domingo, 29 de abril de 2012

Dia Internacional da Dança

Bailarinas, Rosa e Verde, óleo sobre tela, 1890 - MMA
O Dia Internacional da Dança ou Dia Mundial da Dança comemorado no dia 29 de Abril, foi instituído pelo CID (Comité Internacional da Dança) da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) no ano de 1982.
Ao criar o Dia Internacional da Dança a UNESCO escolheu o dia 29 de Abril por ser a data de nascimento do mestre francês Jean-Georges Noverre (1727-1810). Ele ultrapassou os princípios gerais que norteavam a dança do seu tempo, para enfrentar problemas relativos à execução da obra. A sua proposta era atribuir expressividade à dança por meio da pantomima, a simplificação na execução dos passos e a subtileza nos movimentos. Noverre destaca-se na história por ter escrito um conjunto de cartas sobre o ballet da sua época, “Letters sur la Danse”. (...)
Para assinalar este dia, partilho alguns desenhos e pinturas de bailarinas, realizados pelo pintor francês Edgar Degas (1834-1917).

Bailarina (Battement na segunda posição), carvão, giz branco e amarelo, sobre papel, 1874 - NSM
Pequena Bailarina Praticando na Barra, grafite, giz preto e branco, sobre papel,1878-1880 - MMA
Bailarina Ajustando a Sapatilha, grafite, giz preto e branco, sobre papel rosa, 1873 - MMA
Bailarina em Pontas, carvão, giz branco, sobre papel beje, 1878 - MMA
Bailarina, pastel, carvão vegetal cinza e azul, sobre papel, 1880 - MMA
Bailarina sentada, pastel sobre papel castanho revestido a papelão, 1881-1883 - Museu d'Orsay
Classe de Dança, óleo sobre tela, 1873-1876 - Museu d'Orey

sábado, 28 de abril de 2012

Biografia do pintor e desenhista José Malhoa

Fotografia de José Malhoa


 Dia 28 de Abril (aqui)


José Vital Branco Malhoa (Caldas da Rainha, 28 de Abril de 1855 – Figueiró dos Vinhos, 26 de Outubro de 1933) foi um pintor, desenhista e professor português.

Auto-retrato, carvão sobre papel, 1928 - Museu José Malhoa
José Malhoa entrou na  Real Academia de Belas-Artes, aos 12 anos. O seu primeiro emprego foi na loja de moda do irmão, Joaquim Malhoa, em Lisboa. Após o sucesso da apresentação do quadro “Seara Invadida”, em Madrid (1881), retornou definitivamente à pintura e integrou o "Grupo do Leão".  Malhoa dedicava-se à realização de retratos e a temas que  obtinha em Figueiró dos Vinhos, nos dias de Primavera e Verão. Figueiró era o cenário das suas pinturas de ar livre e a fonte dos seus modelos, facultando-lhe uma pintura de paisagem e de costumes que o distinguiu como “pintor da luz e do sol português”.

Album de desenhos, lápis sobre papel, 1870 - Museu José Malhoa
Retrato de Laura Sauvinet, óleo sobre tela, 1888 - Museu José Malhoa
Retrato do rei D. Carlos I, óleo, 1891 - Localização desconhecida
Dividiu a sua actividade entre o atelier da capital e o “Casulo” (residência e atelier do artista) em Figueiró dos Vinhos, realizando uma obra que transitou entre os aspectos da ruralidade do país - a paisagem, os costumes, as vivências do quotidiano - e o retrato, quer dessas figuras populares, quer de burguesia citadina. Executou algumas encomendas de Pintura de História e de Pintura Decorativa. Destacam-se alguns óleos do artista, Retrato da Menina Laura Sauvinet (1888), Gritando ao Rebanho (1891), Os Bêbados (1907), O Fado (1910), Conversa com O Vizinho (1932). Malhoa dominou com igual segurança a técnica de pastel o Retrato de D. Maria da Nazareth Fernandes (1926) é um exemplo.

Gritando ao Rebanho, óleo sobre tela, 1891 - Museu José Malhoa
Atelier do artista ou Antes da Sessão, óleo sobre tela, 1893-94 - Museu de Arte de São Paulo
As Padeiras, Mercado em Figueiró, óleo sobre tela, 1898 - Colecção particular

Participou nos salões da Promotora (medalha de bronze, 1880; 2ª medalha, 1884) e do Grémio Artístico (1891-99), do qual foi sócio fundador. Na Sociedade Nacional de Belas-Artes, da qual foi fundador e presidente (1901, 1918), expôs com regularidade entre 1901-33 (1ª medalha, 1902, 1913; medalha de honra, 1903, 1909, 1926). Recebeu a medalha de prata na Exposição de Belas-Artes da Associação Industrial Portuguesa e o 1º prémio no Concurso para Quadro Histórico da Câmara Municipal de Lisboa, com “Partida de Vasco da Gama para a Índia” (1888). Foi medalha de honra no Salão de Belas-Artes da V Exposição das Caldas da Rainha (1927). 


