011:357) 


Azulejos relevados com motivo de parra e gravinha: Sala de Dom Sebastião
Reunindo vários estilos arquitectónicos – gótico, mudéjar e manuelino, exibe no seu interior um acervo único de azulejariahispano-mourisca. Os azulejos relevados são quinhentistas e não se encontram em Sevilha, apenas os vemos nos Paços de Sintra. A técnica de fabrico é em barro moldado em formas, num espírito decorativo acentuado e até rebuscado naturalismo fitomórfico, que não faziam parte de qualquer tradição portuguesa, nem tiveram consequências futuras. Existem cinco variedades diferentes além dos motivos de remate da Sala dos Árabes.

Porcelana  de Limoges, França, 1889-1905.
A peça em cima,  faz parte de um serviço de jantar, pequeno almoço, chá e café, Haviland & Cª-Limoges, para 50 pessoas (incompleto), adquirido pela Rainha D. Maria Pia em Paris, em 21 de Dezembro de 1896.
A princesa Dona Maria Pia de Sabóia (1847-1911), filha da arquiduquesa Maria Adelaide de Áustria e de Vítor Emanuel II do Piemonte - rei da Sicília e de Itália, depois da unificação em 1869 - nasceu em Turim, no seio de uma família numerosa, tendo tido sete irmãos, entre os quais o rei Humberto I de Itália e Amadeu I de Espanha. Casou em 1862, aos 15 anos, com Dom Luís I, um dia depois de chegar a Portugal, e foi mãe de Dom Carlos (1863) e de Dom Afonso Henriques (1865).
Foi no Palácio de Sintra que a Rainha Viúva passou os seus últimos dias em Portugal, antes de partir para o exílio com os outros elementos da Família Real. Morreu no exílio, no Castelo de Stupinigi, no Piemonte.

 O Palácio, possui colecções de arte decorativa, do século XVI ao século XVIII. Integra desde 1995 a classificação da Unesco, de Sintra Paisagem Cultural da Humanidade.

Fontes: Stilwell, Isabel (2011), Filipa de Lencastre - A Rainha que mudou Portugal, Lisboa: A Esfera dos Livros.

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