Maquete - Plantas - Projecto - Mapa
Detalhe da maquete de Lisboa antes do Terramoto de 1755 - Museu da Cidade - Fotografia de António Pedro Ferreira - Vieira, Alice (1993), Esta Lisboa. Lisboa: Editorial Caminho, S.A.
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Maquete de Lisboa antes do Terramoto de 1755. Museu da Cidade. Fotografia, Estúdio Mário Novais, 1979. Arquivo Municipal de Lisboa.
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A cidade que o Terramoto de 1755 destruiu e o incêndio que se lhe seguiu vai reduzir a cinzas, era uma cidade de traçado medieval, que crescera ao sabor das riquezas e influências dos seus moradores, de forma caótica, guardando no seu interior preciosos valores artísticos e arquitectónicos de todas as épocas e estilos.
Esta cidade foi-nos transmitida por Gustavo de Matos Sequeira através da maquete que projectou e dirigiu, executada por Ticiano Violante em 1955, satisfazendo uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa e que se encontra em exposição no Museu da Cidade.
Frontaria do Convento do Carmo e exterior da capela-mor do lado do Rossio, antes do Terramoto de 1755. Fotografia de Bárcia, José Artur Leitão. Arquivo Municipal de Lisboa.
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No dia 1 de Novembro de 1755, às 9horas e 40 minutos, dia de Todos-os-Santos, a população encontrava-se dentro das igrejas a assistir aos ofícios religiosos, quando um forte abalo seguido por novos abalos, fez ruir parte de uma das mais famosas cidades da Europa, com séculos de história. Ao sismo, com intensidade 10 na escala de Mercalli, sobreveio um incêndio que esteve activo durante quatro dias e um maremoto.Toda a zona da “Baixa” lisboeta ficou praticamente irrecuperável, da colina de S. Francisco até às Chagas e ao Carmo, a Sé e S. Mamede.
A população procurou escapar ao inferno da cidade em brasa, seguindo os caminhos do interior. Espalhou-se pelas encostas de S. Bento, Belém, Santa Bárbara e Arroios. Desventrada dos seus habitantes, Lisboa tornou-se uma cidade de miséria, muitos dos que a abandonaram não mais regressaram, ficando nos locais onde se refugiaram. A expansão da cidade para fora dos seus limites tradicionais, irá acentuar-se a partir dos últimos anos do séc. XVIII.
Fragmento da planta de Lisboa, anterior ao Terramoto de 1755. Fotografia de Jorge Bráunio, Arquivo Municipal de Lisboa.
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Planta topográfica da cidade de Lisboa arruinada, também segundo o novo alinhamento dos arquitectos Eugénio dos Santos Carvalho e Carlos Mardel, litografia colorida, 1947. Dim.: 57mm X 83mm . Projecto escolhido para a reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755, da autoria dos arquitectos Eugénio dos Santos Carvalho e Carlos Mardel e datado de 12 de Junho de 1758. Apresenta a particularidade de mostrar, a rosa, as áreas arruinadas pelo terramoto de 1755, às quais se sobrepõe o projecto de reconstrução definitivo elaborado. A planta permite verificar a área abrangida pelo plano de reconstrução: S. Paulo, pelos arquitectos Eugénio dos Santos Carvalho e Carlos Mardel (escala: 2000 palmos) - Museu da Cidade |
Perante tão complexa situação, Pombal não estava isolado, uma equipa de homens competentes, não se pouparam a esforços para levar a cabo a árdua tarefa da reconstrução de Lisboa.
Manuel da Maia (1672-1768), Mestre de Campo General, Engenheiro-mor do Reino, foi o cérebro e o motor de planificação geral da reconstrução de cidade. Para a execução dos planos formou uma equipa de engenheiros e arquitectos, dos quais se destacam pela grande responsabilidade na condução dos trabalhos, o Capitão Eugénio dos Santos e Carvalho (1711-1760), arquitecto do Senado e Carlos Mardel (1695-1763), engenheiro e arquitecto úngaro.
O rei D. José I e o seu ministro, Sebastião José de Melo, decidem reconstruir a cidade sobre os escombros, dando prioridade à “Baixa” lisboeta, centro económico da cidade e seu tradicional centro comercial. Os primeiros trabalhos efectuados tiveram em vista o nivelamento daquela zona.
Projecto nº 3. Elaborado pelo Capitão Eugénio dos Santos e Carvalho e pelo Ajudante Carlos Andreas, segundo determinações rigorosas de Manuel da Maia. Respeita a rua Nova dos Ferros e conserva a pequena praça intermédia. Estabelece a articulação entre as duas praças, Rossio e Terreiro do Paço, através de três grandes artérias. O Terreiro do Paço apresenta-se regularizado, em forma de grande quadrilátero, ocupando o centro de toda a urbanização proposta. Desenho à pena, sobre papel, com aguada a rosa (dois tons) e amarelo. Museu da Cidade. Fotografia, Estúdio Horácio Novais - CML (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.
Depois de vários projectos executados, Marquês de Pombal elegeu o projecto elaborado por Eugénio dos Santos, que encarregou de apresentar os esquemas definitivos, para se iniciarem os trabalhos de reconstrução. Os projectos de urbanização cobriam outras zonas da cidade, na intenção de dotar Lisboa de um plano de urbanização nacional.
Planta do sítio do Aqueduto das Amoreiras, desenho a tinta-da-china aguarelado, sobre papel. Dim.: 425 X 400 mm. Ass. de Cláudio Gorgel de Alm.ª,
João Henr. Dantas e Per,ª, Caetano de Souza e Andrade e Carlos Mardel. Primeiro projecto para a implantação da Mãe de Água das Amoreiras, mostrando a Fabrica das Sedas, ainda em construção, e os aspectos urbanísticos do Largo do Rato - Museu da Cidade.
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Vieira, Alice (1993), Esta Lisboa. Lisboa: Editorial Caminho, S.A
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