sábado, 21 de janeiro de 2012

Palácio Nacional de Queluz - visita virtual

Fachada de Cerimónia do Palácio Nacional de Queluz, Lago de Nereida/Jardim Pênsil - edifício de traços neoclássicos, com fonte rococó em primeiro plano - Arquitecto Mateus Vicente de Oliveira (1706-1785). Foto, Celso M. Andrade
  
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O Palácio Nacional de Queluz foi residência real de duas gerações de monarcas. A sua construção em 1747, deve-se à iniciativa de D. Pedro III (1717-1786) a quem a Quinta de Queluz pertencia, enquanto terceiro Senhor da Casa do Infantado, criada em 1654 por Alvará do Rei D. João IV em favor dos filhos segundos dos Reis de Portugal.
D. Pedro III - último dos filhos de D. João V (1689-1750) e de D. Mariana de Áustria (1683-1754) e Grão Prior do Crato - entre 1747 e 1786, realizará um conjunto bem planeado de obras, ampliando o chamado Paço Velho, dando-lhe a pujança de Palácio Real. Para o progresso das obras de ampliação, foi determinante o seu casamento, em 1760, com a sobrinha e herdeira do trono, Princesa D. Maria (D. Maria I de Portugal, 1734-1816), obtendo o título de rei D. Pedro III. De gostos e hábitos elegantes e possuidor de uma fortuna notável, D. Pedro dedica a Queluz um cuidado constante, que apenas terminaria com a sua morte.

Pavilhão Robillion, Escadaria dos Leões -Arquitecto Jean-Baptiste Robillion
Edificado como um Palácio de Verão, aqui decorriam com frequência festejos e serenatas, destinados à Corte. Grande parte dos festejos, tinham lugar nos jardins e incluíam fogo de artifício, jogos equestres e combate de touros, entre outros divertimentos. A música ocupou sempre um papel central em Queluz, no entanto, a época áurea terminou em 1786, com a morte de D. Pedro III. A vida em Queluz e na Corte era ainda animada ao tempo em que a prometida do Infante D. João VI, a infanta espanhola D. Carlota Joaquina de Bourbon, chegara de Espanha e cujo casamento se consumaria em 1790. O Palácio de Queluz foi a residência de veraneio favorita da família real até 1794, altura em que passa a Residência permanente.
Doado ao Estado em 1908, abriu como Museu de Artes Decorativas em 1940, exibindo actualmente em ambientes de época colecções de mobiliário, pintura, cerâmica, ourivesaria, escultura e tapeçaria, provenientes na sua maioria da Casa Real.
Desde 1957, o Palácio de Queluz é também Residência Oficial de Chefes de Estado.

O Palácio e os seus jardins criam um notável conjunto monumental que mostra uma vivência intimista da corte portuguesa de Setecentos, representando ao mesmo tempo momentos de excepcional importância histórica e de afirmação do poder real. A evolução do gosto da corte nos séculos XVIII e XIX, num período que percorre o barroco, o rocaille e o neoclássico, foi marcada principalmente por influências francesas e italianas, visíveis nos espaços interiores e nos jardins. O Palácio forma um conjunto grandioso de incontornável destaque no património arquitectónico e paisagístico português.

Eneias e Anquises, escultura em chumbo, 1756 -  John Cheere (1709-1787).  Este é um dos exemplares mais notáveis da obra escultórica de John Cheere. Representa a fuga de Eneias do incêndio e saque da cidade de Tróia, carregando às costas seu pai Anquises. Acompanham-no seu filho Ascânio e a mulher Creusa. Por desejo de Júpiter, o príncipe troiano, filho de Afrodite/Vénus, irá para Itália fundar uma nova Tróia, arquétipo da futura Roma.

Primavera, escultura em chumbo, 1755 -  John Cheere (1709-1787). A sucessão das Estações marca o ritmo da vida, as etapas de um ciclo de desenvolvimento: nascimento, formação, maturidade e declínio. Este ciclo ajusta-se tanto aos seres humanos, como às sociedades e às suas civilizações.
Os jardins de Queluz foram desde o primeiro instante, alvo de grandes cuidados, tanto os jardins de aparato com um traçado "à francesa" - o Jardim Pênsil e o Jardim de Malta - como o resto do Parque, foram amplamente decorados com lagos, fontes e conjuntos escultóricos. 
Merecem destaque as esculturas em chumbo da autoria de John Cheere (1709-1787), vindas de Inglaterra, que reforçaram a nobreza dos jardins de Queluz, vieram de Itália (Génova) figuras de mármore, estátuas, bustos e vasos, entre 1757 e 1765. Exuberam os deuses e os heróis da Antiguidade Clássica, as Alegorias às estações do ano e às artes e, outrora, também figuras da Comedia de’l arte, pastores e animais, temas tão ao gosto do século XVIII. Na decoração dos lagos e fontes predominam os temas aquáticos, destacando-se Neptuno, Nereida, tritões, sereias e peixes.

Quarto D. Quixote, terceiro quartel do século XVIII, arquitecto Jean Baptiste Robillion. Neste quarto nasceram e faleceram os filhos de D. João VI e D. Carlota Joaquina.
Retrato de D. Maria I, óleo sobre tela (datação 1785-1810), Giuseppe Troni

Retrato de D. Pedro III, óleo sobre tela (datação 1750-1783), Francisco Vieira de Matos
Sala da Música, postal (datação 1950-1960, Colecção Passaporte)

D. João VI, o principe regente, passando revista às tropas na Azambuja, óleo sobre tela (1803), Domingos António de Sequeira.
Retrato de D. Carlota Joaquina, óleo sobre tela (1824), João Baptista Ribeiro
 O Palácio Nacional de Queluz reúne um conjunto variado de colecções de Pintura, Escultura, Desenho, Gravura e Artes Decorativas, integradas em ambientes de época e datadas sobretudo dos séculos XVIII e XIX. O acervo das colecções é originário de diferentes proveniências: um fundo mais antigo, residente no Palácio anteriormente ao incêndio de 1934; um segundo grupo constituído por peças adquiridas ou deslocadas de outros Palácios e da Casa Forte do Palácio das Necessidades, a partir dos anos 30 do século XX, antecedendo a abertura do Palácio de Queluz ao público, em 1940; e ainda um conjunto de peças de outros museus, depositadas recentemente.

Mesa de encostar, madeira de mogno, bronze, mármore e tela (datação 1804-1815), Jean-Antoine Bruns - Paris
Terrina, porcelana, ouro e esmalte (datação 1822-1828),  Marc Schoelcher  - Paris. Presente real, destinado à rainha D. Carlota Joaquina e Infantas.
Serviço Tête-à-Tête de Chocolate, porcelana de Viena, esmalte e ouro (datação 1814), periodo Sorgenthal
Sala das Mangas "Fénix, Pirâmide, Fogo e Luz"  -  painel de azulejos policromado neoclássico, pintor ceramista Francisco Jorge da Costa (1784), -  Foto Rui Lobato, 1980
Escrivaninha, prata  (datação séc XVIII-XIX), J C Klinkosch - Alemanha?

Fontes : 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_Real_de_Queluz
http://www.pnqueluz.imc-ip.pt/
O Grande Livro da Decoração  (1974). Lisboa: Selecções do Reader's Digest

Esta mensagem foi reformulada em 31 de Janeiro de 2012



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