Capa da Ilustração nº 76, de 16 de Fevereiro de 1929. Ilustração do pintor José de Almada Negreiros (1893-1970). (A revista contém textos sobre o Carnaval). - Hemeroteca Digital
A quadra do Entrudo em Lisboa, era uma época de folias e loucura, expressa através de bailes, desfiles, jogos e cegadas. Ao longo do século XIX, o Carnaval conheceu uma evolução significativa, perdendo muito da sua agressividade. No entanto, muitas brincadeiras grosseiras e até perigosas, mantiveram-se firmes durante a segunda metade do século XIX e inicio do século XX, como molhar com água (misturadas com “cheiros” ou outros líquidos menos agradáveis) os transeuntes, atirar farinha e pó de talco ao cabelo e à roupa, arremessar projécteis, desde ovos, tremoços, talos de couve, molhos de cebolas, alhos e laranjas. Quem andasse desprevenido pelas ruas da cidade, arriscava-se a levar banho de agulheta ou ser enfarruscado dos pés à cabeça.
Capa da Ilustração nº 316, de 16 de Fevereiro de 1939. Ilustração do pintor José de Almada Negreiros (Espanhola). (A revista contém texto sobre o Carnaval). - Hemeroteca Digital |
Capa da Ilustração nº 4, de 16 de Fevereiro de 1926. Ilustração do pintor Stuart Carvalhais (1887-1961) - Hemeroteca Digital.
Panelas velhas, objectos de cozinha e todo o ferro-velho que, durante o ano inteiro, se guardava em casa, eram atirados para cima de quem passava nas ruas ou pelas portas das casas de habitação (caqueiradas).
A partir do meio do século XIX, vulgarizaram-se os produtos “fingidos” (pudins, frango assado, ovos fritos, arroz-doce) fabricados em diversos materiais, as caixas francesas com "surpresas" (de onde saltavam ratos, rãs...), bem como as serpentinas e os papelinhos, cortados ou picados. Ao mesmo tempo, avultavam os explosivos, como a “massa de estalos” e as bombas à base de fulminato de prata, apesar de sucessivamente proibidas pelas autoridades (a partir de 1845).
A partir do meio do século XIX, vulgarizaram-se os produtos “fingidos” (pudins, frango assado, ovos fritos, arroz-doce) fabricados em diversos materiais, as caixas francesas com "surpresas" (de onde saltavam ratos, rãs...), bem como as serpentinas e os papelinhos, cortados ou picados. Ao mesmo tempo, avultavam os explosivos, como a “massa de estalos” e as bombas à base de fulminato de prata, apesar de sucessivamente proibidas pelas autoridades (a partir de 1845).
Capa da Ilustração Portuguesa nº 524, de 6 de Março de 1916. Ilustração do pintor Stuart Carvalhais. (A revista contém "crónica" de Júlio Dantas sobre o Carnaval) - Hemeroteca Digital.
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Capa da Ilustração Portuguesa
nº 418, de 23 de Fevereiro de 1914. Ilustração do pintor Stuart Carvalhais, "Jogando o Carnaval". (A revista contém um desenho de Rafael Bordalo, texto e fotos sobre o
Carnaval) - Hemeroteca Digital.
Para brincar no Carnaval, os foliões trabalhavam seriamente durante um mês: realizavam disfarces, recortavam tiras de jornais velhos (rabo-levas) para pendurarem nas costas dos mais desprevenidos, preparavam as cegadas que percorriam as ruas da capital com o XéXé a abrir o caminho. Os mascarados usavam disfarces tradicionais como a criada e o polícia de cassetete em punho, o galego, os pierrots, as pierrettes e as pastorinhas.
Capa da Ilustração Portuguesa
nº 836, de 25 de Fevereiro de 1922. Ilustração do pintor Jorge Barradas (1894 - 1971).(A revista contém textos sobre o
Carnaval) - Hemeroteca Digital.
Capa da Ilustração Portuguesa
nº 781, de 5 de Fevereiro de 1921. Ilustração do pintor Tomás Leal da Câmara (1876-1948). (A revista contém textos e imagens sobre o
Carnaval) - Hemeroteca Digital.
Os bailes de máscaras públicos ou privados, tornaram-se uma das principais manifestações festivas carnavalescas. Realizados em casas particulares, associações recreativas, clubes e outros espaços públicos (Coliseu dos Recreios, Casino Lisbonense, Circo Price…), para além dos teatros D. Carlos e D. Maria II (onde se reunia a melhor sociedade), do Trindade (no Carnaval de 1867 abriu ao público o Salão do Trindade, e iniciou a moda dos bailes de máscaras infantis nos anos 1870) e do Monumental (com matinées e soirées de Carnaval nos anos 1950), propiciavam a exibição de disfarces com alguma originalidade, riqueza e motivos exóticos.
Capa da Ilustração Portuguesa
nº 51, de 11 de Fevereiro de 1907. (A revista é dedicada ao
Carnaval) - Hemeroteca Digital.
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Os cortejos carnavalescos constituídos por carros alegóricos, desciam a Avenida da Liberdade, onde a população se aglomerava ao longo da rua, para assistir à passagem das máscaras, que seguiam a pé, a cavalo ou de carruagem.
Ilustração Portuguesa nº 51, de 11 de Fevereiro de 1907. "Aspecto do carnaval de 1903. Primeiro cortejo do rei Carnaval" - Hemeroteca Digital |
Fontes:
http://www.inatel.pt/trindadehome.aspx?menuid=113
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_Leal_da_C%C3%A2mara
http://pt.wikipedia.org/wiki/Stuart_Carvalhais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Almada_Negreiros
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