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Grupo de Modernistas: Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Menotti del Piccia, Oswald de Andrade e Helios Sellinger (1932?).
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Dia 6 de Setembro (aqui)
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Auto-retrato, 1969, óleo sobre tela. Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ. Reprodução fotográfica Paulo Scheuenstuhl
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Emiliano Augusto Cavalcanti Albuquerque e Melo nasceu em 6 de Setembro de 1897 no Rio de Janeiro e morreu em 26 de Outubro de 1976 no Rio de Janeiro. Foi pintor, desenhador, ilustrador e caricaturista. Era filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo e Rosalia de Sena. Viveu 79 anos de forma intensa e apaixonada, integrado no universo boémio e artístico do século XX.
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Di Cavalcanti com o presidente Juscelino em frente a tapeçaria no Palácio da Alvorada (1956?). |
Di Cavalcanti foi obrigado a trabalhar por dificuldades financeiras, depois do seu pai falecer (1914). Como meio de subsistência, realiza ilustrações para a revista Fon-Fon. No mesmo ano, expôs no Salão dos Humoristas uma série de ilustrações sobre a Balada do cárcere de Reading, de Oscar Wilde. Em 1916, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Continuou a fazer ilustrações, frequentou o
atelier do impressionista George Fischer Elpons e tornou-se amigo de
Mário e Oswald de Andrade. Começou a pintar (1917) sob influência da art nouveau.
Realizou a sua primeira mostra individual (1917) como desenhista. Na sua obra utilizava como meio de expressão o pastel, retratando figuras femininas angélicas então na moda. Em 1921 casa-se com Maria, filha de um primo-irmão do seu pai.
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Colombina, estudo de capa para a Revista Fon-Fon |
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Capa para obra de Mário de Andrade |
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Capa do catálogo da exposição da Semana de Arte Moderna , 1922. Acervo do Instituto de Estudos Brasileiros - USP - Arquivo Anita Malfatti. Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo - 11 a 18 de Fevereiro de 1922 - criando para essa ocasião o catálogo e o programa.
Fez a sua primeira viagem à Europa em 1923, e permaneceu em Paris até 1925. Frequentou a Academia Ranson e expõs em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Durante a estada em Paris conheceu Picasso, Léger, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses.Quando retornou ao Brasil, demonstrou na sua obra influências de Picasso, Braque e Ticiano, mostrando uma profunda admiração pela sua obra, após passagem por Itália. Realizou os primeiros painéis modernos do Brasil para o teatro João Caetano, no Rio de Janeiro (1929), e neles deixou as marcas do seu estilo: um cubismo atenuado por curvas barrocas e motivos populares como o carnaval e o samba.
Pierrot, Arlequim e Colombina, óleo sobre tela, 1922
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Pierrete, óleo sobre tela, 1922 |
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Pierrot, guache (1924). Reprodução pag. 27 do livro Emiliano Di Cavalcanti 50 anos de pintura 1922 - 1971 e, reedição de 1976 pág 31 e Cat. Christie’s Nova York, 26 de Novembro de 1996 do leilão da Coleção de Aleksander e Lucja Landau, pág. 22 sob o nº 55 |
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Retrato da Minha Mulher, guache, 1927 |
Nos anos 30, participou em exposições colectivas, salões nacionais e internacionais como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, fundou em São Paulo, com Flávio de Carvalho, António Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Foi detido pela primeira vez em 1932, durante a Revolução Paulista. Casou com a pintora Noémia Mourão. Viajou pelo Recife, deslocou-se a Lisboa onde expôs no salão “O Século”, e quando voltou ao Brasil foi preso pela segunda vez no Rio de Janeiro.
Depois de libertado voltou a residir em Paris até 1940, dedicando-se à pintura de várias obras com temas da cultura brasileira, como Scène brésilienne (Museu Nacional de Arte Moderna, Paris) e Ciganos (Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro). Na década seguinte atingiu o apogeu do seu talento. Em 1937 recebeu a medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris. Ilustrou livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado.
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Cinco Moças de Guaratinguetá, óleo sobre tela, 1930 - Museu de Arte de São Paulo |
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Moleque, óleo sobe cartão 1932 - Reproduzido no Cat. "Di Cavalcanti - 100 Anos", Art Editora
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Sem Título [Cena de Café-Concerto] , 1934, nanquim e lápis de cor sobre papel. Colecção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
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As Bodas do Poeta, lápis sobre papel, 1941 - MASP |
Influenciado
por artistas e intelectuais brasileiros do seu tempo como José do Patrocínio,
Olavo Bilac, Machado de Assis, entre outros, Di Cavalcanti é, juntamente
com grandes nomes como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Graça
Aranha, um dos mais ilustres representantes do modernismo
brasileiro.
O seu relacionamento com Noémia entra em crise (1947) e Beryl Tucker Gilman passou a ser sua companheira. Participou na I Bienal de São Paulo, em 1951. Fez uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída por mais de quinhentos desenhos. Juntamente com Alfredo Volpi, ganhou o prémio de melhor pintor nacional da II Bienal de São Paulo, conquistou o primeiro prémio da Mostra de Arte Sacra em Trieste (1956), e a medalha de ouro da Bienal Interamericana do México. Em 1955 Cavalcanti escreveu o livro Viagem da minha vida. Entre as suas obras também constam cartões para tapeçaria, para o Palácio da Alvorada, em Brasília.
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Ciganos, 1940, óleo sobre tela. Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) . Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
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Gafieira, déc. 1940, óleo sobre tela. Colecção Particular. Reprodução fotográfica autoria desconhecida
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O Grande Carnaval, 1953, óleo sobre tela, Acervo Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP). Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
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Cais, 1952-1954, óleo sobre tela. Colecção Particular. Reprodução fotográfica Romulo Fialdini |
Na década de 60, viveu em Paris com Ivette Bahia Rocha, apelidada de Divina. Desenhou jóias, para a firma LucienJoaillier e escreveu Reminiscências líricas de um perfeito carioca (1964).
No ano de 1971, o Museu de Arte Moderna de São Paulo realizou uma grande retrospectiva de sua obra e Cavalcanti recebeu o prémio da Associação Brasileira de Críticos de Arte. A Universidade Federal da Bahia outorgou-lhe o título de Doutor Honoris Causa. A sua obra pictórica e gráfica encontra-se nos principais museus brasileiros, como o Museu Nacional de Belas-Artes e o Museu de Arte de São Paulo, em instituições estrangeiras, como o Museu de Arte Litúrgica de Roma e em colecções particulares. O desenho esteve sempre presente ao longo de toda a produção de Di Cavalcanti, fazendo parte da sua prática comum. Mesmo quando se tornou um artista consagrado o desenho continuou a fazer parte de sua actividade. Faleceu no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1976.
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Mulata em rua Vermelha, 1960, óleo sobre tela, Coleção Particular. Reprodução fotográfica Vicente de Mello |
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Arlequins, 1964, óleo sobre cartão. Colecção Alfredo Rizkallah. Reprodução fotográfica Romulo Fialdini |
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Navio Negreiro , 1961, óleo sobre tela. Banco Chase Manhattan (São Paulo, SP). Reprodução fotográfica Guilherme Fracornel. |
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Brasil em 4 fases II (det.), óleo sobre tela sobre madeira, 1965Reprod. Catálogo "Di Vavalcanti 100 Anos". |
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Três Personagens com Gato,óleo sobre tela, 1970 |
Fontes:
http://sampa.art.br/biografias/dicavalcanti/
http://www.infoescola.com/literatura/di-cavalcanti-biografia/
http://www.dicavalcanti.com.br/apresentacao.htm
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