Estudo para a pintura, O Fado, carvão sobre papel - Museu José Malhoa
O Fado, óleo sobre tela, 1910 - Museu da Cidade

Estudo para a pintura, O Fado, carvão sobre papel - Museu do Chiado
Estudo para a pintura, Os Bêbados, carvão sobre papel - Museu José Malhoa
Os Bêbados ou Festejando o São Martinho, óleo sobre tela, 1907 - Museu José Malhoa

Das exposições internacionais destacam–se as participações em França (Sociedade dos Artistas Franceses, 1897-1912; medalha de prata, Exposição Universal de Paris, 1900; Cavaleiro da Legião de Honra Francesa no Salon, 1905); Brasil (Rio de Janeiro, medalha de prata, 1879; 1906, exposição individual; 1ª medalha, 1907), Espanha (Comendador da Real Ordem de Isabel a Católica, na Exposição de Madrid, 1900; 3ª medalha, Exposição Internacional de Arte de Barcelona, 1907); Alemanha (medalha de prata, Berlim, 1910), Argentina (medalha de ouro, Exposição Internacional de Arte do Centenário da República da Argentina, 1910), Chile (1911, exposição individual) e EUA (Grand-Prix na Exposição Panamá-Pacífico, S. Francisco, 1915). Em 1928 foi o ano de Homenagem Nacional.

Estudo para a pintura, Clara, carvão sobre papel - Museu José Malhoa


Clara, óleo sobre tela, 1918 - Museu do Chiado


Praia das Maçãs, óleo sobre madeira, 1918 - Museu do Chiado


 Retrato de D. Maria da Nazareth Fernandes, pastel sobre papel, 1926 - Museu José Malhoa

O Museu José Malhoa, foi criado a 17 de Junho de 1933, nas Caldas da Rainha e inaugurado no dia 8 de Abril de 1934. Malhoa morreu no dia 26 de Outubro de 1933, na sua casa "Casulo" em Figueiró dos Vinhos, não assistindo à inauguração do Museu. 

A Casa de Malhoa ou Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, localizada em Lisboa, foi projectada pelo arquitecto Norte Júnior nos anos 1904 – 1905 e construída com o objectivo de servir de habitação e atelier de trabalho, ao pintor José Malhoa. Actualmente exibe obras de variadíssimos géneros e artistas.
 
Camponês de Figueiró, carvão sobre papel, 1929 - Museu José Malhoa

 Conversa com o Vizinho, óleo sobre tela, 1932 - Museu José Malhoa

A Casa de Malhoa em Lisboa, está classificada como Imóvel de Interesse Público

O "Casulo" em Figueiró dos Vinhos, coberto de neve

sexta-feira, 27 de abril de 2012

São fotografias ou desenhos?

Um dos trabalhos de Paul Cadden que tem recebido muitos elogiosDR/Paul Cadden
Os desenhos hiper-realistas do escocês Paul Cadden puseram-no no centro das atenções no mundo da arte. Afinal nem tudo que parece é.

Um retrato de uma senhora idosa, onde nenhuma ruga ou cabelo branco são esquecidos, ou uma imagem de dois jovens na rua, sem descurar nenhum detalhe das lojas à roupa dos rapazes, são apenas dois dos trabalhos que expostos na galeria Plus One, em Londres, onde podem ser comprados por, no mínimo, cinco mil libras (cerca de seis mil euros).

A atenção aos pormenores faz a diferença no trabalho de Paul Cadden, de 47 anos, que começou a desenhar quando tinha apenas seis. Hoje, o seu traço é único, confundindo-o com fotógrafos e não com desenhadores.

A prática artística, conhecida por hiper-realismo, que tem como objectivo reproduzir fotografias apenas com recurso a um lápis e sem qualquer equipamento, não é nova mas a incrível semelhança entre os desenhos do escocês e a realidade é notável e como pouco se viu.
(...) 


Desenho de Paul CaddenDR/Paul Cadden

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Biografia do pintor Eugène Delacroix

Eugène Delacroix, 1858 - Foto de Félix Nadar

Dia 26 de Abril (aqui)


Ferdinand Victor Eugène Delacroix, (Saint-Maurice, 26 de Abril de 1798 — Paris, 13 de Agosto de 1863) foi um importante pintor francês do movimento romântico.
Auto-retrato de Eugène Delacroix, com boné, desenho, 1832 - Museu do Louvre, Paris
Era filho do político Charles Delacroix, embora haja indícios de que o seu verdadeiro pai era o diplomata Talleyrand, um amigo da família. A sua mãe, Victoire Oeben, veio de uma família de artesãos e designers notáveis. Foi considerado o maior pintor francês do movimento romântico.
Em 1816, Delacroix começou a frequentar o estúdio de Pierre Guérin - que já havia ensinado Géricault - e aprendeu aguarela com o professor Soulier. No Louvre, copiou diversos artistas da Escola de Veneza e estudou as obras de Rubens. Em 1825 passou alguns meses em Inglaterra, admirando em particular Gainsborough, Lawrence, Etty e Wilkie. No Salão de 1822, alcançou o seu primeiro sucesso público com A Barca de Dante (Louvre). Dois anos depois, ao pintar o Massacre em Chios (Louvre), garantiu o sucesso de sua carreira.

A Barca de Dante, óleo sobre tela, 1822 - Museu do Louvre, Paris
O Massacre em Chios, óleo sobre tela, 1824 - Museu do Louvre, Paris
Mulheres Marroquinas, aguarela, 1832 - Museu Cónde, Chantilly
Delacroix interessou-se também pelos temas políticos do momento. Participou nos acontecimentos do país, pintando A Liberdade Guiando o Povo (Louvre, 1830), um quadro que o estado adquiriu e que foi exibido poucas vezes. A bandeira francesa esvoaçando nas mãos de uma liberdade audaz e destemida, impressionou um número significativo de pessoas. Em 1832, Delacroix viajou por Espanha e pelo Norte de África em missão diplomática a Marrocos, aí colheu imagens visuais ricas e exóticas que explorou ao máximo no seu trabalho posterior, O Sultão de Marrocos (Toulouse, 1845). O seu interesse pelo Norte de África levou-o a produzir mais de cem desenhos e pinturas baseadas na vida deste povo, entre elas As Mulheres de Argel (Louvre, 1834).

 Liberdade Guiando o Povo (28 de Julho de 1830), óleo sobre tela - Museu do Louvre

 As Mulheres de Argel, óleo sobre tela, 1834 - Museu do Louvre, Paris

 O Sultão de Marrocos e a sua comitiva, óleo sobre tela, 1845 - Museu em Toulouse, França

Delacroix tornou-se um dos mais ilustres pintores murais monumentais na história da arte francesa.  As suas encomendas públicas, incluíam decorações em vários edifícios importantes de Paris: Palácio Bourbon (Salão do Rei, 1833-37; a Biblioteca do Palácio de Luxemburgo (1841-1846) e três pinturas em Saint-Sulpice (1853-1861). Nestas últimas, Jacob e o Anjo, e Heliodoro expulso do Templo, estão entre as expressões de maturidade da sua riqueza decorativa, de cor e da grandiosa integração estrutural. Van Gogh escreveu: "só Rembrandt e Delacroix poderiam pintar o rosto de Cristo." Após a sua morte, foram encontrados mais de milhares de desenhos, pastéis e pinturas no seu estúdio. Delacroix orgulhava-se da velocidade com trabalhava, declarando: "Se você não é suficientemente hábil para esboçar um homem caindo de uma janela, durante o tempo que ele leva do quinto andar até ao chão, então você nunca será capaz de produzir um trabalho monumental”. 

 Noiva Judaica, aguarela, 1832 - Museu do Louvre, Paris

Salão do Rei (decoração das paredes), óleo e cera sobre gesso, 1833-37 - Palácio Bourbon, Paris

Jacob e o Anjo (detalhe), óleo e cera sobre gesso, 1854-1861 - Saint-Sulpice, Paris

Entre os grandes pintores, ele era um dos melhores e também escritor de arte. Escreveu um diário entre 1822-1824 e novamente de 1847 até à sua morte - uma fonte admiravelmente rica de informações e opiniões sobre a sua vida e o seu tempo. Além de muitos desenhos, aguarelas e pinturas, deixou para trás um legado que mudou para sempre o mundo da arte, sendo uma fonte de inspiração para os pintores impressionistas e pós-impressionistas. Delacroix faleceu em Paris em 1863. Durante os últimos anos de vida preferiu o sossego do seu estúdio em Paris, que é agora o Museu Nacional Eugène Delacroix, dedicado à sua vida e obra. O Museu do Louvre tem a melhor colecção das suas pinturas.


Fausto tenta seduzir Margarete, litografia, 1828 - Museu Eugène Delacroix, Paris

Auto-retrato, óleo sobre tela, 1821 - Museu Eugène Delacroix, Paris

Ramo de flores, aguarela, guache, pastel sobre papel, 1849-1850 - Museu do Louvre, Paris

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pinturas Murais na Revolução de Abril


Pintura mural no Porto - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias

No dia 25 de Abril de 1974, às zero horas e vinte minutos, forças militares em vários pontos de Portugal, aguardam a senha para o desencadear das operações militares. O aviso havia sido difundido às 22h 55m, com a transmissão da canção “E Depois do Adeus”, nos Emissores Associados Portugueses. A senha chegou pela canção “Grândola Vila Morena”, transmitida pela Rádio Renascença.


Praça do Comércio, Lisboa. 25/04/1974 - Centro de Documentação 25 de Abril

 Grândola Vila Morena

Grândola vila morena
Terra da fraternidade 
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola,  vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra de uma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Zeca Afonso

Praça do Comércio, Lisboa. 25/04/1974 - Centro de Documentação 25 de Abril
As primeiras operações militares desencadeiam-se entre as 00h 30m e as 3 horas, e são decisivas para o êxito final do golpe levado a cabo pelo Movimento das Forças Armadas (MFA). O Terreiro do Paço, foi um dos principais postos de convergência de tropas apoiadas por carros blindados. Às 19h 50m um comunicado do MFA, anuncia formalmente a queda do Governo.
O Povo na rua e em aliança com o MFA, teve um papel determinante no derrube da mais velha, longa e penosa ditadura de toda a História.

Manifestação de regozijo da população aos soldados triunfantes, em Lisboa. 27/04/1974 - Centro de Documentação 25 de Abril

 E depois do Adeus

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto em flor
Eu de sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei…

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

José Niza

Pintura mural - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias (imagem restaurada digitalmente).
Pintura Mural no Cacém - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias (imagem restaurada digitalmente).

Nos dias 26 e 27 de Abril, foram libertados todos os presos políticos. As portas das prisões de Caxias e de Peniche abriram-se de par em par, permitindo o encontro entre familiares e amigos. Todos os que foram obrigados ao exílio, puderam regressar. Entre eles, alguns dos mais significativos valores da cultura portuguesa – escritores, intelectuais, cientistas, artistas – foram recebidos pela população que os aguardava com cravos vermelhos e cartazes.

 
Pintura Mural em Santo António dos Cavaleiros - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias (imagem restaurada digitalmente).
Pintura Mural em Santo António dos Cavaleiros - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias (imagem restaurada digitalmente).

 Tanto Mar (versão I)

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim


Chico Buarque
Pintura Mural em Lisboa, Centro de Cultura popular de Alcântara - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Pintura Mural em Lisboa, Centro de Cultura popular de Alcântara - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Com o reconhecimento do direito de reunião e associação, puderam vir para a legalidade, diversos partidos políticos e movimentos, citam-se, o Partido Socialista Português (PS),  o Partido Popular Democrático (PPD), o Partido Comunista Português (PCP), o Movimento Democrático Português (MDP), o Movimento de Esquerda Socialista (MES), o Movimento Reorganizativo do Partido do  Proletariado (MRPP), a Frente Socialista Popular (FSP), a União Democrática Popular (UDP), entre outros.
 

Pintura Mural em Lisboa - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Pintura Mural em Lisboa - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias


Pintura Mural em Lisboa - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Pintura Mural em Lisboa - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Com o fim da censura veio a liberdade de expressão. Uma das formas de extravasação da liberdade, residiu nas paredes do país. Tudo foi escrito e pintado nas paredes após o 25 de Abril. Aí, a população expressou o seu talento e entusiasmo, deste modo a riqueza de criação, seja temática, seja pictural, foi transportada para as paredes. As inscrições e figurações das paredes, quer fossem apenas reflexos partidários, quer contassem histórias individuais, colaboraram para o belo e impetuoso momento de liberdade que Abril proporcionou.

Pintura Mural em Setúbal - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Pintura Mural - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias

Portugal Ressuscitado
 (Caxias, 26 de Abril de 1974)

Depois da fome, da guerra
da prisão e da tortura
vi abrir-se a minha terra
como um cravo de ternura.

Vi nas ruas da cidade
o coração do meu povo
gaivota da liberdade
voando num Tejo novo.

Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido

Vi nas bocas vi nos olhos
nos braços nas mãos acesas
cravos vermelhos nos olhos
rosas livres portuguesas.

Vi as portas da prisão
abertas de par em par
vi passar a procissão
do meu país a cantar.

Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido

Nunca mais nos curvaremos
ás armas da repressão
somos a força que temos
a pulsar no coração.

Enquanto nos mantivermos
Todos juntos lado a lado
Somos a glória de sermos
Portugal  ressuscitado.

Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido

José Carlos Ary dos Santos

 
Pintura Mural - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Pintura Mural - As Paredes na Revolução, Graffiti, 1978. Mil Dias
Lisboa tornou-se o centro das atenções da diplomacia e da informação mundial, os porta-vozes dos governos e comentaristas dos órgãos de informação, pronunciavam-se sobre a situação do país. O isolamento internacional terminou, depois de 48 anos de repressão.